18. Sentimentos

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[Sem betagem]

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Jooheon estava deitado no tapete da sala, completamente imóvel enquanto encarava o teto. Os olhos estavam ardendo e vermelhos, o rosto todo estava inchado e o corpo doía como se ele tivesse tomado uma surra de uma gangue inteira de skinheads. Nada conseguia fazê-lo se sentir melhor, e olha que Changkyun e Minhyuk haviam tentado bastante.

Há alguns dias ele havia lamentando a viagem de Hyungwon para a Tailândia pois sabia que morreria de saudades, mas no fim aquela foi a sua maior sorte. Havia descoberto tudo enquanto ele estava fora, ocupado e longe de seus dedos, lhe dando tempo o suficiente para pensar em tudo o que havia lido nos últimos dois dias. Depois de tudo, havia pego uma folga no café - depois de Minhyuk insistir muito - e passado o restante da semana em casa tentando parar de chorar e ouvir música triste, mas a ideia havia falhado miseravelmente e agora ele estava ali, mais uma vez, imóvel e dopado de um calmante velho que achou na caixa de primeiros socorros.

Não havia nada no mundo capaz de conseguir fazê-lo parar de pensar que os últimos anos de sua vida haviam sido uma mentira. Que toda a confiança cega que havia depositado havia sido traída, que Hyungwon lhe escondia tantas coisas que ele tinha até medo de descobrir quais eram e como elas impactariam no que havia restado depois de ler aqueles fóruns.

Os amigos tentaram ajudar. Eles disseram várias vezes que ele não tinha certeza de nada e que sasaengs não eram parâmetro para verdade alguma, eles estavam certos. Elas eram todas uma bando de vadias desocupadas e desesperadas por um homem que não as suporta por sua invasão e falta de respeito. Entretanto, todas as vezes que aquela esperança lhe enchia o peito, ele se lembrava dela. Daquela mulher bonita demais para ser real, do corpo bonito desfilando para fora do prédio da empresa onde Hyungwon trabalhava, dos olhos de gato lhe fitando com total deboche enquanto os lábios do gato de cheshire se abriam em um sorriso de cobra.

Naquele dia ele só se sentiu desconfortável, mas agora ele entendia tudo. Aquela mulher o desprezava porque ela sabia de algo que ele sequer imaginava. Ela certamente ria em suas costas porque a pessoa que ele mais amava estava sendo infiel e ele cegamente continuava seguindo-o como um idiota. Ele começou a matutar todas as vezes que Hyungwon estranhamente saiu do cômodo para atender ao celular e voltou inquieto, todas as vezes que levou o celular para todos os cantos, até para o banheiro, mesmo que isso fosse tão incomum meses antes. Todas as vezes que ele chegava em casa bem mais tarde que o esperado. Todas as vezes que ficava nervoso ao despretensiosamente se encontrar com o namorado na rua sem que tivessem combinado.

Jooheon achou que ele estava estressado e as surpresas o deixavam ansioso, então havia silenciosamente parado de fazê-las. Começou ele mesmo a sair dos ambientes sempre que o celular tocava e levava o telefone para o banheiro com Hyungwon quando ele se esquecia. Porque queria passar confiança. Queria que ele voltasse a amá-lo como antes.

Depois de pensar demais, ele chegou a conclusões mais dolorosas do que as que tinha antes. Eles já estavam esquisitos fazia algum tempo, Hyungwon o vinha afastando e negligenciando desde muito antes de ele finalmente começar a desconfiar de alguma coisa. E perceber aquilo doeu mais do que a ideia de ser traído.

A ideia de Hyungwon não o amar mais e sentir tanta pena ao ponto de fazer algo por suas costas ao invés de simplesmente deixá-lo, doía muito. Doía ao ponto de deixá-lo doente, sem conseguir comer e com febre.

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2023 ⏰

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