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Mauricio
Um mês depois....
O trânsito de São Paulo está infernal. Uma fila sem fim de carros, motos e caminhão se forma nas principais avenidas, devido à forte chuva que se iniciou durante a madrugada e se pendurou até as primeiras horas dessa manhã. O som das buzinas acaba com o meus nervos e aumenta ainda mais a minha dor de cabeça, como se tivesse dentro dela uma bola de aço imensa acertando e massacrando o meu cérebro. Se bem que uma grande parcela dessa tormenta se devia pela noite de ontem, que exagerei nas bebidas, parecia um viciado em álcool deixado sozinho em um bar, sem se importar com as consequências que teria que colher no dia seguinte. Agora estou aqui, com uma ressaca física e mental das piores que já tive, mas eu precisava disso, de um tempo sem pensar. Pelo menos passei algumas horas sem lembrar de como a minha vida está por um fio e tudo por conta de um testamento.
Aperto minhas mãos no volante tentando conter que esse pensamento volte a me atormentar, ao mesmo tempo que o meu celular começar a trocar de forma insistente, e eu não preciso olhar para ele para saber quem estar querendo falar loucamente comigo. Pois eu sei muito bem que estou atrasado, para a reunião mensal dos membros da comissão da F&D.
Bufo, apertando a buzina.
Tic.
Tac.
Verifico o relógio no painel do carro.
Uma hora e meia de atraso.
O quão perigoso isso pode ser?
Eu respondo. O mesmo que juntar um leão faminto e um filhote de gnu.
Em outra situação, possivelmente esse atraso não poderia me custar nada, apenas algumas olhadelas e julgamentos que nenhum teriam coragem de falar. Os executivos apenas poderiam me considerar, arrogante e ardiloso em suas mentes. E eu sequer me importaria, pois estaria no poder e em minha posição ninguém poderia dizer o que eu fazer.
A realidade, entretanto, é uma merda de elefante. Grande, fedida e muito difícil de limpar. Todos cairiam em cima de mim, como urubus em carniça, e o máximo que eu poderia fazer era dizer alguns xingamentos, algumas palavras grossas e duras, e eu não passaria de uma piada para todos eles.
Depois de mais alguns minutos, finalmente estaciono o meu carro em minha vaga na F&D. Quando saio, ajeito o meus cabelos com os dedos o máximo que eu posso para deixa-lo apresentável, abotoo os botões do meu terno e ajeito o nó na gravata.
Com o mal humor causado pela ressaca, entro na cabine de aço, digito o andar da cobertura, e o elevador começa a subir diretamente para o andar onde fica a sala de reuniões. Respiro fundo umas dez vez, inflando o peito. Ciente que vai ser difícil, mas que estar em situações desconfortáveis e desafiadoras é o que faço de melhor, eu prospero com elas.
Assim que dou o primeiro passo para dentro da sala de reuniões, umas oito cabeças se viram em minha direção. Todos os membros estão com os olhos bem focados em mim. Enquanto eu fico de pé, parado feito um fantoche imprestável desobediente que precisa pedir desculpas por ter ido contra os comando de seu manipulador.
— Você está atrasado, senhor Ferrer. Atrasos nunca é um bom pressagio nos mundos dos negócios.
David Alencar, dita firme, sentado na cadeira que fica na ponta da mesa. Sua expressão é de desagrado, bem próximo de uma condenação.
Como se eu fosse um criminoso, e ele o Deus da Justiça. Para o inferno, ele e sua lição de moral!
— Problemas acontecem, mas agora já estou aqui. — me limito a dizer.
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CASAMENTO ARRANJADO: O CEO E A ÓRFÃ. DEGUSTAÇÃO
RomanceUma jovem Órfã. Um CEO sem coração. Ela tem um sonho. Ele tem um objetivo. SIGAM https://www.instagram.com/sthefanebook/ Duas vidas ligadas em um casamento falso. Uma paixão avassaladora que vai coloca em dúvida tudo o que eles achavam que sabiam. ...