Can you save me? - Dramort

Capítulo 15

Tom passava por isso a anos, diferente da sua mãe que foi mordida, ele já tinha nascido com genes dos lobos nele, mas mesmo se tranformando em toda a lua cheia desde que nasceu e tendo o melhor controle da sua criatura, toda a lua cheia era uma tortura, mas diferente dos outros lobisomens, era uma tortura do qual ele se sentava no banco do motorista e se lembrava de tudo na manhã seguinte.

Ele odiava tudo aquilo, mas já tinha aprendido a viver daquela maneira e odiava poder não ter uma cura, mas o melhor que podia fazer era superar e lidar, e era o que ele vinha fazendo nos últimos anos.

Só que agora ele tinha Draconis na sua vida, e não via ninguém sendo tão importante pra ele quanto o loiro estava sendo desde que se conheceram, o loiro era muito além de alguém bonito para somente se ver, ele era fogo, era o próprio dragão como dizia o seu nome; seu poder era inebriante e cada vez que ele usava magia, a sala deveria parar e observar, mas Tom estava feliz por ser o único que tinha notado.

Todos se encontraram no terceiro andar, Tom estava mais nervoso do que todos já tinham visto, mas assim que Draconis pegou na mão dele, foi como se tudo tivesse melhorado um pouco.

- Por que o banheiro feminino? -Severus perguntou, mesmo que somente ele pareceu incomodado, Jensen e Draco tinham saído desse banheiro, mas na noite em que o loiro acordou.

- Vamos entrar lá? -Draconis perguntou não sabendo direito que nome dar ao lugar onde ele foi escondido.

- Sim, temos que ir rápido. -Tom falou entrando no banheiro e parando em frente a pia, pediu pra passagem abrir na língua das cobras.

Tom não tinha muito mais tempo, eles entraram na câmera secreta e se encontraram em um grande cômodo que lembrava o salão de festas antigo, que bateu uma saudade tanto no Jensen quanto no Draconis que a muito tempo não estava em um baile ou festa da realeza.

- Eu preciso que vocês mantenham a calma, não precisa subir proteções, a ideia é que vocês vejam justamente a gente interagindo com o Draco. -Tom falou tirando a sua camisa o que fez o loirinho corar e desviar o olhar por um momento.

- A gente? -Jensen perguntou mesmo já entendo onde eles queriam chegar.

- A gente, por favor, não me deixem machucar ele, mas também não me mantenham afastado. -o moreno falou tirando a sua calça e ficando somente com a cueca e se ajoelhando no chão.

Ele sabia que a transformação estava para acontecer, ele podia ver no rosto do Severus que o professor não estava feliz por estar e o que ia acontecer, o rosto do Jensen era um misto de emoções que ele não podia entender; mas o que realmente importava era o Draco, que estava sorrindo pra ele e parecia tão tranquilo que fez ele relaxar.

Draco tinha visto poucos lobos, Jensen era superprotetor e sabia que o escolhido para salvar ele da maldição era um lobo, então o Rei sempre teve pouco contato, mas o que ele já tinha visto, nenhum deles era assim.

Ele viu lobos se transformando antes do castelo, ele podia ver muito da vila, e sabia que a transformação era natural e depois que se aceitava o lobo era até mesmo indolor.

Mas Tom estava com dor, ele não estava sendo bonito e não parecia que ele e o lobo estavam em sintonia, foi preciso que Jensen e Severus segurassem ele, para que ele não avançasse.

- Ele está com dor, vocês tem que fazer alguma coisa. -Draco perguntou começando a chorar, o que chamou a atenção do lobo do Tom que rosnou pra eles.

- Solta ele. -Jensen falou lendo na mente do lobo que ele só queria manter o loirinho em segurança.

Severus não achava que era a melhor ideia, mas ele confiava no Jensen de olhos fechados, ele jamais faria alguma coisa que fosse machucar o bebê deles; então ele soltou e no mesmo momento Tom se aproximou correndo e se colocou na frente, protegendo o seu companheiro.

- Tá tudo bem Tom, tá tudo bem, eu estou seguro e eu vou fazer melhorar, eu prometo. -Draco falou chorando e se sentou no chão frio, logo sentindo o lobo se enrolar em volta dele, mas continuar encarando e rosnando pros adultos.

- Draco? Olha pra mim! Vamos descobrir o que está de errado, vamos fazer melhorar, mas para de chorar, por favor.-Jensen falou prestes a começar a chorar também, ele não se lembrava de uma única vez em que ficou tão longe do seu protegido com o mesmo chorando.

Draco concordou com a cabeça, ele enxugou o rosto com a mão e depois sentiu Tom lambendo aquelas lágrimas, e se concentrando somente nele e em acariciar ele.

A noite foi muito longa, e quando a lua saiu, Tom voltou a sua forma humana e a primeira coisa que fez foi olhar pro Draco e ver que o mesmo chorava.

Ele não sabia o que fazer exatamente, ele olhou em volta se lembrando de não ter machucado ninguém, e olhando pro loiro viu que ele não parecia machucado; a sua conclusão foi que o seu companheiro estava com medo dele. Então se afastou e deixou que Jensen e Severus finalmente se aproximassem e abraçassem o loiro, como se estivessem desesperados por isso.

Em todo o caminho de volta para o corredor do castelo, Tom ficou em silêncio na frente, remoendo o que tinha feito para machucar tanto o seu companheiro, que ele ainda chorava abraçado ao seu guarda costas. Assim que saíram, ele saiu praticamente correndo em direção ao seu dormitório, não escutando quando Draco chamou por ele.

Draconis acordou em uma sala que já estava acostumado, olhando em volta encontrou somente Gabriel parado ali, e apesar de preferir se encontrar com esse Arcanjo, o rosto sério do outro era um sinal de que alguma coisa ruim estava para acontecer.

- Eu não fiz nada. -Draco falou praticamente levantando as mãos para mostrar sua inocência.

- Você fez, mas não é culpa sua. Guarde com atenção as minhas palavras: A criança que morreu amaldiçoado, o fruto de um romance que nunca deveria ter acontecido, saudável e poderoso, mas esquecido pelo próprio povo, vivendo séculos esperando um outro filho, o filho quebrado e também amaldiçoado, mas muito amado pela sua mãe, cinco se torna uma família, e a morte eles vão procurar. -Gabriel falou se esforçando para não chorar na frente do menino, ele não precisava do outro angustiado junto com ele.

- Eu não entendo, por que agora surgiu uma profecia? -o loiro perguntou sabendo que a guerra pelo qual estudou por tantos anos estava próximo.

- Ela não surgiu agora, só que agora você está pronto para entender ela. Eu desejo sorte Draconis, estou rezando para que todos os Deuses te ajudem, fique vivo. -Gabriel falou uma última vez, antes de brilhar e o sonho terminar.