• PRÓLOGO

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– E AÍ, VOCÊ QUER SE CASAR?

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– E AÍ, VOCÊ QUER SE CASAR?

Estou tão envolvida com o que deu errado no meu encontro de hoje à noite que mal escuto o que Noah está dizendo. E isso é dizer muito, porque
normalmente ele tem toda a minha atenção, não importa o que aconteça.

Acho que o jantar desta noite com o sr. Cara de Cu foi demais para mim. Ou seja, que tipo de cara usa uma gravata Ascot e cutuca o nariz na sua frente?

– Any – ele me chama no seu leve sotaque escocês, e por fim desvio os olhos das bolhas da minha cerveja para olhá-lo. Às vezes ele me faz pensar por que me dou ao trabalho de olhar para qualquer outra pessoa, de tão lindo que ele é.

Ele também é meu melhor amigo. E estou absolutamente certa de que ele
acabou de me pedir em casamento.

– O quê? – pergunto, tentando me assegurar de que não me enganei.

Ele sorri para mim. Preferia que não sorrisse. Às vezes, o sorriso dele rouba o ar dos meus pulmões. Não é exagero. É confuso, violento e abrupto, e preferia que isso não acontecesse porque, porra, gosto de respirar.

– Perguntei se você quer se casar – ele repete, e percebo que talvez tenha
ocorrido uma conversa de extrema importância sem que eu soubesse.

Também, Noah... casamento... Essas coisas não combinam.

– Hã – digo, desejando não sentir o calor subindo pro meu rosto. – Me casar? Com você?

Ele dá de ombros e toma um gole da cerveja do seu jeito descontraído. O bar está muito quieto a esta hora da noite, exceto pela música, a agressiva “King for a Day” do Faith No More, que Josh sempre toca quando quer que as pessoas vão embora.

Joshua Beauchamp, o dono de The Burgundy Lion, meu ex-namorado e melhor amigo de Noah, está dando uma geral, limpando as mesas e lançando olhares irritados para o grupo de quatro pessoas que está no canto, as únicas outras almas que sobraram no bar a dez minutos do fechamento.

– É, comigo – Noah diz por fim em tom casual, como se estivéssemos
resolvendo que filmes ver no final de semana. – Mas também estou dizendo em geral.

Olho para ele por alguns segundos.

Como sempre, parece autoconfiante,
passando os dedos ao longo da barba, enquanto me encara de volta. Noah e eu somos próximos, tão próximos quanto se pode ser num panorama puramente platônico de homem e mulher. Mas mesmo assim, nunca discutimos de verdade tópicos como este. Nossas vidas amorosas de merda, sim. Mas casamento e futuro, o que de fato queremos da vida? Não.

– Vamos esclarecer as coisas – digo, mas não consigo encontrar as palavras para continuar. Respiro fundo. – Você está me pedindo em casamento?

Ele suspira e se recosta na cadeira, um braço forte pendendo por cima do encosto, os dedos brincando com as pontas do meu cabelo recém-pintado de preto retinto.

se nada der certo até os 30, você se casa comigo? • Noany •Onde histórias criam vida. Descubra agora