Somos vulneráveis. Presas fáceis demais para as mazelas que nos circundam. Desprevenidos, somos como uma zebra e as adversidades são o leão que nos dá o bote.
Aliás, a analogia com a zebra não poderia ser mais fidedigna. Que azar estarmos sempre à mercê de transtornos que dificilmente sabemos contornar.
Fazemos crer que temos peito de aço, mas quantas não são as trivialidades que nos fazem cair em prantos? Ou, quando não são trivialidades, quantos não são aqueles que saltam das mais altas janelas? A vida é devassa. E somos apenas uma zebra. Não temos culpa de não estar no topo da cadeia alimentar, então é natural que sejamos atacados. Cabe a nós apenas nos protegermos nas moitas.
Isso é sobre fragilidade. Não sabemos lidar com a perda de amigos, a perda do emprego, a perda do casamento, a perda de um parente e muito menos com a perda de nós mesmos. E enquanto não nos acharmos, continuaremos na mira do leão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Todas as Sereias são Perversas
PoesíaColetânea de textos reflexivos. Obra revoltada, insolente e perturbada. Apesar dos pesares, nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas profundezas ideias nas quais o leitor corre o risco d...