TERCEIRO TOM | changkiho

13. Diálogo

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Nos vemos lá em baixo!

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Changkyun estava com uma toalha branca e felpuda na cabeça, o corpo cheirando a sabonete e a água do lámen fervendo no fogão. O banheiro ainda tinha vapor, a pele algumas gotículas de água e a chamada de vídeo apitou no exato momento em que ele colocou o macarrão para cozinhar. Por um momento ele estranhou, mas sorriu largo no imediato minuto que viu o nome de Eunseo apitando na tela.

Em casa eram três. Todos nascidos e criados na Coreia, mas o único que permanecia nela era Changkyun, que ainda era estudante. Bible era o mais velho, havia se formado em engenharia civil e se mudou para fazer doutorado na Tailândia, onde acabou encontrando sua alma gêmea e se casou. Ele havia conseguido uma vida estável por lá, teve dois filhos que eram o amor da vida de Changkyun e vinha uma vez por ano, no natal.

Eunseo era a filha do meio e de longe a melhor amiga de Changkyun, já que tinham apenas dois anos de diferença um do outro, o que era muito pouco perto da diferença de quase seis anos de Bible. Eles cresceram juntos, estudaram nas mesmas escolas, mas tiveram que se separar quando Eunseo passou em um teste de uma escola de Ballet no Japão. Ela havia se mudado há um ano e não tinha um único dia que Changkyun não sentisse falta dela.

Mas é claro que nunca a diria isso diretamente.

— Eu sabia que você não conseguia viver sem mim — Brincou assim que a atendeu e a garota imediatamente revirou os olhos.

— Vou desligar.

— Não vai não! — Ele brincou, apoiando o celular em um dos armários abertos para continuar cozinhando — Eu bem estava querendo uma companhia para jantar.

— Me diz que não é lámen de novo! — Changkyun a olhou de forma culpada — Changkyun!

— Desculpa! Desculpa, eu juro que é a primeira vez essa semana — Ela arqueou a sobrancelha através da tela — Eu juro! Ontem eu comi bulgogi que o Minhyuk-hyung fez pra mim.

— Eu devia ter te ensinado a cozinhar antes de vir embora — Resmungou — Sua alimentação é muito ruim, Chang, precisa comer melhor.

— Você e a Dahye seriam melhores amigas.

— Toda vez que você fala dessa mulher eu fico com ódio dela ter desencadeado com aquele feio — Eunseo reclamou e Changkyun abriu a boca, indignado — O que foi? Ela é uma deusa e ele é feio, eu seria muito melhor.

— Eunseo, você seria melhor que absolutamente qualquer homem que pisa ou já pisou nessa terra, essa é uma comparação injusta — Ela abriu a boca, mas ele continuou — E não adianta se gabar, ela é muita areia pro seu caminhão minúsculo. A diferença é que você é mulher e mulheres são naturalmente superiores.

— Eu te criei tão bem...

A voz soava orgulhosa e Changkyun revirou os olhos, querendo rir. Todas as mulheres que já cruzaram sua vida foram absolutamente maravilhosas e ele só sabia enchê-las de elogios, desde a mulher que o criou, até a avó que esteve presente, a irmã, a cunhada, suas melhores amigas. Era por isso que não se arrependia.

Eram superiores mesmo, inclusive na hora de botá-lo nos trilhos e lhe aconselharem da melhor maneira possível.

— Como estão as coisas por aí?

— O Japão é lindo, até o momento que descobrem que eu sou Coreana. Esse é um país que consegue ser mais xenofóbico que o nosso, e eu passei por alguns perrengues, mas fiz bons colegas e estou contente com todas as oportunidades — Ela havia colocado o celular no chão e estava sentava sobre um tapete de exercícios enquanto se alongava, as polainas pretas cobrindo as batatas das pernas e a bermuda de lycra da mesma cor cobria as coxas finas de bailarina — Mas e você? Tenho te sentido ansioso e distante nas últimas ligações, foi até por isso que te liguei... fiquei preocupada. Problemas com a faculdade?