Capítulo 06

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Enquanto relia a matéria onde falava sobre a beleza das Kalimann's no leilão beneficente, Rafaella analisava o quanto Gizelly ficava bem, a seu lado. Nunca foi do tipo que desejava manter uma relação de encontros contínuos e de maneira um tanto desesperada, mas naquele momento seu objetivo era buscar uma forma de manter-se próxima a outra sem que a família estranhasse.

Foi então que ela teve uma idéia.

Após o jantar em família no meio da semana abordou o irmão mais velho.

— Estou disposta a ajuda sua mulher a se introduzir na sociedade e tentar apagar essa imagem que a mídia sustenta a respeito de não ser bem-vinda.

Ela percebeu o olhar de Brandon que analisou bem seu rosto antes de responder.

— A troco de quê, minha irmãzinha egoísta está oferecendo ajuda?

— Isso pode me tornar mais humana aos olhos deles que praticamente nada sabem a meu respeito. Posso moldar minha imagem da boa cunhada e irmã, ao mesmo tempo que demonstro ser uma mulher como qualquer outra. Já passei anos demais evitando aparecer, sinto que está na hora de dar um pouco mais a eles.

Brandon não respondeu de início ele estava claramente desconfiado.

— Pensa que não sei o que está tentando? Eu te conheço bem Rafaella. — A irmã tentou manter uma expressão impassível, mesmo temendo o que o outro diria. — Você está morrendo de medo do fato de Bianca Andrade entrar em nossa família, por isso quer usar Gizelly, desviando o foco para ela enquanto apronta por aí.

— Chega a ser irritante o quanto me conhece bem. — Ela riu cínica. — É um dar e receber afinal.

— Tudo bem — concordou o irmão. — Faça o que sabe de melhor, manipular a mídia.

Rafaella finalmente tinha um motivo para se aproximar de Gizelly sem que a família ou empregados achassem estranho.

— Shopping com a dona Gizelly — repetia Cida vendo Rafaella de um lado para o outro se arrumando.

— Dona Gizelly não. — Rafaella parou apontando para a pregada. — Gizelly. Ela ainda é só a pobretona. Estou fazendo um favor a meu irmão, mas isso não muda o fato de que não a suporto. Está ouvindo, Cida?

— Sim senhora.

Rafaella jamais confiaria em qualquer empregado da casa, mesmo Cida que praticamente a criou e mesmo que cada um tivesse assinado um contrato de confidencialidade.

Confiar definitivamente não fazia parte do dicionário da Kalimann.

As duas saíram com motorista, por isso não conversavam muito. Seria uma tarde de compras. Rafaella mandou Cida ligar com antecedência para que não houvesse movimentação nas lojas que iam, assim como costumava fazer. A loja praticamente fechava apenas para recebê-la, mas geralmente ela não se fazia ser notada antes e depois das compras, ao contrário daquele dia que desejava ser vista ao lado da cunhada.

Enquanto observavam as araras de roupas da loja, elas trocavam olhares, passeando pelos corredores livres de pessoas.

— Vamos, do quê você gosta? — perguntou Rafaella.

— Do quê você gosta?

— Vestidos — diz pegando uma peça que logo coloca diante do corpo de Gizelly. — Principalmente os tomara que caia. São uma das melhores criações da história.

— Eu nem imagino o porquê pensa isso. — As duas sorriram.

Após pegar algumas peças, pagaram e sairam da loja. Rafaella não demorou a perceber que estavam fotografando elas que seguiram em direção a um restaurante lá dentro mesmo.

O Segredo dos KalimannOnde histórias criam vida. Descubra agora