Cap:11 - Me chamo Marie

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- Kiyoko, acorda! Kiyoko!

- ahn? Shin? Eu tive um pesadelo horrível!

- Kiyoko, eu escutei ela! Sayu! Ela tá lá fora!

- Como é? Sayu?! Você tem certeza?!

- Tenho! Vamos, vamos!

Nos apressamos, nos armamos e saltamos pra fora do banker. Lá está ela! Com seu belo casaco rosa, suas trancinhas, lindos olhos castanhos e aquele lindo sorriso! Seu rostinho tão lindo e fofo!

-Maninho! Kiyoko! Eu finalmente encontrei vocês!

- Meus deus, Sayu eu quero tanto te abraçar! - corremos em sua direção

Em alguns segundos parei e conclui que algo não estava certo...

- Espera, vocês não são Shin e Kiyoko! O que vocês fizeram com eles?! F-fiquem longe de mim! 

- Sayu, espera! Somos nós!

Sayu correu e se escondeu atrás do tronco de uma grande árvore.

- Kiyoko, é o maninho! Porque você tá tão assustada? - Questionava Shin, enquanto se aproximava com o leve toque de sua mãos sob os ombros encolhidos de sua irmã.

- M-maninho? - perguntou ainda com a cabeça baixa

-Sim Sayu! É o manin-... - Shin foi interrompido com um golpe inesperado do qual não consegui ao menos ter tempo de me mover para evitar.

    Sayu acaba de desferir um soco no estômago de seu próprio irmão? E com tanta força? Shin não teve sequer tempo de reação, e o golpe foi tão forte que o deixou de joelhos desnorteado. Sayu prosseguiu e chutou seu rosto o deixando caído no chão nocauteado.

- Desculpa maninho, não fui uma boa irmãzinha? - ria com uma voz diferente do normal.

- Q-quem ou o quê é você?!

-Ah pequena 550_C , você não me reconhece? Eu estava lá no dia em que você acabou com seus pais. - Sayu se aproximava, e a cada passo suas pernas e braços se tornavam maiores. Suas roupas foram mudando, sua pele se tornou mais clara, seus olhos verdes vivos, seus cabelos vermelhos como sangue. - Eu me chamo Marie... E você, deve ser a pequena... - Em uma pausa de sua fala desferiu um chute giratório em minhas costelas, o que me fez ser arremessada nas árvores - Kiyoko Kimi, estou certa?! - Seus olhos se estalaram e um sorriso tomou seu rosto com um semblante de satisfação.

Me levantei na intenção de fugir, mas estava difícil recuperar o fôlego, e quando notei ela já estava do meu lado.

- Você não gosta de sangue? - socou meu rosto me deixando estirada no chão, completamente sem forças. Me agarrou pelos cabelos e me pôs de em pé novamente com toda brutalidade, e tudo que eu conseguia fazer era grunhir de dor.

- Você deve gostar de brincar ainda não é? - ria - eu tenho uma ideia divertida de brincadeira pra gente testar! - pegou um alicate e o colocou bem perto do meu rosto pra que eu pudesse o visualizar - Você foi criativa pra fugir, já deve ter ideia do que vem a seguir não é?! - com os olhos vidrados no meu rosto sorriu ainda mais - Ah! Demorou muito, vou ter que te contar pra não perdermos muito tempo... Oh , tive uma ideia melhor! Que tal eu te mostrar ao invés de falar!

     Os sons desapareceram por um instante quando ela socou meu rosto novamente ainda segurando o alicate, e quando o som voltou junto da dor insuportável das lesões e do meu nariz sangrando eu pude ouvi-la dizer:

- Vamos lá, vamos lá! - Ela tremia como com uma abstinência incontrolável.

Senti suas mãos segurarem minha mão, e de repente um som de estalo surgiu junto de algo que escorria e molhava meus dedos. Uma dor assustadoramente anormal surgiu e então me dei conta de que se tratava de uma de minhas unhas arrancadas por completo. Tudo que eu conseguia era gritar de dor e o desespero me fez esquecer de tudo que passei e cheguei num ponto de sequer entender onde eu estava.

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