Ruínas (Parte 2)

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Jungkook

Dirigo até a casa de meus avós e entro na sala de estar, meu avô está lá me aguardando, posso sentir que está bravo.

— "A garota foi baleada?" - ele pergunta mas tenho certeza que já sabe da resposta.

— "Sim, mas ela está bem e a médica..." — ele me interrompe bruscamente.

— "Será que depois de tudo você ainda não percebeu que essa garota não pode ficar aqui? Que aqui não é o lugar dela?" - meu avô diz autoritário e se levanta da cadeira.

— "Mas ela tá bem..." — ele me interrompe mais uma vez.

— "Bem? Você chama isso de estar bem? Você está estragando a vida dela." - ele diz mas isso não pode ser verdadeiro.

Eu nunca faria nada para machucar Rain, eu realmente acho que quero ser alguém melhor por ela.

— "Se você realmente ama ela, vai deixar ela ir... Depois de hoje até eu acho melhor ela ir agora." - ele diz e algo dentro de mim se aperta, afinal, ele tinha razão.

— "O que você pode dar a ela? Você não pode dar a ela uma vida normal e é melhor ir se conformando." – ele joga.

Eu penso por uns segundos e sinto meu coração sair pela boca pois sei que ele está certo.

— "Você ama ela?" - ele me tira dos meus pensamentos e eu faço que sim. — "Então precisa deixar ela ir ou prefere ver ela morrendo?"

Eu me viro em direção da porta já pegando na maçaneta.

— "O que eu devo fazer então?" — pergunto segurando as lágrimas.

Ele tinha razão, eu nunca me perdoaria se acontecesse algo com ela, eu me culparia pelo resto da minha vida miserável.

— "Diga para ela que eu deixei ela ir." - ele me responde.

— "Ela não vai acreditar, ela não querer ir por causa de mim." - digo.

Ele caminha de um lado para o outro na sala impaciente.

— "Então diga algo para ela se afastar... para sempre." - meu avô diz e eu sinto uma sensação terrível me abater.

Eu realmente iria ter que fazer isso, a decisão mais difícil que já tomei, manter a pessoa que eu mais amo longe de mim para ela poder ficar bem.

Eu apenas faço que sim com a cabeça e saio, entro no carro fugindo em direção para um bar próximo, eu precisava beber.

Na verdade, eu não era de beber e quando eu bebia eu nunca bebia demais, odiava o gosto de álcool e a ressaca no dia seguinte.

— "Uma dose por favor." - digo para a balconista que me olha.

— "Uma dose." - ela diz sorrindo e abrindo mais o decote mas eu finjo não ver.

Eu realmente não estava me importando, tudo o que passava na minha cabeça era o que meu avô tinha me falado e em beber.

— "Mais que cara é esse?" - a balconista insiste quando me serve mais uma dose, eu penso em dar um fora nela mas acho que ela pode me ajudar.

— "O que você diria para afastar uma pessoa que ama muito? Tipo, você ama ela, e nao quer que ela se machuque mais, você quer que ela se afaste para não se machucar mais." - digo.

A balconista pensa mas logo me responde.

— "Eu diria que não a amo... ou sei lá, pensaria em algo... mas por que?" - Ela diz interessada mas eu não respondo.

DROGA PERFEITA (Jungkook Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora