capítulo 9🌔

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É....se ficasse mais um segundo naquele silêncio insuportável o garoto do Norte tinha certeza de que ia passar mal, talvez se tivesse uma queda de pressão ou um desmaio poderia ir pra casa e com toda certeza se livraria dessa conversa...nem tinha acontecido ainda porque o seu "pretendente" do Sul demorava a tomar a última gota de água do copo.

Se já estava ruim antes imagina quando ele bebeu a última gota.

Seu coração começou acelerar.

Suas mãos suaram.

Tudo ia dar errado, ele tinha certeza.

E então uma voz lhe chamou transmitindo tudo aquilo que mais tinha medo...paz e calma.

—Ei, você tá bem?— os olhos do outro estavam apertados em uma mistura distinta de preocupação e desconfiança.

—Am... tô.

Forçou um sorriso sem dentes.

—Tá.

—Eu só tenho uma pergunta.

O alfa disse com a voz grave e calma.

—Pergunta logo.

—Eu sou o escolhido de quê? Ou pra quê?— Era isso que faltava pro ômega ter um colapso nervoso. Sua cabeça estava girando e mesmo tendo a resposta na ponta da língua resolveu perguntar o que mais queria saber, mesmo que nunca fosse assumir isso.

—Eu respondo se você me responder uma coisa.

O alfa o encarou sério e com mais desconfiança do que já tinha mas suspirou e concordou com a cabeça.

—Você tá apaixonado por mim?— O alfa concertesa não esperava por aquela pergunta afirmava isso pela forma como os olhos pretos se arregalaram no final da frase.

—Não.

Disse simples e rápido mesmo que tenha engolido em seco depois.

—Então...eu...bom— Fechou os olhos com força antes de falar tudo de uma vez.— Eu tenho uma maldição, a maldição de Júmia e... você é o escolhido dela.

O outro parecia confuso e engoliu em seco.

—Eu sou escolhido pra quê? Não faz sentido se a maldição é sua.

—Eu não tenho culpa disso.

—Essa maldição é tipo uma prisão de sentimento, é por causa dela que quase ninguém sabia da minha existência até que meu pai tivesse cansado de governar todo o norte e me colocado no lugar dele...eu tinha medo de sair de casa e encontrar sem querer o alfa que é o amor da minha vida e saber que não vou poder ficar com ele. Por isso eu não saia de casa, não gostava de pessoas e ainda não gosto.

O alfa lhe olhava dentro dos olhos, estavam os dois ofegantes e nervosos.

—Essa merda diz que eu sou o amor da sua vida e a gente não vai poder ficar junto?— Ele perguntou um pouco alto, estava indignado.

—É basicamente isso.

Ele riu deixando Taehyung confuso e depois saiu da cozinha.

Eles tinham conversado mas e agora?

[...]

Sana e Jimim estavam andando pelo jardim praticamente roendo as unhas pra saber o que tinha acontecido na cozinha, os dois olhavam pra trás a cada dois passos mas não tinha nenhum movimento nem de Taehyung e muito menos de Jungkook.

—Que merda, já era pra eles terem se resolvido.

Sana se virou pra olhar o grávido com um bico nos lábios e riu, ela tinha certeza que o amigo estava nervoso mas não por preocupação com o outro amigo e sim porquê queria a cima de tudo saber o que estava acontecendo, era concertesa a pessoa mais fofoqueira que conhecia.

—Eles tão conversando. Vai demorar.

O loiro parou olhando em sua direção com os olhos arregalados.

—O quê? Vai demorar mais ainda?

Sana não se aguentou e riu de forma escandalosa recebendo um tapinha nas costas pelo baixinho buchudo do seu lado.

—Olha... Jajá eles vão sair.

O outro revirou os olhos e continuaram a andar lado a lado. Sana começou a comentar sobre um assunto aleatório pra distrair o amigo sobre o que acontecia na cozinha, era capaz dele parir ali no jardim mesmo.

Sentiu um aroma diferente e se virou para olhar, se deparou com Jihu tocando em algumas flores rosadas enquanto olhava pra Jimim. Discretamente se virou fingindo continuar a caminhada e sussurou apenas para que o loiro ouvisse.

—Jihu tá logo atrás da gente.— Ela disse com a voz irritada enquanto o baixinho suspirava.

—É só a gente voltar pra casa e fingir que não viu ele, segura na minha mão e apressa esse passo aí minha filha.— Sana soltou uma risadinha pegando na mão do loiro andando mais rápido em direção a porta que dava direto para uma sala.

— Falta pouco e-

—Ji!

Ouviram o grito de Jihu e mesmo assim continuaram andando como se nada tivesse acontecido.

—Ei, você tá mais lindo vestindo essa roupa azul.— Jihu parou na frente deles ofegante, denunciando de que havia corrido para alcança-los.

—Er....obrigado Jihu.

Ele sorriu fofo desviando seu olhar pra Sana que não tinha uma expressão bonita no rosto.

—Me desculpa senhor Jihu mas o Jimim está cansado e precisa descansar pra manter os bebês saudáveis se me der licença.— Sana puxou a mão do loiro que conteve a risada da cara de pamonha de Jihu.

—Não gosto dele.

Jimim riu.

—Eu sei disso.

A Maldição De Jumía🐺Onde histórias criam vida. Descubra agora