04. Acordos

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Nos vemos lá em baixo!


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O homem sentado naquela mesa era bonito de um jeito assustador. Ele tinha lábios grossos, olhos redondos e nenhuma olheira. A pele era bonita e bem cuidada, ele era alto e seu corpo parecia musculoso mesmo embaixo das camadas grossas de tecido que o protegiam do frio. O cabelo escuro estava penteado para trás e ele bebericava o café com a educação de um lorde. Conforme ele levantava o braço para levar a bebida até os lábios, era possível ver o relógio caro preso ao pulso forte, e subindo pelos dedos grossos e calejados - provavelmente pela academia, considerou Changkyun - havia ela: a aliança dourada, grossa e imponente, entregando ao atendente o que ele já sabia desde o primeiro momento.

Esta observação deixou o corpo todo de Changkyun gelado. A mão suada foi limpa no avental branco e ele sentia tantas coisas ao mesmo tempo que os tons de vermelho pareciam mais intensos, a dor de cabeça mais forte e tudo ao seu redor parecia feito de gelo.

Seu cérebro analítico rapidamente fez um cálculo simples: havia dois motivos pelo qual aquele homem poderia tê-lo procurado. A primeira era a possibilidade daquele ser o indivíduo do casal com quem havia desencadeado, e tinha voltado para conversarem sobre o que fazer sobre o fato de ser casado. A aliança em seu dedo entregava que o relacionamento continuava, e a possibilidade de ser convidado a se tornar amante era tão ruim quanto a perspectiva de poder destruir o casamento de alguém que sequer conhecia, por algo que não controlava e não tinha tido chance de escolher.

A segunda opção - e ainda mais aterrorizante, considerando o tamanho daquele homem - era que aquele era o não desencadeado, um marido ansioso que havia vindo para ameaçá-lo em seu lugar de trabalho e exigir que ele ficasse longe de seu par, coisa que Changkyun faria, sim, com certeza, obrigado.

Apesar disso, não sabia se aquela conversa seria amigável, se o homem estaria disposto a ouvi-lo ou se teria que utilizar o dinheiro guardado para pagar um bom dentista depois dele lhe arrancar alguns dentes. A ansiedade, no entanto, sequer permitiu que Changkyun pensasse em uma terceira opção, uma bastante provável que era a do homem ser minimamente decente e não estar ali para tratá-lo como um pedaço de carne ou um destruidor de lares; por isso, ele continuou tremendo até levantar os olhos para Minhyuk mais uma vez.

— Você disse a ele que eu estaria aqui hoje? — O outro assentiu e Changkyun gemeu de desespero — Você sabe que eu não queria ter contato, hyung...

O loiro revirou os olhos.

— Então diga isso ao bofe gostoso ali! — Indicou mais uma vez e Changkyun segurou sua mão com uma velocidade surpreendente — Changgie, é sério, querendo ou não agora vocês tem coisas para resolver, vão ter que conversar sobre isso em algum momento e se você quer dispensá-lo, então que faça isso logo e siga sua vida de uma cor só.

— Hyung, você não sabe se foi com ele que eu desencadeei, e se ele estiver aqui pra brigar porque eu sou a alma gêmea do marido dele?

— Então você vai explicar para ele a mesma coisa que explicou para mim e para o Jooheon. Você vai dizer que não tem a intenção de surrupiar o boy de ninguém, que deseja felicidades e que está bem vivendo essa sua vidinha de sempre — Cutucou e Changkyun arqueou a sobrancelha em sua direção, captando a indireta — E se ele tentar partir pra baixaria eu o boto pra fora a pontapés, por que ninguém toca nos meus amigos.

TERCEIRO TOM | changkihoOnde histórias criam vida. Descubra agora