46° capítulo

11.1K 807 42
                                    

Teresa

Um mês depois…

Jogo a cebola roxa dentro da panela e espero dourar pra depois colocar a carne, adiciono alguns temperos que eu gosto e fecho a panela de pressão.

– Quando pegar pressão deixa cinco minutinhos e pode desligar– Digo para uma das meninas e depois lavo minhas mãos secando em seguida– Eu fiz o pãozinho, quando a carne tiver pronta e só desfiar e começar a servir, eu vou embora agora, tchau gente–Me despedi e sai da cozinha, entrando no quartinho e pegando a minha bolsa.

Tem duas semanas que reabrimos o restaurante, não dava pra ficar só recebendo as despesas e não ganhar também, então eu a Lúcia decidimos abrir tudo de novo, eu venho todo dia cedo, adianto tudo que eu posso e depois vou pro hospital.

O Dylan não melhorou, quando os médicos o tiraram do coma induzido, foi um terror, ele tossia, não conseguia respirar e então ele voltou a respirar por aparelhos, os médicos disseram que precisamos esperar, ele fez uma cirurgia no pulmão, o médico que está cuidando dele disse que ha chances dele se recuperar, mas pode demorar. Nem comemorar a festinha do meu filho, ninguém estava no clima, mas eu fiz um bolinho com todo o amor pra ele. Ravi sente falta do Dylan também, depois que ele disse mamãe, ele já disse vovô e titia, eu percebo que quando eu digo o nome do Dylan ele olha e lembra. Está sendo difícil pra todo mundo, e eu faço todo dia a minha oração pedindo para que ele fique bem.

Fui direto pro hospital ver como ele estava, e não mudou muito, agora já não estava mais na UTI, graças a Deus, mas ele não reagi. Me causa tanta agonia ver o Dylan desse jeito, ele é todo grandão, todo forte, e agora está aqui indefeso.

A Anne está desaparecida, mas ela não saiu do país, eu ando sempre com um segurança e na casa do Álvaro tem segurança, eu tenho medo dela vir atrás de mim, mas caso venha eu acabo com ela.

– Oi amor– Me senti na beira da cama e passo meus dedos entre seus cabelos– Você precisa melhorar logo, Dylan. Eu preciso muito de você, você tem que fazer a festa do Ravizinho, você prometeu– Sorriu– Lá no restaurante está tudo indo bem, sabia? Mas eu preciso de você aqui, pra ver tudo isso…

Fico ali falando coisas aleatórias com ele, todo dia eu faço isso.

– Oi Teresa– Olho na direção da porta quando Verônica entra e fecha a porta– Imaginei que fosse estar aqui.

–Os médicos disseram algo?– Pergunto curiosa.

– O de sempre, o pulmão dele não tá muito bom ainda, caso tirem ele do coma, pode piorar…

Suspirei e olhei pra ele mais uma vez. Nunca imaginei que eu iria me apaixonar tão fácil e rápido assim. Com o Ivan não era isso, era carinho.

Falando nele, ele não me procurou, mas a Lúcia me disse que ele sempre liga pra saber como o Dylan está. Bem diferente dele, a Mia já veio ao hospital várias vezes nesse último mês, não vejo nenh rancor da parte dela, comigo ou com o Ravi. Mia é uma grande mulher.
(...)

Me joguei na cama e apertei os olhos, todo dia a mesma porcaria. Acho que eu estou muito cansada, mas eu sempre tive uma rotina assim, então não entendo! Tem dias que eu ando cansada, mas um cansaço absurdo, além de quase sempre estar me sentindo fraca. Puxe meu lençol e virei de lado fechando os olhos.

– Oi irma– Minha irma entra no quarto e deita do meu lado– Tá passando mal de novo?

–Aham– Resmungo.

– Vai no médico– Diz simplista–Ou…você tá atrasada?– Abri os olhos e olhei pra ela sem entender sua pergunta.

– Como assim?

– Sua menstruação–Da de ombros e eu viro de cabeça pra cima buscando na minha memória, ela ficou meio desregulada depois que eu comecei a tomar anticoncepcional, eu nem lembro quando que foi.

– Não lembro, mas eu tô tomo anticoncepcional– Falo juntando minhas mãos.

Eu e o Dylan não somos o casal mais transante do mundo, e sempre que aconteceu a gente usou camisinha, inclusive da última vez…não tem como…

– Não é isso não– Falo convicta e me viro novamente– Deve ser o cansaço físico e emocional– Fecho meus olhos– Vou tirar um cochilo, daqui a pouco vou buscar o Ravi na creche.

Desde que descobri que foi a Anne que fez isso tudo, eu preferi ficar aqui nessa casa, pois onde eu iria morar não era tão seguro assim. Eu estou com muito medo, pra ser sincera, não por mim, porque se ela bate de frente comigo eu enfrento, mas o meu filho, ele é só um bebê, se eu não tiver perto por exemplo, ele não sabe de defender sozinho. 
(...)

– Oi amor– Entromno quarto e deixo a minha bolsa sob o sofá, ando até a beira da cama e passo minha mão em seu rosto– Os médicos me disseram que você está melhor, está se recuperando, estou com saudades Dylan. Preciso de você aqui comigo– Me sento na beira da cama e fecho os olhos fazendo uma oração pra ele.

– Olá senhorita Teresa– Me afasto da cama de Dylan e estendo a mão pro médico– Eu queria falar com você, e com a família dele, mas eles ainda não chegaram, irei falar com você e depois passe pra eles– Concordo com a cabeça– O Dylan está se recuperando muito bem da cirurgia que fizemos e eu acredito que possamos tirar ele do coma– Uno as mãos na frente do rosto– Vamos ver como ele irá reagir sem o respirador–Assinto feliz da vida– Mas eu acho que vai ser bem, pois o corte mesmo sendo no pulmão foi pequeno, e o corpo dele está tratando de se regenerar.

– Graças a Deus– Digo– Quando acha que pode fazer isso?

– Muito provavelmente amanhã– Nem acredito no que o médico diz, estou tão feliz.

O médico deixa o quarto e pego meu celular contando a notícia para a Verônica e pra Anne que vibram de felicidade. Espero que ele fique bem quando tiver fora do coma e de tudo mais!

Fico um pouco ali no quarto, mas depois saiu e fico ali pelo corredor, mas de repente me bate uma vontade de ir ao banheiro, como se eu tivesse prendido o xixi por muito tempo, vou até o banheiro no fim do corredor, entro em uma das cabines e me alívio.

Ouço a porta bater mais uma vez, deve ser alguém. Me seco e subo a minha calça, saiu do banheiro e lavo minha mão.

Quando olho o reflexo do espelho meu corpo paralisa…

Um Doce De Amor - Série " Romances Lindos"Onde histórias criam vida. Descubra agora