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Ele abriu a porta do meu quarto, fiquei confuso para dizer a verdade, ele parecia ansioso e não num bom sentido...

-Harry? Está tudo bem?

Tirei os lençóis que me tapavam, sentei-me, esfreguei os olhos e passei a mão pelo cabelo.

-Louis...

Inspirei fundo acordando um pouco.

-Eu.

Ele encostou a porta e caminhou até mim.

-Sabes... O que é sentir?

-Hum... Sentir o quê? Estás bem?

Levantei-me e aproximei-me dele olhando-lhe intensamente para me certificar de que ele não estava nem drogado nem bêbado.

-Sentir o amor...

-Sei?

-É que eu senti... E foi a coisa mais linda do mundo... Foi como se no meio de uma tempestade que tornou os céus negros e o caminho impercetível, como se um raio de sol se tivesse infiltrado no meio e me dissesse que tudo ficaria melhor... Faz sentido?

-Claro que faz. Mas... Eu não quero ser rude, mas...- Olhei para o relógio que estava na mesinha de cabeceira ao lado da cama- São quatro e vinte e oito da manhã...

-Acordei-te, não foi?

-Não faz mal... Só... Porquê isto agora?

Ele examinou-me com precaução, depois subiu a sua mão e penteou-me o cabelo com a ponta dos seus delicados dedos.

-Como é que é amar alguém, Louis?- Sussurrou baixinho, ainda atento ao cabelo.

-Eu... Não sei... Bom, não sei explicar... O amor não é algo que possa ser resumido a uma dúzia de palavras, ou algo como "um sentimento lindo", nem por isso, amor é daquelas coisas que não podes descrever, apenas sentir.

-Tu.... Sentes?

-Eu...- Suspirei e olhei ao redor- Claro que sinto, Harry. Mas tens mesmo a certeza de que estás bem?

-Sim, porquê?

-Porque é de madrugada.

-Tu... Hum...

-Sim?

Ele inspirou fundo, deixou as suas mãos caírem ao lado do seu corpo.

-Tu sentes?

-O quê?

-Amor?

-Claro que sim.

-Não...- Fitou-me e murmurou ainda mais baixinho, dando um mini passo até os nossos peitorais se encontrarem um com o outro- Tu sentes amor por mim?

-Oh... Harry, eu... Quer dizer, claro que sinto, és meu amigo, e-

-Eu não me refiro a esse tipo de amor...

-Então.... A que te referes?

Pareceu impaciente, fechou os olhos fortemente e caminhou para longe de mim até uma janela e ficar ali de costas.

-Sabes... Uma tulipa vermelha significa amor eterno... E tu não tens noção do impacto que causas em mim quando dizes certas coisas... E... Tu reparaste que eu estava mal na hora do almoço, mesmo tendo-te dito que estava bem... Quer dizer, tu optaste por comer uma tosta em cima do carro, em vez de comer um bom bife num restaurante, só por minha causa-

O lado negro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora