S e i s

3.5K 270 19
                                    

O sábado! Que maravilhoso dia para se estar em Hogwarts! Todos os alunos livres das aulas, circulando pelo jardim, conversando, rindo, estudando, aproveitando o sol, treinando quadribol... Ou, em casos particulares, cumprindo uma detenção por terem se insultado.
Enquanto os alunos se dirigiam para o salão principal para almoçarem, Hermione se despedia dos amigos - ou seja, de Harry, pois ela estava evitando falar com Rony - e ia para a sala da professora McGonagall para cumprir a detenção. Quanto antes começasse, antes seria liberada.
Aparentemente, porém, Malfoy não seguia o mesmo raciocínio que ela, já que continuava vagando por aí escondido.
Aquela era a deixa perfeita para encontrar o armário sumidouro. Todos os alunos estavam no pátio e o corredor da Sala Precisa estava totalmente vazio. Apenas alguns poucos quadros estavam presentes, além da estúpida tapeçaria do homem que queria ensinar ballet aos trolls. Foi por ela que o garoto passou caminhando exatas três vezes, pensando no que precisava. Um lugar onde se pode esconder coisas. A porta da sala apareceu, e Draco se encaminhou para ela, se sentindo satisfeito pela certeza de que encontraria o que procurava. Até que ouviu passos.
--- Droga! -- ele sussurrou e correu para longe dali, torcendo para que a porta desaparecesse.
Foi então que algo quente e peludo se arrastou entre suas pernas, miando muito alto, à fim de chamar o dono. A maldita gata do zelador. Madame Nor-r-ra. O que o loiro não daria para que o tal basilisco da câmara secreta tivesse matado aquele animalzinho fedorento.
--- AHÁ! Muito bem, amorzinho. -- disse Filch para a gata no segundo que encontrou o garoto. -- Veja só se não é o convencido da Sonserina. Estou ciente de que você deveria estar em uma detenção. Estava tentando escapar, não é?
--- Não seria da sua conta se eu estivesse. Agora, me deixe ir.
--- Eu só faria isso se pudesse voltar a castigar os alunos como antigamente. -- o zelador riu. -- Ande logo!
Draco não viu outra alternativa se não obedecer. Chamaria muita atenção matar o zelador e a gata e ele não podia arriscar.
Chegando na sala da McGonagall, arrastado pela orelha por Filch, ele pôde ver a professora, com seus óculos na ponta do nariz, coque apertado e expressão severa, além da sangue ruim mais atraente que ele já tivera chance de falar. Não que ele falasse com sangues ruins. Ele os odiava, mas, por mais que tentasse, não conseguia se imaginar matando Hermione, nem que estivesse sendo controlado pela maldição Imperius.
--- Tentando fugir da detenção, professora.
--- Muito obrigada, Filch. Pode largar a orelha do rapaz, eu mesma resolverei as coisas com ele. -- a professora disse, encarando Draco como se pudesse ferí-lo com o olhar.
O zelador deu um último puxão na orelha do garoto e depois se retirou da sala.
--- Setenta pontos a menos para a Sonserina. -- Minerva anunciou e Draco começou a reclamar. -- E agradeça por eu não ter tirado mais.
Muitas vezes, Draco imaginava que a professora deveria se chamar Severa, e não Minerva. Ele apenas bufou e se postou ao lado de Hermione.

Eles estavam na biblioteca guardando livros nos seus devidos lugares. Hermione ainda não estava nem na metade da sua pilha de livros, pois parava a cada título que a interessasse e o folheava, e, toda vez que Draco a via fazer isso, revirava os olhos e bufava. Quando ele estava quase acabando a sua parte, viu ela pegar um livro sobre plantas mágicas medicinais e percebeu que ela provavelmente passaria o resto do dia ali e não acabaria. Sem pensar direito, ele pegou uma parte dos livros da pilha dela e começou a fazer o trabalho.
--- O que você está fazendo? -- Hermione disse surpresa quando percebeu a atitude dele.
--- Ajudando? -- o garoto respondeu dando de ombros e pegando mais um livro.
--- Por que? -- a garota perguntou sem entender.
--- Porque a cada dois livros, você começa a ler. Só posso sair quando você terminar e não está nos meus planos passar um sábado inteiro dentro da biblioteca com você. -- ele disse a última palavra com um tom de desdém e superioridade que acabou por atingir levemente a garota.
--- Isso é porque, de todas as pessoas do mundo, eu com certeza escolheria você para cumprir uma detenção. -- ela tentou usar o mesmo veneno que Draco, mas ele apenas sorriu e balançou a cabeça.
--- Ah, Granger... Um dia você vai perceber que me ama...
--- Se isso acontecer, vai haver um apocalipse. -- ela respondeu mais na defensiva do que deveria. Draco percebeu, mas não comentou. Apenas sorriu de lado e voltou a trabalhar.
--- Eu já disse que é feio encarar? -- ele perguntou alguns minutos depois, fazendo Hermione corar fortemente. Ela queria saber como ele percebia que ela o estava encarando, mesmo sem estar olhando para ela.
--- Eu não estava.
--- É claro que não. -- disse sarcástico, mas estava sorrindo internamente.
Talvez ele tivesse uma chance...

Deathly LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora