13| 𝖿𝖾𝗌𝗍𝗂𝗏𝖺𝗅

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Depois dessa magnífica apresentação que tinha tudo para dar errado e, por pura sorte e dedicação, deu tudo certo, sento ao lado do Will em uma muretinha de frente para um lago.

─ Eu queria pedir desculpas. Tudo foi um mal entendido e eu não queria te ouvir naquela hora. Foi mal mesmo ─ Will pede desculpas pelo o que aconteceu hoje mais cedo. Ele realmente pareceu arrependido pelo o seu tom de voz.

─ Acontece. Olha, não se preocupa mais com isso. Quero que saiba que eu vou estar aqui, tá bom? Eu...eu te amo ─ quando digo que amo o Will, nossas mãos imediatamente se encontram uma na outra. Dou um sorriso amarelo pra disfarçar o nervosismo.

─ Eu também te amo ─ Will retribui o sorriso e eu coro. Ele também me ama?!

─ Na verdade, eu que deveria pedir desculpas. Desde o início eu fui escroto e...─ tento me justificar porque, sério, eu fui tão babaca com ele que eu fico desacreditado por ele dizer que me ama.

─ As pessoas mudam, Mike. É gratificante sabe que você mudou pra uma pessoa melhor. Você não deixou de ser você, apenas se tornou uma melhor versão ─ Will interrompe. Meus olhos já estão quase se enchendo de lágrimas.

─ Você me fez mudar, Will. Eu te agradeço por isso. Acho que se não fosse por você, eu passaria todas as horas da minha vida jogando D&D ─ afinal, o Will que me fez mudar.

─ Você pode passar todas as horas da sua vida jogando D&D. Você pode passar esse tempo jogando comigo ─ ele dá aquele sorriso de sempre.

─ Eu aceito. Outra coisa que aceito agora é a minha sexualidade. Não queria admitir que gostava de meninos. Não queria admitir que gostava de você ─ nossas mãos ficam cada vez mais grudadas nas outras, feito chiclete. A mão do Will é macia e gostosa de apertar.

Will desgruda sua mão da minha e se levanta. Será que a minha mão não é macia e gostosa de apertar? Bem, só sei que me perdi competentemente nos meus pensamentos confusos, porque o Will começou a tirar A CAMISA. Ele tira a camisa e sobe em cima da muretinha, quase se desiquilibrando.

─ Eu amo o Michael Wheeler! ─ ele grita e pula no lago.

─ WILL!! ─ levanto da mureta e olho para baixo. Fico desesperado até a cabeça do Will aparecer na água.

─ Vem, Mike! ─ Will me chama pra entrar no lago também.

Com medo de ser julgado, olho para os lados. E daí que eu percebo que, só tem eu e ele. Com ele, nenhuma insegurança minha parece existir. Tiro minha jaqueta e minha camiseta e pulo no lago, gritando "Eu amo o William Byers!".

─ Olhem! Dois gays no lago! ─ Max aponta para nós dois. Mando um dedo do meio de brincadeira e ela retribui. Eu amo a Max (apesar da gente viver brigando).

《.》

1 mês depois

Chegou o dia do grande festival. Nosso cartaz já está pronto faz tempo, mas sinto que falta alguma coisa. Eu e Will abrimos o cartaz, um de cada lado, para conferir se tudo estava certinho.

─ Não acha que falta alguma coisa? ─ pergunto para o Will, que estava segurando o outro lado do cartaz.

─ Já sei! ─ não passou nem meio segundo e ele largou o cartaz, indo à procura de algo.

Will voltou com um estojão de lápis de cor. Fico me perguntando se ele tinha deixado de colorir algo, mas vejo que tudo está pintado direitinho. Ele toma o cartaz da minha mão e começa a desenhar rostos familiares.

𝖡𝗈𝗒𝗌 𝗐𝗁𝗈 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝖻𝗈𝗒𝗌 | 𝖻𝗒𝗅𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora