Wei Wuxian bebe a xícara de chá.
- Tudo bem. Agora, eu estou bem.
Ele não está, no entanto. O chá é do tipo suave, do tipo que Lan Zhan prefere antes de dormir, mas mesmo assim deixa seu paladar revoltado.
É apenas por pura força de vontade que ele...
O choro do bebê é penetrante e forte. Wei Ying foi costurado, pelo qual Lan Wangji é infinitamente grato, mas ainda está inconsciente. Através do suor acumulado em seus olhos, Lan Wangji vê sua filha claramente pela primeira vez.
Ela foi limpa e enfaixada, e a primeira coisa que ele percebe, além de quão realmente pequena ela é – ele tem quase certeza de que se ela fosse solta, ela caberia na palma da mão dele – é o nariz dela. Não se parece com o nariz de Heyun quando ele nasceu. Deve ser de Wei Ying. Enquanto ela chora, ele se pergunta o que mais de Wei Ying ela herdou, ele não tem mais certeza do que é a umidade que escorre de seus olhos, mas ele segura sua filha e espera que Wei Ying acorde e seu coração bate freneticamente em seu peito.
Sua filha. A filha dele está aqui.
Lan Xu está sentado em sua mesa, aguardando o despertar de Wei Ying. Lan Wangji sabe que deveria avisar sobre o nascimento do bebê, mas já é tarde. Muito provavelmente, Heyun está dormindo há horas, embora isso possa não ser verdade para Jiang Wanyin ou Jin Ling. Com o canto de sua mente atualmente não focado em seu bebê, ele se pergunta quem mais já saberia que Wei Ying entrou em trabalho de parto, já que algumas fofocas ainda podem rasgar o Recanto das Nuvens como um incêndio, não importa as regras.
Ele descobre que não se importa.
No momento, há apenas ele, sua filha adormecida e Wei Ying, esperando para acordar e conhecê-la. Na quietude dos aposentos médicos, Lan Wangji se permite um momento perfeito de contentamento enquanto observa o rosto dela e simplesmente respira.
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Lan Wangji acorda sobressaltado. Um momento de desorientação, e então tudo volta à tona – Wei Ying, o médico, sua filha . Lan Wangji se senta e, quando olha para a cama, Wei Ying o observa sob a luz fraca de uma lanterna com um pequeno sorriso no rosto, o bebê bem aninhado em seus braços.
— Aí está você — ele sussurra.
Ainda está escuro lá fora, não há como saber a hora. Lan Wangji se inclina e coloca a mão sobre a testa misericordiosamente fria de Wei Ying, então a desliza pela bochecha, descansando os dedos contra a pele macia e úmida.
— Wei Ying.
— Ela é linda, não é? — Wei Ying sorri e olha para o pacote em seus braços. — E minúscula. Heyun não era tão pequeno, era ?
Lan Wangji, sentindo absurdamente vontade de chorar e fazendo o possível para não chorar, dá a ele um sorriso aguado.
— Eu não me lembro.
— Não, nem eu.
Juntos, eles olham para a filha, o rostinho rosado franzindo a testa no sono.
— Ela é perfeita — pronuncia Lan Wangji, depois diz com certeza: — Acho que ela se parece com você.
Wei Ying franze o nariz.
— Muito cedo para dizer.
Outro momento de silêncio passa. Lan Wangji percebe que eles estão completamente sozinhos agora, o médico em nenhum lugar à vista.
