16 - Misótis

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Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏ. ✓
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Jisung encarava a entrada da sala de artes cênicas já faziam cinco minutos.

Estava com o rascunho em mãos, Felix disse que não poderia ir pois tinha que resolver alguns assuntos com Hyunjin e os garotos do prédio ao lado.

Respirou fundo e passou pelos portões, alguns cochichos aqui e ali sobre seu afastamento repentino de Minho e ele começar a andar com Yoon Jeonghan.

Viu o moreno e seu novo amigo em frente ao prédio de português, mas os ignorou antes que algo pudesse o atingir.

Entrou em seu edifício e subiu as escadas até o andar das artes cênicas, o australiano havia dado as informações para encontrar o garoto, então foi até a sala vinte e sete, algumas salas atrás da sala de Felix.

A sala estava quase cheia e aquilo desesperava o Han que ao aparecer na porta, os olhares se fixaram nele.

Claro, ele ainda não havia perdido sua fama.

Não conseguia mover um dedo sem ficar envergonhado, deveria chamar o garoto antes que saísse correndo dali.

— Quem é... hum... Kim... Kim Junkyu? — Avisou um garoto de cabelos morenos com um sorriso amigável se levantar e vir até o castanho. — Você é o amigo do Jeonghan, certo? — O outro assentiu.

— Sim, ele já recebeu várias cartas e na maioria das vezes as recusava pois é muito exigente em relação a isso. Então pedi para o Felix te contatar para me trazer o rascunho.

— Ah sim, entendo, aqui está. — Estendeu a cópia do rascunho. — Se não estiver bom, não me culpe, eu não estava nos meus melhores dias.

— Tudo bem, não vou cobrar de você. Você não ficou famoso na faculdade inteira por escrever mal, e sim por se esforçar em escrever as cartas. — Abriu o sorriso.

Sim, era aquilo que o castanho precisava ouvir.

Não importa quantos rumores contenham o seu nome.

Não importa se as pessoas tentarem difamar sua escrita.

Não importa se seu coração estivesse abalado.

Não importa se ele não encontrasse a saída.

Ele se esforçava, haviam pessoas que reconheciam seu esforço.

Haviam pessoas que o amavam.

Mas ele não sabia.

— Passei o olho por algumas linhas e já percebi que você realmente tem talento. Ele vai amar. — Dobrou o papel e guardou em seu bolso. — Obrigado, Jisung. Ou melhor, garoto da sala doze. — Riu.

— Não há de quê. — Devolveu o sorriso e saiu da porta da sala, seguindo o caminho para o seu corredor.

— Minho! Cara, você tem o rascunho inteiro, é só mudar umas coisinhas pra deixar com a sua personalidade. Não é a coisa mais difícil do mundo. — Changbin exclamava irritado, já era a segunda vez que repetia aquilo para o moreno.

— É a coisa mais difícil do mundo! Eu vou me formar em matemática, e não literatura, bobão! — Bufou.

— Então pergunta para o Chan o que ele fez para o Seungmin gamar tanto nele com umas palavrinhas. — Apontou para o casal que estava um pouco distante dali, estavam rindo e sorrindo, perdidos no próprio mundo.

— O que ele deve ter feito? — Lee perguntou já cansado de pensar no que escrever.

— Você usa sua mente para calcular contas, mas para escrever você deve usar seu coração e seus sentimentos.

— Uau, decidiu falar algo bonito, agora?

— E você? Decidiu se vai usar a mente ou o coração pra definir o que você está sentindo? — Sorriu vingativo. — "Jeonghan" iria rir de você se te visse nessa situação.

O moreno encarava o papel e o rascunho.

Ele passaria a limpo algumas coisas necessárias, o restante ele tentaria se esforçar para expressar o que sentia.

Como ele conseguiria colocar sentimentos em palavras? Parecia tão complicado.

O Han fazia aquilo sem esforço algum, mas como? As cartas que ele escrevia eram românticas, mas desde o ensino médio, Minho nunca havia o visto exageradamente apaixonado por alguém.

Nesse tempo que as pessoas o procuravam para se declarar com papel e palavras, como ele conseguia escrever frases tão perfeitas sem estar apaixonado?

Leu aquele rascunho novamente.

Ele escrevia, fazia cartas e juntava pessoas como se estivesse gostando de alguém, mas não estava.

Então por que o Lee mesmo apaixonado mal conseguia formular uma introdução?

Minho estava em um labirinto de Misótis.

E a saída era bloqueada por palavras que não conseguia dizer.

Palavras que estavam guardadas em seu coração.

Palavras que ele gostaria de dizer frente à frente ao destinatário da carta.

Frases, parágrafos, sentimentos que ele guardava em seu coração.

Estava tão bem guardado que sequer ele sabia expressar, não fazia idéia do que escrever, o que dizer.

Não importa quantos caminhos ele tente seguir.

Não importa quantas saídas ele encontre.

Jisung está em todas elas.

As espécies de flores não combinavam, tinham significados distintos.

Tulipas amarelas significavam amor sem esperanças.

Misótis significavam o amor verdadeiro, recordações e pensamentos.

O castanho estava sem esperanças.

Mas sim, era possível suas tulipas mudarem seu significado.

Tulipas também poderiam significar felicidade?

Seria possível?

Espere.

Vamos tirar essas interrogações.

Tulipas podem significar felicidade.

E, sim, era possível.

Han JiSung, Sala Doze | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora