Assinado, Lorde Slytherin - Harry Potter/Tom Riddle

Capítulo 8

Harry adentrou a clareira ritual dos Potter com um vestido puro branco. Não era o local ideal, em geral o Tribunal deveria ser realizado em terreno sagrado dos Black, mas ela sabia pelo seu encontro com o diretor que eles provavelmente ocupavam a residência Black, afinal, ele usou seu padrinho para tentar convencê-la, e ele só poderia se esconder por tanto tempo sob alas especialmente fortes ao ponto de desviar dementadores. A clareira dos Potter dentro da floresta da propriedade era muito mais magicamente leve do que ela gostaria, já que era um ritual Black, e definitivamente havia pouco sangue familiar já que poucos Black se casaram com Potters, mas havia sangue familiar lá e era o que ela tinha em mãos. Os itens ritualísticos dispostos no meio da clareira, que ela conseguira retirar do cofre dos Black em Gringotes, estavam banhados pela magia da família e eles eram o mais importante.

Então, ela esperou. Dedos torcendo e se contorcendo em suas costas em nervosismo, mas com a face congelada, ela esperou.

Não demorou muito e ela ouviu ao longe o farfalhar de folhas. E então, o som de passos. Dois conjuntos deles. Harry prendeu a respiração. Sírios trouxe alguém ou disse sobre o encontro para Dumbledore? Ele estava tão longe da tradição familiar que ignoraria a solenidade desta em específico?! Pensamentos voavam em espiral em sua mente, como a água em redemoinho descendo por uma pia.

Quando ele se aproximou da beira da clareira aonde ela poderia vê-lo, Harry suspirou aliviada. Ele veio. Meio esquelético e maltrapilho, mas estava lá. E não com Dumbledore, ele trouxe Remus. Ela franziu o cenho, curiosa. Sabia que eles eram próximos, é verdade, mas Remus nunca se aproximou dela. Ela não sabia o que pensar de sua presença ali.

-Prongslet... - sussurou ele, primeiro com um leve sorriso, depois, parecendo chocado ao vê-la em vestes rituais. Teria ele pensado que ela não estava falando sério quando leu a carta?

-Sirius Black III. - Harry entoou com a voz firme, decidida a não falhar, não decepcionar sua avó, olhos verdes cravadas nos olhos ônix do padrinho. Seu cabelo, solto e meio encaracolado, natural como demandava o tribunal, esvoaçava junto ao tecido leve e branco que vestia.  - Eu, Lady Hariet Lilian Potter, Lady Interina por designação e por direito da Grande e Nobre Casa dos Black, descendente e portadora do sangue por meio de minha avó, Euphemia Dorea Potter, antiga integrante da família Black, solicito aos nossos ancestrais e à Magia, o Tribunal dos Black, sobe suspeita de filiação e fidelidade primário extrafamiliar que ameace a minha vida, e como consequência, a penúltima integrante da família Black, abaixo apenas de sua própria ligação direta com o sangue. Você se apresenta?

Ela viu seu padrinho esticar a coluna, perdendo o brilho jovial e brincalhão que sempre carregava consigo. Sirius de repente parecia muito, muito velho, como se o dano causado pela prisão finalmente o atingisse. 

-O que quer dizer...? Tem certeza que quer fazer isso, Prongslet? Não... Você se quer sabe o que está fazendo, Prongslet?! Acha que me tornaria um comensal?!?!

-Você. Se. Apresenta? - ela repetiu, pausadamente. Não havia gastado sabe-se Merlin quanto do próprio sangue para contornar a clareira com um elo vermelho imbuído em magia Black para dar para trás agora.

Sírius pareceu estudá-la, ao pedestal no meio da clareira entre eles e, por fim, a faixa circular vermelha em torno de Harry e dos elementos do ritual, passando poucos passos a frente dele. Ela deixou que ele analisasse o ambiente e até a si mesma. Deixou que notasse a linha carmim vibrando em magia, que sentisse o quão espesso estava o ar, que soubesse o quão sério ela falava. Por fim, ele deu um passo lago para frente, ultrapassando a linha com o pé direito. Depois o esquerdo.

-Eu, Sirius Black III, me apresento ao Tribunal dos Black. E apresento Remus Lupin como minha testemunha.

Eles observaram o lobo adentrar o círculo, claramente desconfortável. Ele, ao contrário de Sirius que havia avançado até quase a metade do círculo como ela, se manteve nos limites do traço desenhado com sangue.