O oásis

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Rain

Sem saber para onde ir, eu apenas dirijo para bem longe daquele lugar.

Muitas coisas rondam a minha cabeça, mas eu não estou com raiva de Jungkook, na verdade, eu estou com raiva de mim mesma, por ter me entregado tão rápido, por ter deixado ele ver um lado meu que poucos tem o privilégio de ver.

No fundo, eu vejo que fui eu a culpada de tudo. Eu que me permiti isso tudo e agora eu apenas estou sofrendo as consequências das escolhas erradas que eu tomei, e dói.

Imagino se Jungkook realmente me amava, se ele realmente sentia algo por mim, ou foi tudo fingimento e eu me apaixonei por um Jungkook que eu mesma criei na minha mente e que nunca existiu?

Sei que não deveria estar buscando justificativas para ele ter feito o que fez comigo, mas eu ainda acho estranho.

Eu só queria que ele tivesse corrido atrás de mim, me impedido de entrar no carro, jogado as chaves fora e dito que tudo o que ele havia dito era mentira e que ele me amava verdadeiramente, mas não foi o que aconteceu.

Eu encontrei um hotel depois de horas dirigindo e passei dias em um quarto chorando, esperando ele me ligar de algum lugar mesmo eu não tendo celular ou imaginando ele batendo na porta do meu quarto e me beijando ardentemente.

Eu estava sofrendo e eu desejava poder arrancar esse sentimento do meu peito ou simplesmente poder voltar no tempo e me impedir de conhecer ele, sei lá, eu faria qualquer coisa para não ter o coração partido por ele, porque dói e a dor não é nada boa. Ele me consumiu por completo e agora tudo se resume a ele, eu só queria esquecer.

Depois de dias naquele hotel eu então, decido voltar para casa e procurar por meu irmão, desejando que ele ainda esteja vivo.

Ao chegar em casa é como se uma nuvem negra estivesse por cima de mim, mas a porta está trancada e parede abandonada.

- "Rain?" - ouço uma voz atrás de mim e me mexe rapidamente mas é apenas o senhor White, nosso vizinho mais próximo.

- "Seu irmão imaginou que você voltaria então ele me deu este número." - Ele me dá o papel e eu olho. - "Ele também deu o depoimento na polícia e estão atrás dos assassinos dos seus pais, não precisa fugir mais." - ele se despede me dando um abraco e sai.

O que? Então meu irmão está vivo e conseguiu fazer com que eu fosse inocentada?

Eu vou até um telefone público e ligo pra o tal número e logo alguém atende.

- "Rain?" - alguém diz e logo reconheço a voz do meu irmão. - "Você está bem? Faz uma semanas que você sumiu, achei que tinha acontecido algo"

Ei apenas fico aliviada de ouvir a voz dele, de saber que ele está bem.

- "Eu estou bem..." - digo mas o que eu realmente queria dizer era que eu estava um lixo em todos os aspectos possíveis. - "Pode vir me buscar? Onde você está? Pode me dizer a verdade?" - pergunto.

- "Me diga onde você está? Quando você chegar aqui podemos conversar melhor." - Ele diz e eu passo o meu endereço.

Fico há espera por alguns minutos e logo um carro escuro para a minha frente. Meu instinto manda eu sair correndo mas me acalmo ao ver meu irmão.

Corro até ele e o abraço forte que retribui. Eu só tinha ele agora.

- "Vamos?" - ele faz um gesto para entrarmos no carro.

Ficamos em silêncio alguns quilômetros mas ele decide perguntar.

- "Você sumiu... por esteve?" - Bryce pergunta com o olhar fixo na estrada.

- "Longa história... eu fugi como você me disse para fazer, fiquei em uma pensão, conheci um cara que é de uma máfia e..." - Bryce me interrompe.

- "O que como assim? Você conheceu alguém de uma máfia?" - ele diz incrédulo é eu eu faço que sim.

- "Mas eu estou bem." - tento acalmá-lo.

Eu não havia contado a parte principal, que transei com ele e estava completamente apaixonada por ele.

- "Agora dá para você me contar o que tá acontecendo?" - pergunto.

- "Uma máfia... O papai era o dono de uma máfia e da fabricação de drogas." - Bryce diz naturalmente e eu fico chocada - "Ele começou uma guerra entre máfias Rain."

- "E você sabia disso tudo? Sabiam que queriam matar a gente e não contou para gente? Não contou para mamãe? Se ela soubesse..." - sou interrompida.

- "Mas ela sabia... ela de tudo, a única que não sabia era você." - Ele continua com o olhar fixo.

- "Por que eu não sabia?" - passo a mão no rosto.

- "Eles queriam que você tivesse uma vida normal." - Bryce entra em uma avenida.

- "Isso parece uma vida normal para você?" - ele para.

- "Rain você tem que ficar longe disso tudo, você pode ter uma vida normal... recomeçar... fazer a faculdade que sempre quis fazer." - ele anda mais um pouco e para em frente uma mansão.

- "Não vou conseguir ter uma vida normal depois disso." - digo vendo ele entrar na garagem e abrir a porta para mim.

- "Mas você pode se quiser." - ele responde.

Logo entramos na tal mansão e é enorme.

- "Essa mansão do papai e agora é minha... eu sou o novo dono de toda a organização de drogas" - ele revela.

- "Dono? Tá brincando né Bryce?" - digo olhando em volta.

A mansão realmente é um luxo. Os cômodos são enormes e os móveis são de primeira linha.

- "Deveríamos ter contado antes mas só queríamos te proteger." - Bryce me leva até um quarto. - "Pode ficar aqui... a Ana está a sua disposição."

Ele me apresenta um quarto, com cama box e TV. Tenho que admitir que me senti uma princesa, talvez eu estivesse precisando disso.

- "Ana? Quem é Ana?" - pergunto mas uma moça aparece logo em seguida.

- "Eu trabalho aqui nessa casa." - ela explica e eu faço que sim.

- "Outra coisa... como você conseguiu provar minha inocência para a polícia? Meu rosto estava por todo lado." - pergunto.

- "Não acharam nada que ligasse você, não tinham provas e nem nada do tipo." - ele responde.

Em segundos sou deixada sozinha dentro do meu "novo quarto" e eu começo a absorver tudo.

Talvez meu irmão tenha razão, é hora de esquecer e recomeçar, por mais que doa agora, um dia vai parar de doer, eu espero.

DROGA PERFEITA (Jungkook Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora