Capítulo 1

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O calor de Privet Drive era insuportável. Queimava as costas de Hariet e a fazia pensar que os seus cabelos ruivos como fogo eram muito mais pelo queimados do sol do que de fato uma herança de sua mãe. Bom, não é como se ela tivesse uma foto para comparar o ruivo de ambas. No entanto, mesmo com a boca rachada de sede, o calor era muito melhor que o que aguardava em seu "quarto" na casa de Petúnia e Valter. Então ela não estava reclamando. Isso lhe dava é claro, a vantagem pode procurar quase todo o dia por antigas publicações de jornais descartados sentada no banco abandonado, no ela maior parte de seus dias, no que diz respeito aos outros.  

Harry esperou o último par de amigos sair da praça, provavelmente voltando para o almoço. Seus olhos no entanto, cravados no que eles deixaram para trás. O banco mais ao canto, preferido de Hariet tanto pela sombra quanto pela visão privilegiada de todo o espaço aberto a sua frente, era o preferido dela. Logo ela se encontrava sentada no mesmo local que a dupla ocupara apenas a alguns minutos. Ela teria suspirado de alívio por finalmente se sentar em um local "seguro" sem precisar se esconder em alguma sombra ou meia luz de um beco qualquer fedorento, mas estava muito concentrada em esquadrinhar com os olhos o jornal que agarrara duas ruas a baixo, ainda lacrado na porta de uma casa cujos donos ainda não haviam coletado. Era um jornal trouxa, sim, mas ela ainda estava procurando por qualquer pedaço de informação suspeita que poderia informá-la do que Voldemort fazendo: sumiço suspeito ou mortes inexplicáveis pela medicina e polícia trouxa durante suas férias, por exemplo. Qualquer coisa que indicasse para ela que a mágica estaria envolvida em um possível acobertamento. Isso só era necessário, é claro, porque ela havia sido praticamente expulsa da comunidade bruxa. Havia sido jogada de lado. Total e completamente. Ignorada. Esquecida. 

Ela suspirou, momentos depois, mantendo a cabeça sobre os joelhos e finalmente respirando fundo, aproveitando a mudança de ventos que lhe trouxe uma brisa sobre os cabelos quentes. Nada. Mais uma vez, nada. Ela quase desejou que o jornal pingasse sangue apenas para que ela se sentisse menos sozinha. Para que soubesse de algo , o que quer que o algo fosse. 

Harry sente que algo se aproxima, e antes que possa se virar para olhar o que é, ouviu um bater de asas ao seu lado. Ela não consegue segurar o sorriso sem humor que escorregou por seus lábios, ao invés disso, estava cheio de ironia e sarcasmo ao invés de qualquer graça. 

- Edwiges, querida. - a bruxa saudou a coruja estendendo o braço, que logo foi preenchido por um amontado branco. - Ao menos eu ainda tenho você, querida. 

A coruja arrulhou, como se lhe entendesse. E Harry achou que ela entendia. Era a coruja mais inteligente de todas, é claro. Era Edwiges. 

-Vamos ver querida, conseguiu entregar minhas cartas? - disse, indicando seus pezinhos. 

A coruja imediatamente ofereceu a garra esquerda. Três pequenos rolos conhecidos estavam presos a ela, uns sobre os outros. Ela desprendeu um por um, desenrolou-os e abriu as cartas. Nenhuma surpresa ao notar sua própria escrita neles. 

As primeiras que ela enviara fora logo no início do verão. Ela tentou contatar Hermione primeiro. E depois Rony, é claro. E então Sirius logo em seguida. Perdeu a conta da quantidade de cartas que enviava a eles. Era quase um ritual diário no início, mandar Edwings todas as noites, quando era mais difícil vê-la no céu escuro, com cartas pregadas em seus longos pés. Mas ela nunca voltava com respostas. E nos últimos dias... Sua coruja voltava com a própria carta de Harry de volta, intocada. Um trino triste veio de sua companheira, como se lamentando junto com ela.

-Muito bem. - Harry sussurrou, voltando sua atenção para a sua primeira e, estava começando a achar, única amiga. -Não vamos mais desperdiçar tinta e papel, não é?

Hedwig piou e estremeceu o corpo, como se querendo ela mesma tirar um pensamento desagradável de sua pequena mente.

-Não há o que fazer sobre isso, querida. Seremos só eu e você. De novo. - resmungou se levantando para voltar a casa dos tios. 

Assinado, Lorde Slytherin - Harry Potter/Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora