13 - Linhas desconexas

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Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏ. ✓
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Enquanto os quatro garotos jogavam Mario Kart na sala de jogos, Jisung e Minho eram os únicos que estavam no quarto resolvendo o lance da entrega de cartas.

Claro, Han estava envergonhado, mas não deixaria um beijo estragar sua proximidade com ele, afinal, não foi tão fácil.

— Certo, e você quer que eu entregue o rascunho para um amigo desse Jeonghan ler a minha forma de escrita? Não acha que está sendo muito exigente não? – O castanho permanecia de braços cruzados.

— Sim, afinal, eu quero que fique tudo bem escrito.

— Está dizendo que eu não escrevo bem?

— Não.

— Céus, eu não te entendo Minho. – Suspirou. — Muito bem, e em qual prédio eu devo entregar?

— No dia que eu quero que entregue, Hyunjin combinou com ele para se encontrarem numa sala afastada do prédio de artes. Afinal, se você entregasse na sala dele viraria motivo de falações. Então Hyunjin vai te levar até lá.

— Sim... e qual dia quer que eu entregue?

— Esta sexta-feira.

— Já? – Viu o moreno assentir. — Tudo bem, acho que posso fazer isso.

Enquanto falavam sobre quando e à quem entregar a carta, por algum motivo o mais novo apenas fitava o chão e ocasionalmente parava de prestar atenção no que o Lee seguia a dizer.

— Ei, Jisung? Você está bem?

"Se ele gosta de outra pessoa, por que ele faz isso? Por que eu ainda insisto? Eu deveria parar?"

Sim, é só uma leve dor de cabeça, pode continuar falando. – Sorriu pequeno.

"Sexta-feira? Até eu vou conseguir sustentar e simular uma falsa calmaria? Céus, por que tudo conspira para me colocar envolta de Minho?"

Você concorda? – o mais velho perguntou.

— Uhum...

— Será assim então.

— Espera, o que?

— Não vou repetir duas vezes.

— É que eu não estava prestando atenção.

— E no que estava pensando a ponto de ser mais importante do que eu estava dizendo?

— É... eu? Então... Ah, eu 'tava pensando sobre a troca de cartas do Chan e o Seungmin nessa segunda-feira, por sinal, eu tenho que falar com eles... – Mentiu.

— Tem certeza?

— Sim, afinal, eu já entendi que o Hyunjin vai me levar até lá entregar o rascunho e depois a carta. Por sinal, quando é pra entregar o rascunho?

— Terça-feira. –

— Oi? E quem é o amigo do garoto que você está escrevendo a carta?

— Eu não lembro o nome, mas é um garoto do prédio de artes, Felix deve conhecer.

— Certo. — Pegou uma almofada e apoiou suas costas antes de fechar os olhos com o desejo de nunca ter aceitado ajudá-lo a escrever uma carta. Se soubesse que iria cair no charme do moreno, nunca teria aceitado seu beijo, mas era impossível não ceder à Lee Minho.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Sim.

"Não."

Eu só me preocupo muito quando o assunto é carta e juntar alguém. Isso 'tá começando a pesar. – Jisung continuou.

"Não, eu nunca me preocupei, muito menos sentia esse peso."

Enquanto isso, o Hwang estava indo para seu quarto, mas ao ouvir as vozes no cômodo ao lado, não conseguiu segurar sua vontade de ouvir a conversa.

Ouviu do início ao fim, até o silêncio se instalar no quarto.

"Certo, preciso avisar Felix."

Desceu as escadas e procurou pelo outro loiro que aparentemente ainda estava na sala de jogos.

— Conseguiu ouvir algo? – o australiano perguntou com o controle em mãos.

— Sim, tudo indo como o planejado. Mas parece que Jisung está começando a se sentir mal em estar perto de Minho, só de ficar perto da porta eu notei a atmosfera estranha. – Sentou-se na almofada.

— Isso vai machucá-lo, não vai? – Jeongin falou deitado de forma atravessada na poltrona. — Tipo, se você se apaixonasse por alguém e tivesse que ajudar essa pessoa hipoteticamente a se declarar para outra, obviamente o resultado não seria um dos melhores. Estou só avisando.

— Mas agora o caso é diferente. – Hwang cruzou os braços.

— Eu sinto que isso não vai ser muito bom para o Sung no início. – Felix suspirou, deixando o controle de lado.

O castanho apareceu cabisbaixo na sala de jogos e permaneceu em silêncio.

Os garotos presentes na sala se entreolharam enquanto Jeongin fez uma expressão de "eu avisei".

[...]

O Han passava o pincel no quadro sem ter noção do que estava tentando desenhar.

Fez uma linha inicialmente reta, no meio se tornava curva e no fim embaralhada.

Seu professor sempre o dizia que tudo que você faz, você inconscientemente coloca seus sentimentos naquilo.

E era exatamente aquilo.

Parecia impossível o poder que Minho tinha sobre a sua pessoa.

Ele desmontava seu coração e logo o remontava.

O que ele queria com tudo isso?

O que Jisung queria continuando a trilhar um caminho curvo e embaralhado?

O que ele ganharia?

Mas claro, por mais que o castanho estivesse machucado, o único remédio que funcionava para si era Lee Minho.

Ainda havia esperança.

Ele sentia que ainda poderia dar certo.

— Pausa de trinta minutos. – o professor se pronunciou. Alguns alunos saiam da sala, outros estavam debruçados e o restante continuava seus desenhos.

— Sung! Você não vai sair? – Seu amigo apareceu na porta da sala. Han se levantou lentamente e foi até ele. — Vamos, não fique com essa cara triste. – Abraçou o amigo.

— Mas Felix...

— Shh, não diga nada. Eu não sei o que pode estar acontecendo com você, mas te garanto que logo tudo vai se resolver.

— Como... como tem tanta certeza? –

— Eu sei que vai. Apenas acredite em mim. – Bagunçou os cabelos do castanho.

— Tudo bem, eu confio em você. – murmurou ainda cabisbaixo.

— Eu te pago um sorvete na cantina se você tirar essa cara de tristeza! – Viu o amigo sorrir. — Vamos!

O australiano se sentia mal por mentir para o seu melhor amigo.

Mas era por uma boa causa.

Apenas não gostava que essa era a única forma de dar certo.

Han JiSung, Sala Doze | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora