Reza a lenda que as rezas nunca são ouvidas. Assumo, pois, um relacionamento estável com o desamparo. Garçom! Sirva mais vinho, por favor; quero celebrar esta formidável união.
Aos poucos a gente acostuma a ser triste e, no final das contas, a urgência de uma reza vai embora. O conformismo está aí para todos - usá-lo no momento adequado é questão de sabedoria. Isso mesmo, conformar-se, eventualmente, é necessário.
No caso de o garçom derrubar o vinho no seu casaco Prada, apenas aceite e busque se embebedar em seguida.
Se minhas preces são um monólogo, não tardo a me enamorar com a solitude. Monogamia é para os cansados; já eu me enlaço, às dezenas, com tudo que me despedaça.
Garçom! A conta, por favor.
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Todas as Sereias são Perversas
PoesíaColetânea de textos reflexivos. Obra revoltada, insolente e perturbada. Apesar dos pesares, nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas profundezas ideias nas quais o leitor corre o risco d...