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Inspirei fundo, dei um rápido beijo à Nila e levantei-me.

-Onde vais?

-Tomar banho.

-Hum, ok.

Apanhei as roupas do chão e coloquei-as para lavar, andei nu até à casa de banho, preparei a toalha, nada mais e entrei. Deixei-me perder nos meus pensamentos, enquanto a água me acertava em cheio.

O que se passa comigo... Porque é que já não sinto com tanta intensidade as "borboletas"? Será que o fogo da relação está a desaparecer com o tempo? Mas não, não era suposto, um relacionamento saudável não perde a sua essência, o que se passa comigo...

Por acaso tenho de ir ver o Harry um dia destes, não falámos há alguns dias, também precisava de aproveitar tempo, agora que o meu melhor amigo voltou e estamos os quatro bem... Tenho de aproveitar.

Após me limpar todo, permaneci encostado à parede com a água, pelo menos uns quantos segundos, enquanto suspirava e raciocinava a minha existência, nada de novo.

Sequei o cabelo, fazendo-o ficar péssimo. Sequei o corpo e enrolei a toalha ao redor da cintura, abri a porta para não ficar tão abafado e caminhei até ao quarto.

-Vais a algum lado?

-Não sei, porquê?

Tirei a toalha e vesti uns bóxeres, ela não parecia muito contente, por favor, que não comece com ataques de ciúmes, porque criou um cenário na cabeça.

-Louis, quem é que vais ver?

-Eu?- Franzi as sobrancelhas confuso- Ninguém, porquê?

Tirou o meu telemóvel de baixo da sua almofada, oh ok, enquanto eu tomava banho ela estava a mexer no meu telemóvel, não que me chateie, não tenho nada a esconder, mas e a confiança? Onde fica?

-Estás-me a trair?!

-Perdão?- Esbugalhei os olhos e quase que me ri, era só ridículo aquela afirmação.

-Quem é a rapariga, Louis?

-Ninguém! Qual é o problema agora?

Esfreguei novamente o cabelo com a toalha e procurei uns calções.

-Quem é a merda da rapariga, Louis?

-Porra, foste ao meu telemóvel, Nila, então podes ver claramente que não há nenhuma rapariga.

-Claro, então não salvaste o número dela, para eu não descobrir quem é a cabra!

-Hãn? De que falas?

Procurei uma t-shirt, enquanto ficava cada vez mais confuso com aquilo.

-Tu és nojento, Louis.

-Desculpa? O que te deu? Eu não fiz nada de mal!

Ela levantou-se e começou a vestir as suas roupas.

-Não me olhes mais na cara.

-Qual é o problema agora?

Ela riu-se.

-O problema, dizes tu.

Fechou o vestido e ajeitou o cabelo.

-Sim, qual é o problema? Porque eu não fiz nada, então quero entender o motivo desse ataque de ciúmes sem sentido.

O lado negro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora