capítulo 25

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FICO DUAS SEMANAS NO HOSPITAL

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FICO DUAS SEMANAS NO HOSPITAL.

Duas semanas de merda, com tédio, formigamento, luzes florescentes, enfermeiras mal-humoradas e comida horrorosa. Duas semanas de merda de puro inferno.

Isso, porém, me dá duas semanas de merda para pensar. Para pensar em Josh e no que ele me contou. Para pensar no que minha mãe – que começou a me visitar todos os dias, às vezes bêbada, mas sempre simpática – me aconselhou.

Duas semanas inteiras para pensar em Any. Para decidir voltar para São
Francisco, recuperar meu antigo trabalho e meus dois melhores amigos. Mas, principalmente, recuperar Any. Porque não faria sentido ter um coração se não fosse usá-lo do jeito certo. Se eu estava disposto a arriscar o pescoço de novo e voltar para o céu, mesmo depois de tudo o que aconteceu, sobrevivendo às piores circunstâncias, então não haveria motivo de não fazer o mesmo por ela, por nós.

Não importa se ela não sentir a mesma coisa. Não importa se não me amar mais, se nunca me perdoar. Só importa que eu tente. Arrisquei tudo antes com ela e fracassei conosco. Não vou deixar que se repita.

Então, é claro, essas duas semanas de merda me trouxeram próximo ao meu aniversário. Meu 31º aniversário.
É amanhã. E isso significa que tenho um dia antes que nosso pacto termine.

Não me esqueci dele. Ficou na minha cabeça o tempo todo. É claro que é tudo uma bobagem, mas para mim ainda é bem real. Desde que nós dois continuemos solteiros, desde que ainda tenhamos 30 anos, vou me casar com essa mulher. Ou, no mínimo, tentar.

Ainda que tivesse planos de atravessar o país com a minha tralha, mais uma vez está tudo no bagageiro de uma van de mudanças, indo para São Francisco. Desta vez, contudo, Bram é quem está dirigindo. Ele se ofereceu e eu não iria recusar. Acho
que ele estava procurando uma desculpa para deixar Manhattan, e eu não ficaria surpreso se acabasse se instalando em São Francisco. Ele não ficaria comigo, é claro.

Consegui voltar para meu velho apartamento. Este tempo todo em que esteve à venda, não recebeu nenhuma oferta. Se Bram resolver ficar na cidade, reconheço que vai ser legal. Nos aproximamos muito nos últimos meses. Ele não é um puta de um babaca como eu pensava. Talvez um babaquinha, um babaca de bolso.

Ao chegar em São Francisco, não tenho minha estratégia muito clara.

Tive um voo inteirinho para pensar a respeito, mas estava passando um monte de filmes bons que eu queria ver.

Agora estou chamando um táxi. As muletas, por causa da minha perna
engessada, dificultam. Não posso me inclinar por causa das minhas costelas, e não posso usar muito o braço. Por sorte, o taxista é um cara legal e me ajuda. Detesto me sentir tão imóvel. Quando ele me pergunta aonde quero ir, me dá um branco.

Não falei com Josh nem Any desde que deixaram Nova York, então não faço ideia de onde estão ou se sabem que estou aqui.

Faço o táxi me levar primeiro para o apartamento de Any, e peço que
espere um pouquinho. Isto pode levar um tempo. O anel que trouxe para ela da Tiffany’s parece queimar no bolso do meu jeans. Não faço a mínima ideia do que dizer ou fazer, e não sei quanto tempo o táxi vai esperar se ela estiver em casa.

se nada der certo até os 30, você se casa comigo? • Noany •Onde histórias criam vida. Descubra agora