37° capítulo

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Teresa

Estava terminando de guardar minhas coisas pra ir pra casa, estava ansiosa pra chegar logo lá e com medo da minha casa está impossível de morar, espero que o pessoal do meu bairro esteja todo mundo bem.

Desde ontem depois de fazer amor com o Dylan, eu estou tentando tomar coragem e contar pra ele, pensei muito na Mia, e achei que fosse melhor falar com ele quando já estivessemos na minha casa pra não correr o risco de uma briga, estou me sentindo super mal por tudo isso, e o Dylan apesar de ser um homem maravilhoso, ele é homem e vai ficar pensando no Ivan e eu, eu contei pra ele que o Ivan havia sido o primeiro da minha vida, acredito que agora sabendo que e o amigo dele, ele nao vai gostar nadinha.

Estou com medo pelo Ravi, tenho medo do Ivan com raiva resolva entrar com um processo contra mim querendo a guarda do meu filho. Nem sei o que sou capaz de fazer se ele fizer isso, eu pego meu filho e volto pro México, pro Brasil, passaria tudo de novo pelo meu menininho.

Tem tantas coisas na minha cabeça que eu já tomei dois remédios.

_ Mamamama_Meu filho diz sentadinho na cama_ Buhhh.

_ Que foi meu amor?_ Pergunto e ele me encara com os olhos arregalados_ Tá querendo dizer mamãe? Já tá andando, agora vai falar mamãe? Vai?

_ Daaaah_ Ele diz uma sílaba e se joga pro lado pegando o mordedor e colocando na boca, dobro a roupinha dele e guardo na bolsa.

Quando terminei, deixei perto da porta, quando vi Mia passar pelo corredor a filha dela.

_ Oi_ Digo e ela ri vindo até mim.

_Voces já vão?_ Indaga olhando a bolsa no canto da porta.

_ Vamos, eu preciso ver a minha casa_ Ela concorda e escuto meu filho gritando, entro no quarto e pego ele no colo, ele estava de pirraça mesmo. Só aí me dou conta de que ela viu meu filho.

_ Qual o nome dele?_ Indaga entrando no quarto e para um pouco longe de mim.

_ Ravi_ Digo e olho pra ela que observava meu filho, completamente séria_ Tudo bem?

_ Aham, quantos aninhos ele tem?

_ Vai fazer um ainda_ Falo, sem entrar em muito em detalhes, ela olha pra filhinha no colo e depois sorri pra mim deixando o quarto sem se despedir.
(...)

No carro eu olhava o estrago na cidade chocada, tinham funcionários do governo limpando, algumas árvores ainda sendo retiradas. Mas eu pensava em como devia estar a minha casa. Apertei meus dedos um no outro e olhei pra Dylan que dirigia concentrado. Acho que a melhor coisa que eu posso fazer e contar pra ele, pois o Ivan pode fazer isso antes de mim e distorcer tudo.

Eu esperava que Dylan entendesse meu lado, eu não fazia ideia de que eles se conheciam, muito menos que são amigos. Só quero resolver isso da melhor maneira possível. Mesmo que eu perca o Dylan, não sou uma mentirosa e se eu não contar, o Ivan pode fazer isso.

Cheguei na minha casa e eu saí sem nem pegar as coisas, abri o portão do quintal que dava para as casinhas e quando parei em frente a minha vi as plantinhas que eu gostava de cuidar estavam detonadas. Abri a porta, meus olhos se encheram de lágrimas quando vi o estado lastimável da minha casa.

As minhas coisas, a grande maioria esteve aqui desde sempre, mas algumas eu comprei com tanto trabalho estava tudo molhado e caído no chão, a tv de estava no chão, a minha cama onde dormi tantas vezes e foi ali o bercinho do meu filho, a cozinha, até o fogão estava quebrado, o teto da minha casa tinha voada algumas partes o que acredito que foi o motivo de ter entrado tanta água.

_Merda_ Digo passando a mão no cabelo.

As roupas, as coisas do Ravi, as minhas coisas tudo estava destruído. Não deu pra salvar nada. Nem entrei na casa, pois podia ter algum fio solto. Dei meia volta olhando em volta, todo mundo deve ter saído daqui antes do furacão.

_ Oi menina_Me virei para os dono das casas_ Já deve ter visto né, eu sinto muito. Vou ter que consertar tudo isso em breve, mas por enquanto não posso deixar ninguém aqui, nem tem condições. Se você quiser eu te devolvo o dinheiro do aluguel desse mês.

_ Não precisa_Digo_ O senhor vai precisar pra consertar tudo, pode ficar_ Ele me deu um sorriso agradecido e eu saí dali voltando pro quarto, Dylan estava do lado de fora do carro esperando.

_ Eu perdi todas as minhas coisas, Dylan_ Falo_ Não tem como ficar lá.

_ Tudo bem, você fica na minha casa_ Olho pra ele por alguns segundos e nego depois.

_ Eu tenho um dinheiro guardado talvez eu consigo alugar outro lugar, não precisa.

_ Você que sabe, mas vamos lá pra casa? Você pode ficar lá até encontrar algum lugar.

_Minhas coisas, as coisas do Ravi, perdi tudo_ Digo com lágrimas nos olhos.

_ Não deu pra salvar nada?_ Balanço a cabeça negando, Dylan passa o pelegar pela minha bochecha_ Vai ficar tudo bem, a gente da um jeito, eu te ajudo. Tá bom?_ Concordei novamente e ele sorriu pequeno, abrindo a porta do carro, olhei por alguns segundos e depois olhei a rua, todo mundo tirando as coisas de suas casas, era algo realmente triste, quem mora aqui lutou e luta muito pra ter o mínimo e aí acontece isso e eles perdem tudo, assim como eu.

Entrei no carro e fechei os olhos cobrindo meu rosto pensando em tudo que caiu encima de mim em menos de uma semana, descobri que muito possivelmente tenho pai e irmã, gêmea ainda por cima. Encontrei o pai do meu filho que é amigo do meu namorado e ainda perdi a minha casa.

Dylan entrou do outro lado e ligou o carro saindo da rua, deitei a cabeça no encosto do bando e olhei as ruas, pensando como eu contaria pro Dylan isso tudo. Não sei qual vai ser a reação dela diante disso.

                         ....😶....

Eita atrás de vixe!

Um Doce De Amor - Série " Romances Lindos"Onde histórias criam vida. Descubra agora