Castelo de Vidro - Capítulo 3

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Nota da autora (booh_Rogue): Chegueeei, com o maior capitulo que já escrevi. haha

Espero que gostem

Enjoy


Eu consigo, eu sei que consigo. Fala sério, sou uma Pergeron. Somos fadados ao sucesso. Não tem nada no mundo que eu não consiga. A não ser andar de ônibus, isso estou falhando miseravelmente.

Durante toda a semana que passou, eu tive problemas para entrar. E quando entrava, tinha problemas para sair. Victor não reclamava mais, porque para isso, ele precisaria falar comigo.

Eu passava maior parte do tempo na sala de arquivos. Como imaginei, ninguém entra naquele lugar. Ponto para a Georgia. O lugar estava irreconhecível, além de organizado, estava etiquetado e catalogado.

Mas de que adianta o meu intelecto e talento agora? Preciso entrar nesse ônibus, minha hora já está vencendo. Mas dessa vez, estou pronta e tenho um plano.

Quando o avistei, pude ouvir a trilha sonora de faroeste, o close em meus olhos e em seus faróis. Respirei fundo, curtindo os poucos segundos de ar fresco e livre de odores que ainda me restavam e me joguei de cabeça nessa nova aventura.

Fui levada para dentro do ônibus pelas pessoas a minha volta. Dentro de instantes, eu me vi cercada de gente. "Pense em coisas boas Georgia, pense em coisas boas. Logo essa viagem chega ao fim".

Fiquei ouvido a conversa alheia, mas não por escolha, e sim por falta de opção. As pessoas a minha volta conversavam tão alto, que outras começaram a entrar no assunto e dar sua opinião. Logo aquilo de tornaria em uma mesa redonda. Me recuso a participar disso.

O prédio ia se aproximando, e eu estava apenas na metade do ônibus. A adrenalina subindo pelo desafio de chegar a tempo. Ser educada agora não é uma opção. Usei o meu limitado conhecimento em luta e comecei a empurrar os fedorentinhos com os ombros, abraçada a minha bolsa com uma mão e usando a outra para me escorar. Conhece futebol americano? Exatamente a mesma coisa.

Cheguei ao final do ônibus puxei a cordinha bem a tempo de descer no ponto certo. Pulei para fora do ônibus, me sentindo uma borboleta saindo do casulo.

- Uhul! - gritei, erguendo os braços - consegui!

As pessoas a minha volta me olharam torto. Estou pouco me importando, eu venci a nave mãe. Respirei fundo e comecei minha caminhada orgulhosa para o DigZone. Entrei de queixo erguido, me sentindo linda e poderosa. Me juntei as pessoas que esperavam o elevador e fiquei cantarolando em minha cabeça.

O elevador chegou e todos entramos. Quando começou a esvaziar, pude finalmente me olhar no espelho. Eu estava toda descabelada.

- Merda - grunhi, correndo para refazer meu rabo de cavalo.

Cheguei logo depois de terminar. Fui até minha sala, ainda me sentindo satisfeita. Victor estava lá, lendo algo no computador.

- Finalmente chegou no horário - ele disse sem me olhar.

- Sai mais cedo de casa - falei - e eu tinha um plano.

Victor ergueu os olhos, espantado.

- Você veio de ônibus de novo? - perguntou, atônito.

- Sim. E venci os fedorentos dessa vez.

Contei uma versão resumida da minha aventura e tive o prazer de ver um sorriso em seus lábios.

Eu não via Victor sorrir para mim, ou sequer me olhar desde nosso incidente com meu pai na semana passada. E eu o entendo completamente, nem eu aguentava olhar para ele sem sentir minha pele esquentar por me lembrar da proximidade que chegamos um do outro.

Novos Começos - Saga Castelos [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora