Castelo de Cinzas - Capítulo 3

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Nota da autora (CarolMunhoz6): bom dia minhas lindas e meus lindos!

como passaram a semana?

eu adorei esse cap, ele tem uma reviravolta ....

e tem surpresa para vocês !!!

um Pov do nosso gato Rick!

bom, vamos a leitura?!


Pov. Henrique

Desde que Natalie entrou nas nossas vidas tenho percebido o quanto ela esta sucumbindo pouco a pouco, o que entristece minha mãe e me enfurece. Diversas vezes tentei impedir aquela loucura dela de se cortar, mas minha mãe não queria que eu me metesse. Claro que sabíamos que esse tempo todo ela se cortava. Desde o primeiro dia, quando entrei no banheiro e vi uma gota de sangue no chão e o vão do espelho com um relevo que constatei ser uma lamina após cortar meu dedo tentando tira-la de lá, avisei minha mãe e ficamos prestando atenção. Não íamos nos intrometer, mas pelo amor de Deus! Quatro meses e ela não parava com isso.

Vi então a oportunidade perfeita para fazê-la acordar. Minha mãe precisou viajar, então quando a Naty entrou no banheiro fiquei próximo à porta, escutei seu choro abafado pela musica, depois escutei o chuveiro, enquanto ouvia o som da agua caindo fiquei pensando no porque eu me sentia daquela forma perto dela. Toda vez que nos tocávamos era como se uma corrente elétrica atravessasse meu corpo e disparasse meu coração. Claro que eu sabia o que isso significava. Eu gostava dela. Mas não era certo era? Ela era minha prima, e eu não podia deixar as coisas irem para outro lado.

Mas não era tão fácil assim, toda vez que via o mínimo vislumbre de seus cabelos ruivos, sentia aquela necessidade de ficar perto, de abraçar.

Eu sabia que era errado. Que essa atração ainda me traria problemas, então como se eu pudesse afastar esse sentimento, eu tentava ser o mais imbecil possível com ela. E cada vez mais eu era atraído a ela.

Queria poder cuidar e proteger ela de todas as formas, mas só havia uma forma que eu podia fazer isso, eu teria de ser amigo dela, quando eu sabia que queria bem mais que isso.

Escutei a porta do banheiro se abrindo, me tirando dos meus pensamentos, ela estava de cabeça baixa, e como de costume com o moletom GAP, mangas compridas quase cobrindo as mãos. Ainda assim a visão era incrível, Natalie não tinha ideia de como ela era bonita, se tivesse não se maltratava dessa forma.

Ela não percebeu minha presença e se assustou quando segurei seu pulso, num movimento rápido puxei a manga do moletom para cima, expondo o curativo feito na pele recém-machucada. Não pude me conter.

- Que porra é essa Natalie? Que merda você estava pensando para fazer isso? Enlouqueceu? Fala logo porra! POR QUE. VOCE. FEZ. ISSO. NATALIE? - exaltei-me e gritei. Não queria que as coisas fossem para esse lado, mas não pude conter meu temperamento.

- Me solta seu ogro! Isso não é da sua conta! - ela gritou, mas seus olhos já denunciavam o quão estava assustada com a descoberta. Meu coração se apertou, aquela corrente estava ali, entre nós dois, e eu queria muito poder abraça-la, confortá-la da forma que fosse, queria poder tirar essa dor dela e trazer para mim. Ela estava surpresa com a descoberta, mas ela precisava saber que isso, essa loucura, não era algo que estava escondido.

- Natalie, isso é loucura, pra que chegar a tanto?! Acha que não sabíamos disso?- olhei bem fundo em seus olhos, tentando controlar a minha voz e a vontade de apertá-la em meus braços.

- Acha que é loucura? Isso se chama dor! -ela gritava - Uma dor que você nunca vai saber o que é! - disse puxando seu braço e virou-se como se estivesse indo para o seu quarto. Não podia deixar que ela saísse assim. Eu precisava que ela escutasse. E ao contrario do que ela pensa, eu sei bem como é essa dor, ela não sabe como foi difícil. Meu pai foi simplesmente assassinado a sangue frio. Foi doloroso. Mas eu superei. Como ela também vai superar.

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