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Lan Wangji está em seu sexto peticionário do dia quando Heyun invade o pavilhão em uma enxurrada de mantos brancos, cabelos e fitas fluindo atrás dele. Antes que alguém na sala lotada pudesse reagir, Heyun correu até Lan Wangji e abraçou seu joelho.

Lan Wangji ouve Wei Ying no momento seguinte, sua voz meio exasperada, meio divertida.

— Wei Zhenhong, você volta para mim neste instante! — Ele atravessa as portas do pavilhão de barriga para baixo, seu cabelo está saindo do rabo de cavalo. Ele está com as bochechas vermelhas e sem fôlego. Ele é a melhor coisa que Lan Wangji viu desde que seu dia de trabalho começou.

Heyun não reconhece Wei Ying enquanto olha para Lan Wangji com olhos brilhantes e um sorriso ofuscante.

—  Venha brincar com a gente! Estamos construindo um boneco de neve!

— Lan Zhan! Lan Zhan, me desculpe!

Lan Wangji olha além do peticionário sem palavras que acabara de pedir a Lan Wangji para ajudar a resolver uma disputa verdadeiramente idiota entre ele e um clã vizinho.

— Está tudo bem — ele o tranquiliza, então olha de volta para Heyun e lhe dá um olhar severo. — Diedie está trabalhando agora, Heyun. Ele não pode sair para brincar.

Heyun faz beicinho e acena.

— Tudo bem, Diedie. Heyun vai brincar sozinho.

— O que eu sou, então? — Wei Ying já os alcançou. Ele infla as bochechas e faz beicinho de volta para Heyun antes de pegar sua mão. — Sinto muito, Lan Zhan, estamos indo!

— Diedie é o melhor em bonecos de neve — explica Heyun, ignorando claramente os puxões de Wei Ying, e Lan Wangji sente as pontas de suas orelhas corando de prazer.

Quando ele olha para seu atual peticionário, seus olhos estão tão grandes quanto pires, com todos atrás dele murmurando baixinho entre si. Sem dúvida, em breve toda a cidade de Caiyi saberá que Hanguang-jun, o segundo Jade de Lan, passa seu tempo de lazer construindo bonecos de neve com seu filho. No que diz respeito a essas coisas, não é uma fofoca ruim estar no lado receptor; no entanto, também não é da conta de ninguém.

Então, novamente, ele se vê não se importando com quem sabe o que ele faz com seu filho. Na verdade...

— Eu não posso te ajudar com o boneco de neve — ele diz a Heyun seriamente — mas se você quiser, você pode ficar comigo e aprender sobre como resolver discussões.

Wei Ying faz um barulho surpreso acima dele e puxa a mão de Heyun novamente, mas Heyun resiste enquanto olha para Lan Wangji e franze a testa.

— O que são argumentos?

— É quando duas pessoas têm opiniões diferentes e não conseguem chegar a um acordo — explica Lan Wangji.

Heyun acena com a cabeça.

— Ohhh. Ok. O que é acordo ?

Lan Wangji sorri, então levanta Heyun em seu colo e olha para Wei Ying, que está assistindo os eventos se desenrolarem com uma expressão bastante chocada.

— Ele pode ficar comigo — diz Lan Wangji. — Talvez você possa descansar enquanto isso.

— Eu... você tem certeza? — Wei Ying parece incerto.

Lan Wangji acena com a cabeça, e Wei Ying balança a cabeça antes de se inclinar e tocar a mão no braço de Lan Wangji e no topo da cabeça de Heyun.

— Tudo bem. Peça para Sizhui trazê-lo de volta se ele for demais.

— Tchau, Baba! — Heyun sorri para Wei Ying, então se aconchega no abraço de Lan Wangji.
Lan Wangji, com o coração se desenrolando dentro do peito, deseja dar um beijo no topo de sua cabeça, mas ele já foi longe demais para ser apropriado.

Acidentes Acontecem • Wangxian !Onde histórias criam vida. Descubra agora