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Confesso que foi uma seca.

No dia seguinte não esperava visita do Harry, não aumentei as espectativas a esse ponto, sabia que ele não viria, e era ok.

No dia após, decidi ir à biblioteca, talvez a encontrasse... Mas nem isso... Pensei em tentar ir falar com ela, ir até ao seu apartamento, mas não quero ser invasivo...

No terceiro dia fiquei em casa, dormi a maior parte do tempo, fiquei no telemóvel a ver o que as pessoas publicavam e onde estavam, continuava sem sinal de todos.

No quarto dia reparei que estava sozinho... Não quero ser insistente, por isso fiquei na minha... Descobri que a Liv e a Ni foram viajar juntas e continuava sem notícia do Oli, o Harry, também não o vi durante estes últimos dias, mas, de qualquer forma, também mal saí de casa, logo não poderia esperar muito.

No quinto dia chorei um pouco, apenas para me aliviar, sentia-me solitário, e não fiz nada para mudar isso... Talvez se tivesse convidado alguém as coisas tivessem mudado...

Até ao sexto dia...

Estava a fazer pouco mais do costume, com um pijama, o cabelo despenteado, a comer um pacote de bolachas e jogar um jogo.

Já estava de noite, mas como passei mais de metade do dia a dormir, agora estava longe de ter sono.

E assim fiquei até baterem à porta... Era ele...

-Oh, olá, Harry.

Passei a mão pelo cabelo, estava num estado crítico.

-Posso entrar?

-Está uma confusão, mas à vontade.

Ele fechou a porta atrás de si, eu fui rapidamente à cozinha lavar as mãos e aproveitei para tentar pentear o cabelo e ajeitar-me.

-Queres comer ou beber algo?

-O Oliver ainda não voltou?

-Nem por isso...

Ele apareceu na porta da cozinha, encostou-se nela e ficou-me a observar.

-Hum... Tentaste contactá-lo?

-Sim, ele não responde, não está online.

-Não estás preocupado?

-Claro que estou, é o meu melhor amigo. Mas eu conheço-o, quando temos discussões maiores ele desaparece para desanuviar a cabeça, mas regressa sempre.

-Hum...

-Não me chegaste a responder, queres algo para comer ou beber?

-Não obrigado, estou bem.

Ele estava tranquilo... O que era estranho e quase que me fazia temer, não era comum vê-lo assim... E normalmente quando ele parecia mais tranquilo era quando estava de pantanas.

Fomos para a sala.

-Hum... Porque vieste cá?

-Estava a pensar em ti, então decidi vir.

-Oh... Ok, mas está tudo bem?

-Não precisas de ser o meu psicólogo.

-Não o quero quer. Mas importo-me contigo, então pergunto-te se está tudo bem.

Ele abanou os ombros.

-Eu...- Olhou ao redor à procura da palavra- Vou vivendo.

-Hum, senta-te, ou faz o que bem entenderes.

O lado negro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora