5. Rodízio p.II

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trilha sonora: por supuesto

betado: @SherryDash e Dorapuff

[...]

Quando sinto o toque da sua mão macia na minha, é como se um quebra-cabeças interno se encaixasse. Porém, meu cérebro não analisa todas as novas informações rápido o suficiente, porque não expresso reação nenhuma ao seu aperto.

Eu me sinto como se tivesse acabado de descobrir uma coisa super secreta e em seguida, tê-la deixado vazar no twitter.

Ou seja, em pânico.

Catra puxa a cadeira do meu lado e se senta. Desconfio que ela tenha escolhido este lugar porque sua única outra opção seria ao lado de Uyara e ela não quer passar o resto do rodízio trocando insultos. Ainda assim, sua decisão faz meu coração bater mais forte. E apesar de não estarmos realmente perto — há uma boa distância entre todas as cadeiras —, sinto como se ela estivesse me tocando.

A conversa volta ao ritmo normal, mas é como se eu estivesse em uma espécie de torpor. Não reajo a nada, só continuo encarando a mesa de madeira escura como se ela fosse o objeto mais interessante do mundo.

"Espero vê-la novamente", ela havia dito.

Se o destino existe, ele é um filho da puta.

[...]

Não sei por quanto tempo consigo, mas eu tento. Eu juro que realmente tento, com todas as minhas forças, não olhar para a garota sentada ao meu lado, mas é como se a gravidade estivesse me puxando em direção à ela.

Então eu olho.

Catra está observando Brigitte. Expressão impassível, olhos concentrados.

Ela é tão gracinha de perfil.

Mesmo com o estilo meio "moleca", ela se senta graciosamente. Costas retas, pernas cruzadas, pulsos, ao invés dos cotovelos, na mesa.

— Então... — a voz meio áspera de Huntara me arranca dos meus pensamentos, chamando a atenção para ela e consequentemente, para mim, já que estou do seu lado. Droga! O que eu estava fazendo? Eu sou a pior pessoa do mundo! Como eu podia estar olhando para outra garota quando eu estou em um encontro com essa mulher incrível?! — Vamos começar a comer? A Brigitte tá quase desmaiando ali, coitada.

Brigitte solta um gemido falso de dor.

Uma discussão sobre uma tal competição de quem consegue comer mais fatias se inicia e desta vez, tento entender o que elas estão falando, mantendo minha atenção apenas em Huntara.

Wild- Catra mal participa, assim como eu. Com exceção das pequenas farpas que ela e Uyara trocam ocasionalmente — estou começando a achar que essa é a forma que elas demonstram afeto uma pela outra —, ela é praticamente introspectiva.

Isso me surpreende.

As mulheres ainda estão discutindo quando o garçom passa e todas nós pegamos pedaços de pizzas. Quase em seguida, Huntara toca no assunto das bebidas.

— Você não bebe álcool, né, Adora? — Ela me olha.

Fico toda boba por Huntara se lembrar disso. É uma prova de que ela realmente me escuta.

— Não... — respondo.

— Ótimo. Então... Cerveja para mim e pro casal e... refrigerante para Adora e pra Catra? Pode ser?

— Você também não bebe? — deixo escapar, afobada, me virando para olhar a cacheada, aparentemente animada demais por termos algo em comum, infelizmente.

Você é tudo o que eu quero (Catradora +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora