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A melhor sensação do mundo é quando o cara de quem você gosta também gosta de você. A segunda melhor sensação é que diferente de outros, agora eu estava deitado na cama dele.

A única coisa que pode tornar essas sensações as piores do mundo é se você estiver preso na cama do cara que você queria ficar, sem poder se mexer ou se levantar para seu corpo não entrar em um transe louco de dormência.

E não há nada pior do que estar atraído por um cara que gosta de você, mas na cama curte uma coisa meio absurda de se fazer. Acredite, eu sei.

― Vegas. ― gritei novamente. Não recebi resposta alguma do lado de fora do quarto. E mais tempo se passou. Tentei fechar os olhos e dormir. Estava profundamente desconfortável e incapaz de realmente mudar para uma posição melhor. Meus braços estavam doloridos e os músculos estavam se rebelando. Isso estava se tornando uma tortura real. E eu só queria ver o Vegas.

Comecei a ficar com raiva. Agora, em vez de me sentir mal pelo que tinha feito para merecer esse castigo, estava feliz que o tinha feito. Deveria ter olhado através de cada gaveta, armário e em cada mesa de cabeceira ou cômoda na sua casa inteira. Somente para provocar mais uma punição saborosa.

E justamente quando minha raiva estava alcançando meu pico, Vegas apareceu de repente na porta. Olhou pra mim como se avaliasse o meu estado geral, eu contemplei o seu rosto inexpressivo ganhar vida quando ele sorriu de canto. Em seguida, se moveu rapidamente pra me tirar do meu cativeiro.

Segundos depois, eu já estava livre da restrições e as lágrimas rolavam pelo meu rosto enquanto eu esfregava os pulsos doloridos.

Vegas sentou ao meu lado na cama. E secou algumas lágrimas.

― Isso foi necessário. ― disse ele. Olhei no seu rosto pra ver se estava me provocando, mas parecia bem sério. Por um segundo, queria dizer que eu precisava que ele me carregasse. Queria começar a mancar e gemer e agir como se eu realmente estivesse machucado, mas não estava.

― Foda-se. ― minha voz saiu trêmula, um pouco chorosa também.

― Pete, não fala assim comigo. Você assinou um contrato, lembra?

― Eu não me inscrevi pra isso. Você me deixou, Vegas. Você me deixou amarrado por horas.

― Foram exatamente 79 minutos. ― disse ele. ― Nem mesmo uma hora e meia.

― Eu não me importo quanto tempo foi. Eu fiquei assustado e chamei o seu nome várias vezes. E se algo estivesse acontecendo comigo? Você nunca teria descoberto.

― Eu disse que tem câmeras por toda parte nessa casa, Pete. Você nunca esteve em perigo. E eu nunca deixaria nada acontecer com você.

Apenas balancei a cabeça assentindo, estava morrendo de vergonha por meu pênis estar ainda ereto pela situação recente. Então me sentei para disfarçar o volume e enxugar as lágrimas. Agora nós estávamos sentados um ao lado do outro na cama. Eu sorri melancolicamente.

― Eu acho que não tenho ninguém pra colocar a culpa além de mim mesmo por ter acabado nessa situação.

― Foi preciso.

O que ele disse me deu tanta raiva, que eu poderia socar a cara de Vegas várias vezes, mas também um sentimento de atração me invadiu.

Sua expressão seria enfeitiçou o sentimento de indignação que rolava dentro de mim. Eu vivia constantente em amor e ódio com ele, mas por mais que tenhamos passado por dificuldades no nosso relacionamento, o amor sempre vencia o meu ódio.

― Você é tão superior. E ainda assim é a pessoa mais desconfiada que eu conheço.

Sua boca se curvou em um sorriso irritado. Por preves segundos meu corpo estremeceu.