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Dor e prazer. Como gostar de pimenta mesmo sabendo que pessoas já morreram comendo ela. O que é uma coisa irracional, eu sei. Bom, talvez até seja, mas só em parte.

Afinal, mesmo sendo um alimento desagradável, que faz lágrimas brotarem dos olhos e a língua queimar, a pimenta está há seis mil anos sendo domesticada por nós e faz parte integral de diversas culinárias pelo mundo.

Mas nenhum mamífero, além de nós, gosta de comer pimentas fortes. E como poderia?

A capsaicina, o composto químico encontrado nas pimentas que causa sua ardência e picância, estimula em nós os mesmos receptores de dor que respondem ao calor.

Ou seja, falar que sua língua está pegando fogo quando come não é uma metáfora tão distante da realidade.

Talvez, então, a pergunta não seja por quê, mas como alguns tipos de dor podem causar prazer em nós.

Na realidade, sempre achei a dor subjetiva, porque tudo depende de fatores históricos, contextuais, psicológicos, genéticos e relacionais. Estou assustado, mais do que eu esperava estar no momento.

Queria correr, fugir, me esconder. Mas o que posso dizer? Acho que sou do contra, mas depois de passar anos sonhando com uma renúncia verdadeira do controle, quando o momento veio de verdade, com um homem sexy cuja mente era um mistério para mim, senti que talvez não estivesse pronto para fazer essa renúncia.

O silêncio se prolongou e começou uma guerra de vontades, o que era idiota porque eu sabia que se ele me tocasse nós dois ganharíamos.

Fiquei em silêncio.

Eu definitivamente era mais teimoso do que achava, uma questão recorrente que me meteu em diversos problemas várias vezes desde então.

No começo, estava apenas seguindo os seus passos, passando os dedos sobre os seus ombros e ao redor, me vendo endurecer e algumas vezes vazar.

Mas agora não sei o que fazer, se não apenas sentir o que me era permitido. E eu não queria que ele fosse calmo essa noite.

Não estava mais na cozinha. E queira Deus, que eu não estivesse lá. Porque a cena que eu e Vegas estávamos fazendo, poderia me causar problemas maiores que um nome sujo no cartão de crédito. Qualquer um que abrisse a porta do quarto teria o prazer de ver a nossa bagunça.

Ele tinha me levado para dentro antes que começasse no meio da casa. Trancou a porta, e me trouxe para o seu colo sentado sobre a cama.

Vegas começou devagar, beijando meus lábios com doçura, estampando beijinhos várias vezes e depois com mais coragem, colocou a língua na minha boca e me deu um beijo de verdade.

Eu gozei antes mesmo de ser penetrado. Ainda estava com o brinquedo entre minhas pernas, mas diferente de antes, entre elas havia algo duro me acariciando.

Não fiquei decepcionado. Comecei a me mover pra frente e para trás. E conforme me movimentava, abri a boca com vontade em um convite para ir mais fundo.

Suas mãos me envolveram e acariciaram minhas costas, me levando para mais perto.

A sensação das pontas dos dedos na minha coluna me fez tremer de prazer; todas as minhas terminações nervosas estavam alertas ao toque, a todo susurro de conexão que seu corpo fazia com o meu ― mãos, boca e até a virilha pressionando a minha insistentemente.