𝟸𝟶

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Capítulo 20

Heitor

Deus tem mesmo os seus preferidos porque antes que eu conseguisse alcançar a louca da Maitê na praia, a tia Tabata me ligou e pediu pra mim ir encontrar com os novos compradores aqui em Búzios. Então eu larguei tudo, deixei a doida por conta dos meus seguranças e fui encontrar com os cara.

O que era pra ser um rápido encontro de negócios se tornou uma conversa longa e animada, a gente começou a beber e aí já era, saímos do almoço pra um "rolê" de lancha, e quando vi já era manhã de domingo.

Catei minhas coisas e voltei pra casa mas como eu não tenho um dia de paz quando eu entrei já dei de cara com a louca vestindo uma camisa minha.

Heitor: quem te deu autorização pra vestir as minhas roupas?

Maitê: você queria que eu ficasse pelada?

Heitor: eu queria que você não mexesse nas minhas coisas.

Maitê: é só você me soltar daqui que eu não mexo nas suas coisas.

Heitor: acontece que você sabe demais, eu não posso te soltar por aí.

Maitê: ah então você vai me manter presa aqui?

Heitor: exatamente. - digo simples dando as costas pra ela e deixando a mesma plantada no meio da sala.

Tava morto demais pra querer sustentar qualquer bate boca com a abusadinha, assim que entrei no quarto peguei um calção e fui tomar um banho pra tirar um cochilo.

Tomei meu banho na maior paz mas quando sair do banheiro dei de cara com a Maitê deitada na minha cama como se fosse dela.

Heitor: o que você tá fazendo?

Maitê: não tá vendo? Eu tô deitada. - fala óbvia e eu suspiro.

Heitor: esse é o MEU quarto, vaza.

Maitê: não vai rolar. - eu passo a mão no rosto.

Heitor: garota não testa a minha paciência não.

Maitê: eu não vou dormir na sala e muito menos naquele colchão todo mofado do outro quarto, se você quiser ir, boa sorte.

Heitor: você é muito abusada.

Maitê: sou mesmo, aguenta quem quer. - pisca um olho e eu reviro os meus.

Heitor: acontece que eu não tenho que aguentar nada, então mete o pé.

Maitê: não. - diz simples e eu suspiro.

Eu tava sem cabeça pra ficar discutindo com essa garota então eu fui pro outro lado e deitei do lado dela na minha cama.

Maitê: o que você acha que tá fazendo?

Heitor: deitando. - digo óbvio.

Maitê: você não vai dormir na mesma cama que eu.

Heitor: então fica a vontade pra dormir no tapete porque daqui eu não saiu.

Maitê: você é um cavalo mesmo né?

Heitor: vai dormir cara, me deixa na moral, se não eu vou ter que responder coisa que você não vai querer ouvir. - falo cansado e pra minha surpresa ela calou a boca e virou pro outro lado me dando sossego.

Aproveitei e virei pro outro lado também e apaguei, tava cansadão pra qualquer coisa que fosse.

[...]

Tava dormindo um sono gostoso mas como nada que é bom dura pra sempre acordei no susto com o porradão de um tapa no meu braço.

Demorei uns dez segundos pra assimilar o que tava acontecendo e quando entendi larguei a louca na mesma hora, não sei como mas nós estávamos de conchinha.

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