É com pesar que trago uma advertência: sempre estamos envergonhados de quem fomos no passado - e não há meio de resolver isso.
Carregamos hoje o vexame de ontem e isso é uma lei fundamental da existência humana. Somos submetidos a coexistir com arrependimentos.
É natural lembrar das palavras equivocadas que deveriam ter morrido dentro da boca, onde não houve nenhum viés de sensatez. Natural também lembrar daquilo que deveria ter sido dito, porém não obteve o privilégio da pronúncia. É natural ser ser humano.
De maneira infeliz tomamos algumas (muitas) atitudes, bem como nos martirizamos (muito) por não termos agido de determinada forma quando nos foi concedida a oportunidade. A verdade é que estamos inconformados por ser impossível alterar o passado e sofremos consequências massivas do ontem.
Somos tiranos com nós mesmos. Somos nossos mais atrozes inimigos. Somos uma barbaridade no passado, no presente e no futuro.
E para o caso de eu me arrepender destas linhas amanhã, já adianto minhas sinceras desculpas para o eu que serei: lamento ter sido tão franca.
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Todas as Sereias são Perversas
PoesiaColetânea de textos reflexivos. Obra revoltada, insolente e perturbada. Apesar dos pesares, nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas profundezas ideias nas quais o leitor corre o risco d...