5° capítulo

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Teresa

No sábado eu acordei cedo, pois queria sair um pouco com Ravi, adorava passar as tardes no Central Park, era um bom passeio e era de graça. Senti na cama e meu filho ergue os bracinhos, ele agora tem sete meses, tem sido difícil, ainda mais sozinha, mas estou me virando.

_ Bom dia_ Falo pegando seus pezinhos e dando um beijinho_ Meu amorzinho ele. É, ele é o amor da mamãe_ Meu filho sorriu e eu o peguei no colo dando um beijo, subo minha blusa, sei que esse garoto tá com fome, porquê já acordou tarde. Meu filho coloca a boca no meu peito e logo afasta_ Que foi amor?_ Franzo o cenho colando sua cabecinha perto novamente. Coloco Ravi na cama e aperto o bico, não tava saindo leite.

Tinha um tempo que eu tava dando pouco leite, mas achei que fosse normal, merda. Aperto em volta e não sai nada.

Será que secou? Pegoeu celular e faço uma rápida pesquisa, muitas mulheres o leite seca depois de um tempo. Isso me dá um desespero, porque comida pra bebê é muito cara, fruta, comida. Aí meu deus, me batendo desespero. Vou até a cozinha e abro um biscoito e pego um pouco de leite, era pra usar nos doces, mas não tenho nada agora. Sento na cama e pego ele de novo colocando no meu colo, molho o biscoitinho, eu sei que bebê não pode tomar leite normal, mas depois eu vejo onde compro. Meu bebê pega o biscoitinho com as duas mãos e começa a comer, ele parece ter gostado, pois comeu varios, o dinheiro que eu tenho aqui em casa é pra luz, água e aluguel, já tá contadinho, só tenho o dinheiro que aquele moço me deu do taxi. Vou ver se compro algumas coisas hoje.

Dei um banho no meu garotinho e coloquei uma roupa quentinha, hoje estava um pouco frio, então coloquei um body verde claro com uma calça verde escura e sapatinhos branco, e por último uma blusinha de manga por cima. Coisa mais gostosa. Coloquei uma roupa em mim ali na sala mesmo, uma calça jeans preta, uma blusa de manga azul escura, meu tênis velhinho preto e um casaquinho por cima. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo baixo, como hoje vamos passear pego o canguru de pano, porque quando estou trabalhando levo ele no que tem como regular, e ele fica mais seguro, e eu consigo fazer mais coisa, mas como sei que ele tá cansadinho de ficar naquele eu vou com o de pano. Ravi gosto.de ficar e não emcomoda, e me ajuda muito também. Pego uma mamadeira e coloco água e alguns biscoitinhos na bolsa também. Preciso compra fórmula infantil pra ele.

Pego meu filho e a minha bolsa colocando no ombro, meu cartão do metrô e saiu de casa.

O metrô não era muito longe, então dava pra ir a pé pra estação.

Cheguei no centro da cidade em quarenta minutos.

Cheguei no mercado e peguei uma cesta, peguei umas frutas, maçã, pera, banana. Peguei uns biscoitos de maizena também, fui pro caixa onde paguei bem caro por sinal. Não estava esperando por essa do meu peito secar. Fique até assustada.

Depois fui na farmácia. Peguei uma lata de fórmula pra idade do meu filho. Era carrissimo, uma lata foi quase todo o restante do dinheiro que eu tinha. Eu vou precisar arrumar outro trabalho, mas não tenho com quem deixar ele.

Fui pro parque na intensão de aproveitar, mas minha cabeça estava tão quente que eu não consegui, mas meu bebê aproveitou bastante, conseguiu até ficar sentado sozinho.
Passei num jornal e comprei um, talvez ali tivesse alguma coisa pra mim.

A minha vida lá no México era boa, eu tinha uma boa vida, trabalhei numa lanchonete e mesmo pouco, eu conseguia me sustentar, até que fui demitida e o estava tendo uma crise horrível, aí eu decidi vir pro Estados Unidos. Fiquei dias pensando em como ia ser, aí resolvi vir pra cá, não ia dar pra vir de avião, porque eu não tinha nada, aí começou a minha jornada, dias e dias andando até a fronteira, mas antes de chegar lá, nossa eu sofri, fui roubada e fiquei sem dinheiro, quando cheguei na fronteira a policial levou a gente pra uma delegacia, eu fiquei lá uns três dias até verem que minha ficha era limpa, aí consegui ficar no Estados Unidos, eu consegui apenas um visto provisório e fiquei num abrigo, aí eu conheci o Ivan, ele me deu uma casa onde eu pudese dormir tranquila e depois em toda a papelada pra eu poder ficar aqui com visto de imigrante, aos poucos eu fui me encantando com ele, pela sua forma carinhosa e atenciosa de me tratar, e acabamos dormindo juntos, eu não me senti pressionada, mas eu me senti pronta e queria aquilo, então ficamos juntos. Foi incrível.

Umas semanas depois meu visto saiu e ele me deu a notícia de que iria embora, fiquei triste, mas entendia, ele não me prometeu absolutamente nada, não podia cobrar dele também. E no final eu descobri que estava grávida, foi o maior susto, sozinha no Estados Unidos, desempregada e com um filho na barriga. Mas eu não pensei em tirar em momento algum, o quis desde o primeiro momento.

Quando cheguei em casa a noite fiz uma mamadeira pro meu filho que dormiu segundo depois, Ravi sempre foi um bebê bonzinho, ele não é de ficar chorando muito, só se estiver com fome realmente ou sujo, ou quando tá sentindo cólica, o que graças a deus não aconteceu muitas vezes, eu fico desestabilizada quando ele fica doentinho. Meu cérebro prarece parar e não consigo dar o meu melhor pra ajudar ele. 

Peguei o jornal e comecei a olhar os classificados, eu podia até tentar olhar pelo celular, mas não tenho nem internet, não deu pra botar esse mês. Marquei algumas coisas que provavelmente não iria conseguir, pois pediam experiência. Eu estudei até o final, mas não era a melhor aluna, eu não gosta a muito de estudar.

Aprendi Inglês sozinha, uma vez estava na biblioteca do orfanato e achei um livrinho de princesa só que era tudo em inglês, aí peguei uns livros com matéria e comecei a estudar, em dois meses eu consegui ler o livrinho de dez páginas e entender muito bem a história, continuei estudando, vendo filme legendando e então quando foi ver já estava falando fluente.

Voltando ao assunto de trabalho, não consegui nada de que tivesse a chance, além de um restaurante onde estavam precisando de garçonete. Eu podia ir lá. O problema era, o que eu ia fazer com meu filho, não dava pra chegar numa entrevista com um bebê. Então pensei na minha vizinha, sempre nos falamos, não éramos melhores amigas, mas ela era uma boa senhora. Passo pedir pra ela tomar conta dele rapidinho. Talvez eu faça isso, não posso perder a oportunidade.

Antes de dormir pedi a Deus que me ajudasse no emprego, e que me desse saúde pra continuar seguindo em frente sem deixar a peneira cair, por que estava sendo difícil, até pra mim, que já passou por tudo nessa vida. Dormi rápido depois que me deitei sentindo o cheirinho do meu bebê.

                          ….🥲…

Me digam o que estão achando?

O que vai rolar nessa entrevista heim?

Um Doce De Amor - Série " Romances Lindos"Onde histórias criam vida. Descubra agora