Capítulo 9

956 97 9
                                    

A carta de retorno ao misterioso remetente foi simples.

Caro Sr.

Agradeço a atenciosa resposta á minha última carta. Embora de fato a união entre mim e outrem só poderá ser realizada por meio de laços estreitos a fim de preservar não apenas a mim e ao Consorte Escolhido, como também ambas as nossas linhagens, sendo a ligação da magia de sangue realmente uma das opções, a questão de meu casamento se encontra em suspenção sem previsão para ser retomada por questões de segurança e assim permanecerá. 

Quanto ao seu questionamento seguinte, do qual não falarei abertamente por segurança em carta, devo dizer que, em partes, o Sr. estava certo em suas suspeitas quanto ás minhas intenções. No entanto, muito equivocado quanto ao momento em que pretendo realizá-las. Pareceu-me que tenha assumido que desejo advertir á todos minha posição política no findar da guerra quando, além de não sentir necessidade de anunciá-la a ninguém - e certamente não a um diretor de escola infanto-juvenil do qual não tenho nenhuma proximidade relacional a curto, médio ou longo prazo- se quer tenho a intenção te estar presente em quaisquer confronto. Embora eu seja a primeira a assumir que, mesmo nunca tendo intencionado entrar em confronto direto com quais quer bruxo, alguns deles, em especial um muito poderoso que deseja derramamento do meu sangue, vieram a mim e nesse caso também não deixarei de levantar minha varinha na melhor de minhas habilidades para defender tanto a mim quanto aos muito poucos selecionados com quem me importo.

Isso em mente, muito provável será que se descubra de minha partida quando eu já não estiver mais aqui se eu puder dizer algo a esse respeito. E quanto ao matrimônio, duvido que será possível se quer ser cogitado até lá, ou mesmo com quaisquer britânico no assunto, visto que quaisquer que sejam os resultados do futuro conflito, não desejo retornar a pisar nessas terras uma vez muito amadas. Uma Grã-Bretanha nas mãos um velho barbudo ou de um desfigurado pelas contaminações da Corrupção, não vejo como poderia ser um resultado feliz, quaisquer que sejam eles, quando ambos não diferem realmente um do outro tanto assim, mas são apenas faces opostas do mesmo galeão velho e enferrujado. E o senhor há de convir que existem ouros mais reluzentes por aí.

Att, Srt.-

Ps: Já que a troca de souvenir está se tornando uma coisa, espero que estas sirvam e que as  aproveite.

Harriet embalou a carta, selando-a sem desenho que a identificasse.

-Essa é uma carta arriscada, querida. - sussurrou ela para Edwiges, que arrulhou como se ofendida. - Sim, eu sei que você consegue fazer a entrega. Mas preciso avisá-la para tomar cuidado extra, querida. Prefiro que leve o tempo que precisar para que voe escondida, não quero perder nem a carta e nem a amiga que a leva. - ela encarou o animal séria. -Entendeu?

Mas a ave já agitava as asas se preparando para o percurso. Quando a coruja se confundiu com as nuvens no céu, Harriet se permitiu sair da janela e ir para a sala de Flu. O chá da tarde seria com o Sr. Greengrass em poucas horas e ela pretendia esperá-lo com um livro a mão já que estava livre. Sirius e Remos recolhidos no interior da mansão, sendo alimentados por Doby quase como se por ele tivessem sido adotados.

Essa estava se mostrando ser uma família estranha. Pensou, olhando a marca negra no interior do pulso. Parecia estar se movendo, tomando forma, mas ainda era um borrão preto. Não havia achado se quer menção de um beijo ou marca de dementador que  ao fosse o que retiva a alma. Mas não parecia ser maligno, tanto quanto uma marca deixada por um dementador não fosse maligna. Bom, não para ela pelo menos. Talvez na biblioteca de Hogwarts ela achasse algo, considerou. Esperava. Família estranha, de fato. Mas era a família dela. Que ela estava construindo. Esquisitices e tudo o mais. Eles lidariam com isso assim que descobrisse o que era.

Assinado, Lorde Slytherin - Harry Potter/Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora