CASAMENTO ARRANJADO: O CEO E A ÓRFÃ. DEGUSTAÇÃO

Capítulo 9

Mauricio

— Nada ainda — Bufo, irritado.

Eu devia estar trabalhando, vendo alguns projetos ou simplesmente procurando novas opções de mercado para F&D, mas não. Estou a tarde toda aqui, um pouco agitado e de minuto e minuto olhando o meu celular, o qual a cada verificação eu o descarto sobre a mesa fazendo um barulho enorme. Que mesmo assim não consegue aplacar as ondas sonoras de exasperação que quebram dentro de mim, como um estampido de uma bala. Tudo porque eu ainda não tenho a resposta de Elisa Marinho.

Apenas uma semana havia se passado, para alguns podem ser um curto tempo. Mas para mim, era como se fosse uma eternidade. Ainda mais quando o tempo que tenho está se esgotando.

Impaciente, pego novamente o celular em minhas mãos, mesmo que ele não tenha vibrado o feito nenhum barulho de notificação sequer. Mas o meu eu, precisava se certificar que não havia nenhuma mensagem.

E como podem prever.

Nada!

Caramba!

Por que ela simplesmente não responde logo?

Porque você foi um hipócrita precipitado, ela tinha acabado de ser atropelada ao saber do testamento e você foi lá e não a deixou respirar direito, oferecendo um acordo de casamento. Queria o quê?

Talvez aqui, tenho que admitir que errei feio. Agi como um principiante. Um adolescente que se deixa ser levado pela emoção do momento. Eu deveria ter considerado me aproximar de outra forma. Ter conseguido sua confiança antes de enfiar minhas garras nela e fazer a proposta.

Quando foi que fui tão impulsivo assim?

Não precisa responder. Eu respondo: Nunca!

Nunca dei um passo errado, nunca fui impetuoso, tudo que já tinha feito na vida tinha sido pensando e planejado antes.

E vocês já sabem. O meu plano não funcionou. Podem rir de mim.

Tudo bem, eu estava otimista demais. Um cínico, para falar a verdade, mas é a minha chance. Eu assumi o risco, como um bom administrador. Então calculei uma situação onde somente haveria o preto e o branco. Como se fosse uma transação de negócio, uma reunião de interesses, que me possibilitaria lhe oferecer casamento sem a necessidade de ser real, seguindo todo meu plano de que se eu tinha que beijar o diabo para conseguir o que eu queria, pelo menos que fosse do meu jeito. Porém, tudo ainda estava escuro sem a sua resposta.

Elisa Marinho não agiu feito uma desesperada, como eu. Não caiu em minha lábia. E apesar que em alguns momentos ela pareceu vacilar com meu arrobo. E se demonstrou frágil e exposta com o tom de sua voz, mas em nenhum momento pareceu que ia ceder. Ela se manteve firme em sua negativa.

Como uma rocha, cheia de dinamites, prestes a explodir e desmoronar até a última partícula, mas de pé e imprevisível.

Com uma determinação forte e cruelmente honesta. Usando toda a sua dignidade para se defender da minha proposta.

Mas tudo isso eu já tinha visto em seus olhos.

Imagens de seus olhos grandes e azuis da cor do mar invadem a minha mente, me afogando neles e me prendendo no fundo. Não deixando que eu consiga pensar em outra coisa. Assim como a visão de seu corpo pequeno, que parecia delicado demais debaixo de suas roupas sociais. E não preciso dizer que a recordação de sua boca carnuda e de lábios rosados, é tão quente que me faz soltar um suspiro. A pele pálida e de toque suave, que pude comprovar quando toquei em sua mão e a segurei fez um espasmo percorrer meu corpo e causar um arrepio em minha espinha. Um choque que esfriou e esquentou duto dentro de mim. Me fazendo ter sensações que não sei dar significados, por que nunca as sentir.