capítulo 5

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EM MINHA PRIMEIRA SEMANA DE 29 ANOS, e segunda como proprietária de um pequeno negócio, me pergunto se estraguei uma das melhores amizades que já tive

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EM MINHA PRIMEIRA SEMANA DE 29 ANOS, e segunda como proprietária de um pequeno negócio, me pergunto se estraguei uma das melhores amizades que já tive.

Não, não entre mim e Josh, ainda que ele tivesse sido a causa.

Estou falando entre mim e Noah.

Mandei-lhe uma mensagem de texto a respeito de Nadine, logo depois de ter dormido com Josh, mas não recebi
resposta. Depois, chegou segunda-feira e tentei de novo. Sem resposta. O Facebook, o velho e bom Facebook, me disse que ele estava on-line comentando posts, e a página de Nadine disse que sua cirurgia havia transcorrido bem (“A porra
do apêndice horroroso se foi”, dizia seu status), mas eu não estava recebendo nenhuma resposta.

Então, comecei a me preocupar.

Comecei a pensar que talvez Josh tivesse contado a Noah o que acontecera, talvez distorcesse a história para parecer que eu o havia seduzido e estragado nossa amizade, que agora Josh já não pudesse
conversar comigo por uma questão de solidariedade, que tudo tivesse dançado.

Na terça, porém, Noah me telefonou do nada, perguntando se eu queria
assistir a um filme com ele e Josh, e comer alguma coisa antes. Pediu desculpas pelas mensagens, quando toquei no assunto, mas disse que tinha acabado a bateria do seu celular e que estivera com Nadine o tempo todo nos últimos dias. Além disso, ela usa um Android.

Ele tem um iPhone.

Eu também.

Eles não podem usar o carregador de celular um do outro. Mas nós podíamos.

Não que isso signifique alguma coisa.

Estou supertensa quando Noah para o jipe junto à calçada. Enquanto desço a inclinada entrada de carro de casa, recebendo a onda de calor do outono que me faz suar nas botas de fivela de couro cor de oliva (novidade na loja), jeans e blusa com manga morcego, vejo Josh no banco de passageiro.
Isto vai ser esquisito.

Para minha surpresa, no entanto, ele sai, levanta o banco e vai para trás, no momento em que chego à porta.

– Obrigada – digo, tentando não analisar seu rosto para ver como está se sentindo e o que mudou entre nós, se é que mudou alguma coisa.

– Tranquilo – é a resposta de Josh, o mesmo tipo de resposta que teria me
dado na semana passada, antes do sexo.

Isso significa que está tranquilo?

Assim, em todo sentido?

Entro, ponho o cinto e olho para Noah. Está sorrindo para mim, suas covinhas aparecendo no rosto com barba de três dias, os olhos cintilando naquele jeito de caubói de Hollywood, que sugeria ter uma vida secreta escandalosa quando as câmeras não estavam filmando.

– Baby Blue – ele diz naquele maravilhoso, tesudo, que-sorte-eu-tenho-de-
ouvir-este sotaque. – Feliz aniversário, porra! Sinto muito não ter podido estar lá.

se nada der certo até os 30, você se casa comigo? • Noany •Onde histórias criam vida. Descubra agora