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-Porque é que eles não juntam as raparigas com os rapazes?

-Há rumores, mas eu própria não sei de muito.

Ajeitei-me no banco para conseguir ver melhor a Olivia.

-Bom, sou todo ouvidos.

-Esta escola não é muito boa, antes, quando se misturavam raparigas e rapazes... Bom, havia rumores de que um grupo de pessoas, acho que eram três rapazes e duas raparigas, iam de apartamento a apartamento e matavam as pessoas... Mas das piores formas possíveis, faziam-nas sofrer e desmembravam-nas, aparecia membros delas nos corredores, sangue nas paredes e mensagens nos cacifos, por momentos pensou-se realmente em fechar a escola.

-E depois?- O Oli juntou-se- O que é que aconteceu com esse grupo?

-Não sei, há um branco na história da escola.

-Oh, assim não, Olivia, matas-nos de curiosidade.

-Eu tentei saber, no ano passado, era cusca, mas nunca fiquei a descobrir nada.

-E se tentarmos investigar?

-Não vai dar em nada, Oliver, nunca saberemos o que aconteceu. Mas ao menos agora estamos em segurança.

-Esta escola dá-me arrepios- A Nila acabou por confessar, eu assenti.

-Concordo contigo, Nila.

***

-Vamos convidar as raparigas?

-Não deixam, Oli não sejas louco, seremos suspensos.

-Vamos, ninguém repara.

-Oliver, não, nós nem sabemos onde é que cada uma mora.

-Moram juntas, trocaram secretamente uma vez que a parceira da Nila nunca apareceu, vá, eu sei onde elas moram.

-Oliver, eu queria um ano sem estresse.

-Oh, para com isso, como se fosses muito certinho. Tira esse rabo do sofá e vem comigo, vamos convidá-las.

Suspirei, levantei-me e caminhei para o quarto para trocar de roupa.

-Olha, ficas-me a dever uma, se gostas da Olivia, então força nisso guerreiro, mas não tentes nada comigo.

-Eu não tento.

-Não estou a brincar- Parei e olhei-lhe no fundo dos olhos- Não tentes.

-Ok, credo, Louis. Não é preciso ficares tão sério.

Tentei ajeitar o meu cabelo no espelho, o que não correu muito bem, mas paciência.

-Se formos apanhados eu fujo e culpo-te, sou mais rápido.

-Que belo amigo.

-Sei que sou, Oli, sei que sou.

Coloquei o capuz, já estava de noite, mas os postes brilhavam e nós conseguíamos ser vistos. Lá no fundo, bem no fundo via as grades da escola interna em que estávamos e, se estivesse de dia, conseguiria ver a outra escola.

-Vamos, é por aqui.

Puxou-me pela manga, ok, estava a andar muito devagar.

-Calma, Oliver.

-Hum?

-Estás a ouvir?

-Não sejas medricas, Louis, vem.

-Não, a sério, cala-te!

Puxei-o para dentro dos arbustos e caminhei um pouco a seguir o barulho.

O lado negro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora