Chegando no Starcourt, corremos até o Scoops Ahoy, onde existe aquela passagem secreta que eu havia citado.─ Steve! Precisamos da passagem! ─ quase atropelo o balcão.
─ Você sabe que eu não posso ficar permitindo toda hora ─ Steve diz.
─ Eu mal saio de casa, Steve. Anda logo! ─ insisto e ele deixa a gente passar ─ O Eddie ficaria desapontado se você não deixasse ─ implico com o Steve.
─ Vai logo! ─ Steve ficou emburradinho.
Eu e Will corremos no corredor estreito que nos leva para o cinema. Entramos em uma sala no meio dos trailers e sentamos lá no fundo. Dá pra ver tudo daqui de cima.
─ Eu roubei sorvete pra gente ─ Will tira um pote de sorvete e duas colheres da mochila.
─ Da onde você roubou isso?! ─ pergunto, um pouco incrédulo. Vai que nós sejamos presos?!
─ Eu peguei enquanto você e o Steve estavam discutindo. Peguei metade chocolate ao leite e, pra sua felicidade, metade chocolate amargo ─ ele me entrega uma colher e vira o lado de chocolate amargo para mim.
Tento agradecer, mas os filmes me interrompem. Nem faço ideia de qual filme seja. O que importa é estar ao lado do Will que, parece estar se importando mais com o sorvete do que qualquer coisa.
Se passa um tempo e, o filme que está passando é bem entediante. É sobre zumbis robôs (quem entendeu a referência entendeu ass: a autora), o que não poderia ser pior. Tomamos o sorvete em um piscar de olhos, então Will foi obrigado a assistir essa bomba radioativa de filme. E eu? Bem, se você acha que eu fiquei assistindo o filme, você se enganou. Fiquei olhando para o Will, que estava de certo modo hipnotizado com todas as explosões que aconteciam na tela.
─ As explosões são demais ─ ele comenta comigo, sem nem ao menos tirar os olhos da tela.
─ São. São demais mesmo...─ eu concordo (mesmo não concordando), sem ao menos tirar os olhos dele.
Nunca imaginei que fosse ir ao cinema com o Will. Nunca imaginei que fosse começar a gostar dele, na verdade. Foi mesmo amor à primeira vista, como o Dustin havia dito. Só não queria admitir porque, de certa forma, tinha medo de ser gay. Nunca gostei de garotas, nem mesmo da minha ex. O Will me mudou completamente.
Com isso, tento pegar na mão dele. É bem arriscado, mas não custa nada. Vou aproximando devagarinho, até as duas estarem se encostando. Tudo estava dando certo, se não fosse pelo Will tirar a mão de perto para coçar o olho. Desisto. Tiro a minha mão e a ponho em cima do braço da cadeira. O que eu não esperava era que o Will fosse por a mão dele EM CIMA DA MINHA.
Eu não esperava que ele fizesse isso e, não esperava que eu começasse a suar frio. Minha começou a tremer de ansiedade. Preciso agir rápido. Vou fazer a coisa mais arriscada que se pode fazer quando se gosta de alguém.
─ Will ─ chamo pelo nome dele. Ele estava tão fissurado no filme que fiquei com medo dele não virar.
─ Quê? ─ para a minha sorte, ele se virou. É agora ou nunca, Mike.
Eu.
Beijei.
O.
Will.Ele parece gostar do beijo, porque não se desgruda dele. Os lábios do Will são macios. Apesar do gosto não estar o dos melhores (porque está com gosto de sorvete de chocolate ao leite), gosto dos seus lábios e do seu jeitinho tímido de beijar. Isso era tudo o que eu menos esperava. Em pouquíssimo tempo, consegui beijar William Byers, o novato.
《.》
Saímos tímidos do cinema. Não conseguíamos olhar um para a cara do outro.
─ Uau ─ solto.
─ U-A-U ─ Will exclama.
Will se aproxima de mim e dá a sua mão para mim. Ele estava sinalizando para andarmos de mãos dadas. Aceito e ando de mãos dadas com ele.
─ Mais um casal gay de Hawkins para a lista ─ digo e Will fica vermelho e ri ao mesmo.
─ Não sabia que você gostava de mi...─ Will não consegue terminar sua frase. Ele rapidamente solta a sua mão da minha e começa a olhar para baixo. Fico sem entender nada.
─ Olha, galera! Se não é a maior bichona de Hawkins. Will Byers, o viadinho ─ um garoto loiro aleatório começa a importunar o Will. Continuo não entendendo nada, mas começo a ficar emputecido.
─ O-Oi, Dylan... ─ Will diz, com um tom de voz assustado.
─ Esse é o seu namorado, Byers? ─ o tal do Dylan se vira para mim.
─ Algum problema? ─ infrento o loirinho oxigenado.
─ A bichinha cagona te enfeitiçou? Porque ele costuma fazer isso com os outros, não é? Ele te mandou para o conto de fadas dele? O mundo dele é todo feliz e gay ─ ele se vira de novo para o Will. Esse moleque tá começando a encher o saco.
─ Sim, ele me enfeitiçou. Se nos der licença, precisamos i... ─ o maluco desse Dylan me puxa e me põe contra a parede ─ MANO, QUAL O TEU PROBLEMA?! ─ dou um chute bem desajeitado na canela do garoto e saio correndo com o Will.
Eu e o Will corremos até a entrada do shopping. Paramos ao lado das nossas bicicletas e tentamos recuperar um pouco do fôlego.
─ Quem era aquele loirinho esquizofrênico? ─ pergunto para o will depois de ter recuperado o fôlego.
─ Ninguém... ─ Will responde enquanto monta em sua bicicleta. Eu sabia que ele estava mentindo.
─ Você tá mentindo. Eu sei que tem algo por trás. Pode contar comigo, Will ─ tento demonstrar apoio.
─ Esquece isso, Mike. Já passou. Tô indo pra casa, tá? Nos vemos amanhã ─ Will começa a pedalar e vai embora.
Que merda! Tudo deu errado depois do beijo. O que mais me entristece é que, parece que o Will não confia em mim. Só queria mostrar pra ele que eu estou do lado dele e, independente de qualquer coisa, eu estou aqui. Não queria que terminasse assim. E não vai, porque eu tive uma ideia.
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𝖡𝗈𝗒𝗌 𝗐𝗁𝗈 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝖻𝗈𝗒𝗌 | 𝖻𝗒𝗅𝖾𝗋
Fanfiction𝖬𝗂𝗄𝖾 𝖶𝗁𝖾𝖾𝗅𝖾𝗋 𝖾́ 𝗎𝗆 𝖺𝖽𝗈𝗅𝖾𝗌𝖼𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗅𝗊𝗎𝖾𝗋 𝗊𝗎𝖾 𝗍𝗈𝖼𝖺 𝖾𝗆 𝗎𝗆𝖺 𝖻𝖺𝗇𝖽𝖺 𝖾 𝗃𝗈𝗀𝖺 𝖣&𝖣. 𝖭𝖺𝖽𝖺 𝖽𝖾 𝗇𝗈𝗏𝗈 𝖺𝖼𝗈𝗇𝗍𝖾𝖼𝗂𝖺 𝖾𝗆 𝗌𝗎𝖺 𝗏𝗂𝖽𝖺, 𝖺𝗍𝖾́ 𝖶𝗂𝗅𝗅 𝖡𝗒𝖾𝗋𝗌, 𝗈 𝗇𝗈𝗏𝖺𝗍𝗈, 𝖺𝗉𝖺𝗋...