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Estava farto, caminhei bruscamente, aconcheguei-me na sweat e mesmo tendo o Oliver insistido comigo não foi o suficiente para me travar de ir.

Admirei-me quando, ao bater à porta ninguém me recebeu, e eu bem que esperei. Agradeci aos céus quando não ouvi pessoas lá dentro. Acabei por colocar a mão na manivela e ficar chocado ao ver que a porta não estava trancada.

Sei que não devia, e talvez se soubesse o que iria acontecer, nunca teria aberto aquela porta, nunca teria entrado... E talvez a história fosse ser completamente diferente do que foi...

Encostei com cuidado, ninguém... A casa limpa e ninguém. Senti um peso na consciência, devia sair, mas não saí, em vez disso fechei a porta com cuidado para não fazer barulho.

-Um segundo.

Merda... Havia alguém em casa, corri para a cozinha, o local mais coberto, o Harry passou pelo corredor e entrou no seu quarto, estava escuro, foi tudo o que vi, escuridão, depois fechou a porta e deixei de o ouvir.

Louis, o que raio é que estás a fazer? Volta para o teu apartamento, vais criar merdas e com sorte ele aparece com uma arma, ou algo bizarro desse género, pois bem, eu não prestei atenção aos avisos da minha mente...

Então, com cautela e a respirar fundo umas três vezes antes de me certificar do que estava a fazer, olhei ao redor para garantir que não havia mesmo mais ninguém em casa e abri ligeiramente a porta.

Acabei por entrar, ele veria a luz do corredor, sentei-me num canto e não se via nada, bom... Nada exceto a luz do computador sobre o Harry. Estava de fones, mas parecia falar com alguém.

-Consegues ver bem?

Fez um pequeno sorriso, afastou um pouco o computador de si, sobre a cama, olhou ao redor para ter a certeza de que ninguém lá estava, eu só não fui apanhado devido à tamanha escuridão que se alastrava pelo quarto.

E... Bom... Momentos depois vi a sua blusa ser retirada, ele vestia uma espécie de body, mas o destaque da fraca luz branca, tornava a sua pele mais atraente e os músculos mais definidos.

Passou a ponta dos dedos pela renda no seu corpo e sorriu.

-Gostas é? Vejo a tua mão a mexer, permiti?

Riu-se, levantou-se e numa espécie de pequenina dança foi retirando os seus calções, dando-me a visão final do body que era fino na parte detrás e volumoso na parte da frente. Voltou a sentar-se com um pequeno sorriso, ajeitou o computador e colocou uma máscara, apenas para tapar os olhos, a combinar com a roupa, que nem sei se chamo de roupa ou trapos, acho que é daquelas coisas que se compra para excitar o parceiro, mas quem raios é que está do outro lado do ecrã?

-A minha cara? Não, tu sabes as regras...

Voltou a sorrir, passou a mão pelo seu corpo e olhou para o ecrã.

-Mais dinheiro? Não, isso não resulta comigo.

E agora? Eu quero ir embora, mas como faço para ele não reparar? Merda... Dei um passo agachado e claro que isso foi o suficiente para ele sentir a presença de alguém, joelho de merda...

-Hum... Sim está, podemos... Adiar? Reagendamos... Sim, para mais tarde... Ok, eu compreendo... Sim, tirarei a roupa... Ok... Hmm-hmm... Ok...

E pouco depois tirou os fones, olhou para a escuridão exatamente onde eu estava e fechou o computador ficando tudo completamente às escuras. Ouvi um ou outro barulho e depois deixei de ouvir.

O lado negro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora