MAURICIO
— Senhor Ferrer, essa decisão não cabe a somente você. Todos os detalhes precisam ser aprovados pelos membros do conselho em votação.
Passo os meus dedos ritmadamente pela superfície brilhante da mesa de reunião de madeira escura. Antes de explicar para os dez pares de olhos que me olham, que um mais um são dois:
— Fechar parceria com a fábrica Amsterdam nos garantirá um crescimento maior do que estamos prevendo para todo o ano. Em dois anos, esses lucros duplicará, podendo atingir receitas incalculáveis. Não podemos simplesmente perder esse negócio por falta de votos a favor.
Um outro executivo entra na conversa com excessiva acidez:
— Senhor Ferrer, como bem sabe das regras da empresa. Não podemos fechar um negócio sem os votos suficientes, mesmo que segundos os seus levantamentos a F&D Indústria lucrará com essa parceria. Aconselho que levante todos os documentos necessários, estudos e outros clientes da Amsterdam para reunião do mês seguinte, quando todos os membros estiverem presentes, possamos fazer uma nova discussão sobre esse tema.
Encolho os meus dedos em punho me esforçando para conter a minha raiva. Reprimindo a vontade de gritar diversos tipos de xingamentos contra todos esses babacas, mantenho a minha voz baixa, mas não evito que a minha fúria seja refletida em minhas palavras.
— Vocês simplesmente irão jogar quinze milhões de reais fora?
Aperto tão forte minha caneta entre os dedos que fico surpreso quando ela não se parte ao meio.
— A decisão está tomada, senhor Ferrer. Esforce-se mais e, quem sabe, não podemos aprovar sua ideia no mês que vem.
— É isso?
— Sim. O conselho desse mês tomou essa decisão.
Minha mandíbula se aperta e deixo escapar lentamente o ar pelo meu nariz. Como um touro raivoso em um rodeio. Prestes a derrubar quem ouse o dominá-lo. O conselho de merdas, ignorantes e panacas, tenho vontade de gritar. Mas apenas estaria deixando palavras ao vento. Então me levanto rápido. Ficando ereto, olhando a todos os urubus a minha frente com uma expressão de contrariedade, os fuzilando.
— Se o conselho decidiu assim. Quem sou eu para ir contra.
David Alencar, um dos mais velhos do conselho e terceiro maior dono de ações, me olha com uma sobrancelha erguida.
— Cuidado com suas palavras e atitudes, senhor Ferrer. Lembre-se que na F&D Industria, somos a favor do respeito e acima de tudo do trabalho em equipe. Você ainda faz parte dela, e é uma parte importante.
Fico parado olhando para ele. Lutando contra a vontade de manda-lo se foder. Houve uma fase em minha vida, há um certo tempo atrás, que não pensaria duas vezes antes de fazer isso. Mas agora, evito qualquer reação que possa aumentar diante do conselho a minha incapacidade de liderança.
— Certo, o time sempre em primeiro lugar.
Balanço a cabeça e saio da sala de reuniões em direção a minha. Minutos depois, entro em meu escritório e bato a porta com força. Com certeza assustando a minha assistente. Mas não me importo e sigo a passos duros até a minha mesa, caindo como um peso morto em minha cadeira, levando as mãos até os meus cabelos com um forte desejo de puxá-los até que o fiasco de agora saia da minha cabeça junto com eles.
Mas nada adianta, a raiva ainda corre pelo meu sangue, causando pequenas explosões dentro de mim. É como se eu fosse um vulcão e estivesse pronto para entrar em atividade, com meu magma efervescente que destruiria quem ousasse chegar perto. Principalmente se fosse todos os membros do conselho, que me tratavam como um insignificante ou um despreparado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CASAMENTO ARRANJADO: O CEO E A ÓRFÃ. DEGUSTAÇÃO
RomanceUma jovem Órfã. Um CEO sem coração. Ela tem um sonho. Ele tem um objetivo. SIGAM https://www.instagram.com/sthefanebook/ Duas vidas ligadas em um casamento falso. Uma paixão avassaladora que vai coloca em dúvida tudo o que eles achavam que sabiam. ...