20. Devagar e calmo

654 74 84
                                    

Seis dias depois, estou em frente à Starla novamente, explicando tudo o que eu já expliquei no último encontro, mas que preciso explicar de novo, usando um terninho cor de vinho e saltos pretos, toda produção feita.

— Não devo voltar até amanhã — continuo. Sim, estou supondo um pouco, e sim, sei o que disse a Adora no dia da independência. Porém, eu me sinto mais segura com ela agora. Além do mais, estou morrendo de saudades dela. — Então, ele tem que estar na cama às 8h30m. Scorpia vem pela manhã, mas-

— Catra — a ruiva me interrompe, uma mão no meu ombro. Suspiro alto. — Já fizemos isso antes, lembra? Vai ficar tudo bem. Apenas divirta-se.

— Está com a lista de remédios?

Starla sorri, revirando os olhos. — Simmmmm.

Respiro fundo. — Certo... Então nos vemos amanhã.

— Aproveite!

É o que eu pretendo.

Saio do apartamento com o coração aos pulos. Mal posso acreditar que realmente estou fazendo isso.

[...]

Quando chego ao apartamento da professora, mesmo que possa vê-la de pé bem ali no meio fio, saio do carro só para efeito dramático. Abotoo o único botão do blazer e caminho até Adora lentamente. Ela está vestindo um blazer preto elevado até a altura dos cotovelos, blusa social cor de vinho — para combinar comigo — saia lápis preta longa e saltos baixos nude. Seu cabelo está solto com ondas nas pontas e no rosto exibe uma maquiagem discreta, que obviamente, assim como o penteado, foi feita por profissionais. A loira abre um grande sorriso quando me vê, um rosa escuro se espalhando por suas bochechas.

Sinto-me ruborizar com tamanha felicidade apenas por estar em minha presença. E também, porque ela é tão linda que está ficando complicado respirar.

— Hey, Adora — praticamente ronrono, sorrindo aquele meu sorriso de lado com caninos amostra.

A mais alta me olha de cima abaixo, engolindo em seco.

Sorrio mais abertamente.

— Uau. Tô sem palavras — ri sem graça.

Espelho a sua risada, contudo com mais confiança.

— Bem, acho que eu fico lisonjeada. Você tá incrível, linda. — Coloco as mãos nos bolsos da calça. — Acho que nunca te vi tão formal.

— Do jeito que você pediu, com apenas alguns acréscimos. — Foram muitos acréscimos. Eu só disse que a gente ia em um lugar chique e que ela podia vestir o que quisesse, desde que combinasse com a minha roupa, pois ela seria o meu par.

Reviro os olhos carinhosamente, me afasto até chegar ao carro e abro a porta do passageiro.

— Damas primeiro — brinco.

Adora anda até mim e para no meio da entrada, me encarando com olhos luxuriosos que despertam meu desejo imediatamente.

— Eu posso... te dar um beijo, Catra?

Sugo uma respiração profunda, me sentindo excitada e com o coração carregado de um sentimento desconhecido que é despertado toda vez que penso nela.

Não querendo cair em outro truque, alcanço-a rapidamente, enredando as mãos nos seus fios liso-ondulados — tomando cuidado para não desmanchar o seu penteado, é claro — e já início nosso beijo mordendo seu lábio inferior.

Adora geme em minha boca e passo o braço ao redor da sua cintura, trazendo-a para mais perto, aprofundando o beijo do jeito que eu quero.

A beijo com fome, com vontade, como se precisasse dos seus lábios rosados para respirar.

Você é tudo o que eu quero (Catradora +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora