Capítulo 4

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Elisa

Dias de luta, dias de Glória.

É o que a música canta dentro do metrô, enquanto cruzo toda a cidade de São Paulo, então começo a prestar atenção, no restante da letra que parece relatar tão bem a minha vida nesse momento. Claramente tirando os dias de glórias e substituído por mais dias de peleja.

Já que realmente em minha vida nem tudo acontece. Complementando! Nem tudo de bom, na verdade. E por mais que eu rale feito uma condenada, eu continuo no mesmo lugar, sem crescer ou evoluir.

E mesmo que a música fale que todos esforço e dedicação é preciso para realizar nossos sonhos, que nunca devemos desistir de onde queremos chegar, mesmo que tudo parece está dando errado.

A cada dia mais ficava difícil eu gritar :

Chupa mundo! Eu finalmente consegui! À medida que fazia alguma dancinha da vitória, mas para humilhante, já que minha cintura era um tanto dura para qualquer demonstração de movimento que fosse diferente de caminhar.

Olé, destino traiçoeiro. Desviando dos golpes da vida, como uma bela toureira e deixava o destino tonto, zarolho e comendo poeira.

Vá para marte Azar de uma figa. Bebendo o seu choro como se fosse uma taça de champagne. E sorrindo, quando fizesse cocegas em minha garganta. Como uma louca completamente embriagada.

Contudo, agora posso até mesmo vislumbrar o mundo rindo da minha cara de panaca, depois do destino me dar uma rasteira e o azar me abraçar tão forte junto ao chão, como se usasse uma camisa de força ligada a milhares de correntes saídas diretamente do fundo do poço.

Sorrio da minha desgraça, pois, rir é o melhor remédio.

Podem me tirar tudo que tenho

Só não podem me tirar as coisas boas

Que eu já fiz pra quem eu amo

E eu sou feliz e canto

O universo é uma canção

E eu vou que vou.

Eu vou vencer. Eu sei que vou.

Encosto minha cabeça na janela do metrô e fecho os olhos. Inspiro fundo, tentando pensar positivo e não desmoronar sob a pressão emocional. Se eu começasse a surtar tudo ficaria pior, eu me perderia, chutaria o balde e jogaria os papeis para cima, igual aquelas cenas de filmes onde a mocinha desiste de tudo. Mas o meu final não seria tão legal, não, e a mais terrível consequências , seria que titia Car iria acabar em uma clínica pública, malcuidada e com superlotação, ela até mesmo poderia piorar.

Sinto uma dor no peito. Não posso deixar isso acontecer.

Não!

Eu seria até capaz de trabalhar em dois empregos, vender tudo o que eu tenho, pedir esmolas ou o que estiver ao meu alcance para continuar a mantendo na clínica onde ela está agora.

Depois de mais uma hora, desço do metro na estação Morumbi, bairro onde fica a clínica onde titia Carmem está. Ontem, além da ligação informando do que ela tinha machucado o joelho durante uma caminhada. Graças a Deus a clínica agiu a tempo e nada agravara seu estado físico. Apenas uma bota ortopédica, que ela precisaria usar por cinco meses, a recepcionista informou que ela estava agitada, se recusando a participar das atividades em grupos, até mesmo comer ou fazer suas esculturas. O que me deixou muito preocupada e com um tanto de culpa, já que pôr está ocupada demais em meu emprego, eu não tivera tempo para fazer nenhuma visita rápida.

CASAMENTO ARRANJADO: O CEO E A ÓRFÃ. DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora