trilha sonora: por supuesto
betado: @SherryDash e Dorapuff
[...]
Quando sinto o toque da sua mão macia na minha, é como se um quebra-cabeças interno se encaixasse. Porém, meu cérebro não analisa todas as novas informações rápido o suficiente, porque não expresso reação nenhuma ao seu aperto.
Eu me sinto como se tivesse acabado de descobrir uma coisa super secreta e em seguida, tê-la deixado vazar no twitter.
Ou seja, em pânico.
Catra puxa a cadeira do meu lado e se senta. Desconfio que ela tenha escolhido este lugar porque sua única outra opção seria ao lado de Uyara e ela não quer passar o resto do rodízio trocando insultos. Ainda assim, sua decisão faz meu coração bater mais forte. E apesar de não estarmos realmente perto — há uma boa distância entre todas as cadeiras —, sinto como se ela estivesse me tocando.
A conversa volta ao ritmo normal, mas é como se eu estivesse em uma espécie de torpor. Não reajo a nada, só continuo encarando a mesa de madeira escura como se ela fosse o objeto mais interessante do mundo.
"Espero vê-la novamente", ela havia dito.
Se o destino existe, ele é um filho da puta.
[...]
Não sei por quanto tempo consigo, mas eu tento. Eu juro que realmente tento, com todas as minhas forças, não olhar para a garota sentada ao meu lado, mas é como se a gravidade estivesse me puxando em direção à ela.
Então eu olho.
Catra está observando Brigitte. Expressão impassível, olhos concentrados.
Ela é tão gracinha de perfil.
Mesmo com o estilo meio "moleca", ela se senta graciosamente. Costas retas, pernas cruzadas, pulsos, ao invés dos cotovelos, na mesa.
— Então... — a voz meio áspera de Huntara me arranca dos meus pensamentos, chamando a atenção para ela e consequentemente, para mim, já que estou do seu lado. Droga! O que eu estava fazendo? Eu sou a pior pessoa do mundo! Como eu podia estar olhando para outra garota quando eu estou em um encontro com essa mulher incrível?! — Vamos começar a comer? A Brigitte tá quase desmaiando ali, coitada.
Brigitte solta um gemido falso de dor.
Uma discussão sobre uma tal competição de quem consegue comer mais fatias se inicia e desta vez, tento entender o que elas estão falando, mantendo minha atenção apenas em Huntara.
Wild- Catra mal participa, assim como eu. Com exceção das pequenas farpas que ela e Uyara trocam ocasionalmente — estou começando a achar que essa é a forma que elas demonstram afeto uma pela outra —, ela é praticamente introspectiva.
Isso me surpreende.
As mulheres ainda estão discutindo quando o garçom passa e todas nós pegamos pedaços de pizzas. Quase em seguida, Huntara toca no assunto das bebidas.
— Você não bebe álcool, né, Adora? — Ela me olha.
Fico toda boba por Huntara se lembrar disso. É uma prova de que ela realmente me escuta.
— Não... — respondo.
— Ótimo. Então... Cerveja para mim e pro casal e... refrigerante para Adora e pra Catra? Pode ser?
— Você também não bebe? — deixo escapar, afobada, me virando para olhar a cacheada, aparentemente animada demais por termos algo em comum, infelizmente.
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Você é tudo o que eu quero (Catradora +18)
Hayran KurguA vida de Adora Grayskull parece estar finalmente voltando a entrar nos eixos. Ela frequenta a terapia, faz exercícios, se alimenta bem, está no caminho certo para conquistar seu sonho de carreira e, por incrível que pareça, a garota que ela gosta a...