L7

5 1 0
                                    

Trocacão tava frenética, tava falando com o nino quando os fogos apareceram no céu daí em diante foi só bala, rua tava vazia graças a Deus tinha feito o toque de recolher ontem.

Subo na laje vendo vários mortos no chão e te falar a coisa tava feia pô, vários dos meus se foram mas a maioria dos mortos eram dos azul.
Atiro em um que passou correndo pela beco e ele cai no chão, em seguida ouço o barulho de uma bala bater na pilastra do meu lado me abaixo tentando ver de onde foi e vejo um dos azul cair no chão na esquina da frente, sei que foi um dos meninos que tão atirando do alto do morro e um deles é o peu.

Xx: aí patrão, invadiram a casa da dona Maria pô, tão revirando tudo. - a voz ofegante sai pelo radinho.

Eu: qual foi, sobe uma tropa de 15 pra lá, eu quero atividade nessa porra, um fio de cabelo faltando nela e os quinze vão ser mortos. - respiro fundo e pulo pra outra laje.

Xa: tamo subindo patrão - ele fala e eu atiro de cima da laje mesmo, sentindo a ardência na minha costas já tava todo ferido pô, cair do telhado lá pra baixo a sorte foi que a moça me ajudou a sair pelos fundos meno, enquanto o marido dela abria a porta pros polícias.

Xx: patrão?

Eu: salta a voz - me abaixo quando outra bala passa bem perto de mim.

Xa: tamo com ela aqui, da pra levar ela pra tua casa não, os canas tão por lá. Vamo levar ela pra casa do irmão aqui.

Eu: fica cinco lá fazendo a segurança dela e... Aii caralhooo - falo quando sinto a ardência na costela e olho pro ferro do meu lado que fez um lasco do Caralho na minha costela.

Xa: qual foi patrão? Aí alguém dai de cima que tá na proteção do patrão passa a visão do estado dele - começa uma falação da porra no radinho até a voz do peu sair no rádio

Peu: ele tá bem pô tô vendo daqui, paizão da pra aguentar aí ?

Eu: da pô, atividade vocês aí, mate bala que o comando dessa porra é meu - falo e levanto arrumando a camisa na cabeça, sentindo a costela latejar pra caralho, bagulho tava jorrando sangue.

....
Depois de horas de trocacão eles recuaram, 05:00 da manhã e a bala ainda tava cantando.
Eles recuarem por já ter perdido muitos, tô ligado que até helicóptero teve com luz iluminando aqui em baixo pra eles mas não adiantou de nada.

Já tinha dado a ordem de tirar os corpos e limpar a rua, perdi muitos garotos que morreram protegendo a bandeira, vou mentir não pô nem fico feliz com isso mas infelizmente é a consequência das nossas escolhas.

Nino: mete o pé cara, tô segurando aqui pô. Tu tá todo fudido aí - ele fala com um fuzil no ombro.

Eu: já vou, tem certeza que tá tranquilo? - falo olhando pra ele que tá todo de preto.

Alex: vai patrão, qualquer coisa eu te aciono. - pega a moto de um dos meninos indo pra casa da coroa, por mim eu iria pra minha mas capaz dela surtar se eu não aparecer lá.

Entro vendo ela e Lory na sala, assim que ela me ver ela vem correndo.

Vivi: tá bem ? - ela fala olhando meu corpo todo e para na costela olhando o sangue - meu Deus Lenon onde foi isso ?

Eu: foi no ferro pô mas tô bem mãe - falo olhando pra Lory que tá sentada no sofá olhando pra frente fixamente e vou até ela - eiii olha aqui pro irmão.

Ela demora mais me olha totalmente seria, aliso o rosto dela que continua da mesma maneira.

Eu: tô aqui princesa, falei pra você que ia voltar  não foi ? -pergunto pra ela que continua da mesma maneira toda tensa - o irmão te ama

Os olhos dela vão enchendo de lágrimas aos poucos mais ela continua com o rosto paralisado. Odeio ver ela assim pprt, desde que invadiram a casa que ela tava quando tinha 10 anos ela adquiriu isso.

Ela fica paralisada sem conseguir se movimentar ou falar, é como se ela estivesse em choque mas ela tá consciente, o médico já disse que tem a possibilidade de quebrar a paralisia antes de uma hora que é o tempo que ela leva pra voltar ao normal mas quase nunca conseguimos.

Vivi: Lenon você tem que limpar isso antes que de um tétano.

Tomo um banho e visto só uma cueca e uma bermuda minha que tinha aqui, sento no sofá e ela começa a limpar os ferimentos que tão doendo mais que antes acho que pelo fato de antes eu estar com o sangue quente.

Tito: tá vivo seu puto - olho pra ele que entra junto com o peixe, os dois tão limpos mas da pra ver pelo braço do Tito todo ralado que ele tava aqui também.

Eu: que horas vocês chegam?

Peixe: era umas 02:00 da madrugada, nos veio pelo fundo maior deserto por lá. - ela vai até o sofá mancando e senta.

Eu: os meninos que ficam lá tava na trocacão - falo olhando o Tito que tá sentado no lado da lory, falando com ela baixo.

Vejo o dedo da mão dela mexer e olho pra lá  atento. Ele encosta o rosto no pescoço dela e fica lá.

Peixe: Leandro queria vim, teu pai que não deixou

Eu: tô ligado que é ruimzão ver seus irmãos precisando mas ele tem que pensar antes de Tudo na manu pô mas graças a Deus deu tudo certo.

Olho pra Lory que segura com as duas mãos o rosto do Tito e beija ele demorando um pouco, ela levanta e corre na minha direção me abraçando.

Lory: também te amo Lenon- aperto ela no meu braço e beijo a cabeça dela que respira fundo com a cabeça no meu peito.

Th: tá melhor Lory? - ele passa pela porta com peu e ela concorda.

Peu: iae pai, tá bem ? - ele faz um toque comigo e eu afirmo com a cabeça. - deu trabalho hj.

Dou risada pq sabia que era ele que tava na minha proteção hoje de madrugada.

Eu: hoje foi foda mesmo - reclamo quando sinto minha mãe jogar o álcool na minha costela. - até da laje eu caí pô.

Peu: eu vi, ainda acionei os meninos que tavam perto mas você já tinha saído de lá.

Eu: manda alguém ir lá vê se tá tudo certo com a mulher que me ajudou - ele concorda pegando o radinho e se afasta.

Nacontra-mãoOnde histórias criam vida. Descubra agora