cap: 04 - Armário do vigário

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   - Que droga! Porquê tem um morto aqui! E se... For minha...

      - Não! Nem pense nisso, não é sua mãe! Não se precipite,Shin. - o interrompi, tentando acalma-lo.

              - Mas, Kiyoko... pense! ela sumiu, e agora encontramos uma pessoa morta. As chances de ser ela existem... - Disse olhando fixamente para o chão dando a entender que imaginava os piores cenários possíveis para a situação. Sua mente distorcia suas ideias como se a ansiedade formasse uma tempestade marítima em seu estômago ao mesmo tempo que  seu calor corporal seguia se elevando e lhe causando enjôo.

              - Shin, você tá delirando, presta atenção, okay ? - segurei seu ombro - Olha pra mim, esse lugar estava trancado, sua mãe não entrou aqui. Sem falar que só alguém com as chaves poderia se trancar naquela sala.  Não encontramos sinal de nenhum pálido aqui, aquela pessoa provavelmente morreu por causas naturais. - Me afastei por alguns passos. - O corpo está parcialmente tampado, não vimos seu rosto , então não surta, beleza? - Eu não tentava apenas convencer a Shin de que aquela não era sua mãe, Seleene, também tentava convencer a mim mesma desse fato.

               - Você tem razão, Kiyoko. - disse recompondo-se. - Desculpa por surtar.

               - Não se preocupa com isso. Vamos explorar a fundo esse lugar.

                - Sim.

     Seguimos fuçando todos os cantos do longo corredor de metal. Revistamos o chão por completo e encontramos diversas embalagens de alimentos mofados ou que já se deterioraram por completo. Não encontramos nada que parecesse ter sido aberto recentemente. No chão haviam latas de refrigerante, e debaixo da pequena mesa de metal  eu encontrei uma mochila escura que poderia ser útil. Haviam também pratos e talheres, eu peguei algumas facas que encontrei e fui colocando na mochila recém encontrada.

       Examinei a geladeira, e todos alimentos que haviam lá cheiravam a podre e obviamente estavam congelados. A geladeira estava toda suja, havia uma lata de milhos abertos e podres em sua porta, ovos obviamente estragados e outras nojeiras.

     
            - Kiyoko, olha isso aqui! - me chamou, examinando a fechadura de um dos armários do local. 

      Shin, havia descoberto que a fechadura de um dos armários, não tinha um orifício, ou seja, não servia de fechadura. Mas então, porquê ter um armário que não abre?

    Continuamos a examinar, mas nada além de ferrugem era encontrado. Até que, Shin, resolveu examinar o outro armário para captar semelhanças ou individualidades entre os móveis, e percebeu algumas coisas.

   O outro armário havia uma fechadura real, e também com leves batidas percebemos que o armário da fechadura falsa parecia emitir um som que levava a crer que era oco, e já o segundo armário aparentava estar preenchido com algo.

     Dois armários: um oco e com fechadura falsa, e um real. Isso não faz sentido, o que será que quer dizer?

    O tempo seguia correndo, e até agora não havíamos descoberto nada. Resolvi ver que horas eram em meu celular, e já eram 17:07. Minha bateria estava em 67%, e aí me toquei de que poderia pôr nossos celulares a carregar. Havia uma tomada com 3 encaixes ao lado do armário da fechadura falsa, peguei os carregadores e os conectei. Foi aí que enquanto colocava os celulares sob o armário, percebi uma característica especial no móvel. Havia uma cavidade em sua parte superior. Não entendi direito o que poderia ser, e então eu chamei Shin, para me ajudar a investigar. Ele procurou algo de especial, e então ao mexer na cavidade secreta, surpreendente descobriu um botão escondido que ativou por acidente.

      O armário começou a tremer, e lentamente abriu-se ao meio revelando uma passagem secreta.

    A adrenalina subiu, senti meu corpo queimar. Não sabia se sentia medo ou felicidade, acho que isso é algo que teria de descobrir. Não se podia ver nada, era completamente escuro lá dentro, mas  parecia ser outro enorme corredor.

     Seguimos entrando no local, e sempre a procura de um interruptor. Escutei passos leves, como se algo se aproximasse, e então a necessidade de iluminação cresceu. Estiquei meus braços cada um para um lado, e com o tato consegui encontrar um interruptor. O apertei e acendi uma luz que iluminou uma parte do caminho. Continuei seguindo e encontrei vários interruptores enquanto avançava,e iluminava o vial.

    O som dos passos finalmente cessou...

     Ao acender um último interruptor do claustro, iluminou-se uma porta, e a sua frente, resplandeceu a imagem de uma adolescente, utilizando roupas sujas e precárias,com os olhos iluminados a nos observar atentamente. Eu fixei meu olhar e fiquei em choque quando me deu conta de que se tratava da mesma garotinha que me ajudou a fugir do orfanato.

     - Olá?! - disse.

      A garota rapidamente abriu a porta e desapareceu.

     Quem é ela? Como entrou aqui e como ela consegue locomover-se aqui tão rápido na ausência de iluminação?

      
         Abri a porta da qual a garota entrou, e acendi a luz. A garota estava lá, parada a minha frente. Ela se fechou em um armário que havia na sala antes que eu pudesse me comunicar.

    
    Fui em direção ao armário, e ao reabri-lo não encontrei a garota,apenas  encontrei uma caixa de metal enferrujada.

     Abrimos a caixa, e encontramos diversas ferramentas como alicates e chaves de fenda,etc. E entre esses objetos, uma pequena chave com dois chaveiros: um chaveiro do Scooby-Doo, com a imagem dos personagens Salsicha e Scooby, e um outro  com uma etiqueta contendo a legenda:

        
               2° CHAVE DO QUARTO DE     MANTIMENTOS.

                 

    

          

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