45° capítulo

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Teresa

As lágrimas escorrem pelo meu rosto, alguém põe a mão no meu ombro, falando coisas pra mi,m que tudo tinha um propósito, me desejando pêsames, sentimentos, mas a minha pergunta era o porque disso ter acontecido comigo. Com o Dylan.

Nunca vou entender isso, num minuto estavamos nos amando e no outro eu sou avisada que ele foi encontrado esfaqueado e morto na porta do elevador do estacionamento. A gente estava indo bem, e eu estava amando pela primeira vez na minha vida, agora o meu coração está completamente destruído, em pedacinhos, não consigo deixar de pensar em toda a dor que ele sentiu antes de morrer, deve ser sofrido.

– Vai ficar tudo bem– Romena diz e eu me afasto indo até o caixão, seu corpo foi coberto por rosas, passo a mão pelo seu rosto sereno e depois deixo uma flor branca ali.

No meu pais nos costumamos comemorar a morte, acreditamos que existe vida após a morte, mas eu jamais vou entender porque o perdi dessa maneira.

Vejo quando fecham o caixão dele, quando foi enterrado, ali uma parte de mim também morreu…

– Ei– Abro os olhos dando de cara com Romena me olhando assustada– Tudo bem?

– Aham, eu só tive um pesadelo– Me ajeito no sofá e passo a mão nos cabelos.

Minhas costas estão doendo por estar dormindo a dois dias no sofá do hospital, Dylan foi encontrado na porta do elevador, com duas facadas, a sorte foi que não demorou tempo demais até o encontrarem, eu vim direto pra cá e desde então não sai, uma das facadas não atingiu nenhum órgão importante, mas a segunda atingiu o pulmão dele o que faz a situação se tornar extremamente difícil. Meu coração está apertado com tudo isso, não tenho controle nenhum sob o que vão ser daqui pra frente, o Dylan está em coma induzido e não sabemos como vai ser quando ele acordar. O Álvaro é quem está cuidando de tudo junto da dona Verônica, ela apesar de estar abalada pelo filho, está sendo muito forte, bem diferente de mim.

A polícia começou a investir e estão de vir aqui com as gravações do que aconteceu no estacionamento, inicialmente eu pensei que fosse um assalto, mas o prédio dele é muito seguro, então acho que foi outra coisa.

– Por que você não vai pra casa e dorme um pouco?– Indago minha irmão me entregando um copo de café preto.

– Não quero deixar ele aqui–Digo e olho pro corredor extenso.

–Tem dois dias que você está aqui, você não dorme, não come, e tá com um cheirinho nada agradável– Virei a cabeça pro lado cheirando a minha blusa, realmente!

– Tem razão, eu vou, tá cedo ainda, então vou aproveitar e dormir um pouquinho, eu venho antes da polícia– Me levanto da cadeira pegando minha bolsa.

– Cuidado tá bom– Diz e eu me viro encarando ela.

– Por que diz isso?–Indago.

–Nada, só se cuida– Concordo e saiu do hospital.

Peguei um táxi mesmo, enquanto digitava no celular, a Lúcia me perguntando sobre o irmão, desde que ele deu entrada no hospital a gente decidiu fechar o restaurante, o que é uma merda, porque a gente estava indo muito bem. Eu recebi o meu primeiro salário lá, e foi mais do que eu imaginava que ganharia na vida, mas eu não posso deixar o Dylan aqui no hospital e o restaurante toma tempo demais. Mas ela me deu apoio e disse que a gente terá tempo pra voltar com tudo, enfim, estou poupando meu dinheiro, porquê não sei como vai ser o dia de amanhã.

Quando cheguei em casa Ravi estava brincando no tapete com o avô dele.

– Oi– Chego perto deles e meu filho já vem pra perto querendo colo, mas eu me afasto, pois estava no hospital.

– Oi querida, que bom que veio pra casa–Alvaro fala– Depois eu preciso falar com você.

– Tá bom, eu só vou tomar um banho– Digo e jogo um beijinho pro meu filho que me olha como um cachorro sem dono, tadinho.

Subi pro quarto, as minhas coisas que não são muitas, estão todas espalhadas pela cama, preciso terminar de arrumar tudo. Tirei a minha roupa e entrei no box, acho que dormir num sofá não tem sido bom, minhas costas estão doloridas demais. Não consigo tirar Dylan da cabeça, nem por um segundo, estou a mil com essa situação. Aquilo não foi um assalto, foi alguém tentando que tentou mata-lo, mas eu não consigo pensar em alguma tentando fazer pro Dylan, ele não tem inimigos, pelo o menos eu não sei de ninguém, cheguei a pensar no Ivan, mas mesmo conhecendo pouco ele, eu acho que ele seria incapaz de fazer isso.

Termino meu banho e visto uma roupa limpa, saiu do quarto e vou direto pra sala, estou com saudade do meu filho.

–Oi meu amor– Me abaixo ficando de joelhos no sofá e meu filho vêm correndo pros meus braços, ele tropeça, mas eu consigo pega-lo– A mamãe tava com saudades!

–Mama...–Olho pra ele com um sorriso no rosto.

– Mamãe filho, fala mamãe– Peço e me sento no sofá no chão– Fala mamãe meu amor, diz pra mim– Ravi me.olha e acaba rindo.

–Mama…– Ele diz com um sorriso no rosto e eu lhe dou um cheiro e encho ele de beijinhos.

– Gostoso– Digo– Amor da minha vida!

Só meu filho mesmo, pra me fazer feliz nesse momento difícil.

– Teresa– Ergo o olhar pra Álvaro– Um amigo meu que trabalha na polícia me enviou o vídeo do estacionamento do Dylan– Concordo atenta– Eu vou te mostrar, porquê talvez você saiba quem foi.

– Tá bom– Ele tira o celular do bolso e senta no chão, digita algo no celular e depois vira a tela pra mim.

Vejo Dylan andar de presa até o elevador, ele parece bem impaciente, depois vejo…a Anne vir bem exaltada pra perto dele, dizendo coisas e fazendo gestos, eles discutem e depois ele faz uma expressão de dor. Meus olhos se enchem de lágrimas quando vejo ele cair no chão. Foi a Anne, a lembrança da vez que estive sozinha com ela, a promessa dela, eu achei que ela só estivesse exaltada.

– É a Anne– Olho pra Álvaro com os olhos marejados– Ela é a ex do Dylan.

– Merda– Ele diz– Ela era perigosa?

– Não sei, ela já tinha ido atrás de mim diversas vezes e atrás dele também. Mas eu não achei que ela fosse fazer isso.

– Eu vou avisar na polícia, ta– Ele levanta e sai me deixando ali, foi a Anne.

A raiva me sobe tanto que eu coloco meu filho no tapete e levanto. Que mulher mais disimulada, as ameaças dela sempre que ela as fazia me pareciam da boca pra fora, nunca imaginei que ela fosse capaz de fazer isso. Ela dizia amar o Dylan, isso não é amor, isso é obsessão, ela não consegue ver ele feliz com outra pessoa que não seja com ela. Ela vai pagar por isso.

Limpo meu rosto molhados pelas lágrimas e depois me sento no chão, apesar de estar cansada, eu queria dar atenção pro meu pequeno, já que nós últimos dias eu tenho deixado a desejar.

Um Doce De Amor - Série " Romances Lindos"Onde histórias criam vida. Descubra agora