Capítulo 12

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                                No hospital de Marrakesh, tudo já estava pronto. Aziz e Yasemin os esperavam. Blake foi instalado no quarto, enquanto o médico repassava, todo quadro clínico e o tratamento que fariam. O corpo estava debilitado pela falta de alimentação, mas o médico garantiu que ele ficaria bem e que não acordaria pelas próximas horas. Ela precisava de um banho e comer alguma coisa, além de, é claro, saber se Aziz e Meg, permitiriam que ficasse com ele. Eram tantos pensamentos desordenados que era difícil manter sua atenção em uma coisa só. Depois da conversa com o médico, na qual ela se manteve afastada por não saber bem o seu lugar naquela situação, Aziz foi até ela, visivelmente abalado e a agradeceu por ter voltado pelo seu irmão.

- Obrigado pelo que fez. Blake, não é uma pessoa ruim, só não aprendeu lidar com tudo o que nos aconteceu. Acho que tenho uma parcela de culpa nisso tudo.

Meg e Yasemin, foram beber alguma coisa, já que agora estavam todos mais tranquilos. O que lhe deu tempo para falar o que pensava sem interferência e sem plateia.

- Aziz, apesar de não saber muito da história de vocês, compreendo que, naquela época, vocês não tiveram muita escolha, sobre o destino de cada um. Esqueça tudo isso, a relação de vocês não precisa ser mais assim. Posso fazer uma sugestão?

Aziz assentiu, atento a cada palavra que aquela mulher pequena lhe dizia.

- Conheça seus irmãos. Descubra quem eles são agora. O que gostam, do que tem medo... construa uma relação com seus irmãos. Blake se sente sozinho, revoltado, acabou mergulhando de cabeça em todos os problemas que vem enfrentando. Quando eu o encontrei, machucado e desacordado, olhei para ele, de verdade. Não vi o homem fascinante, empresário, milionário e impulsivo. Vi a criança com medo de perder tudo de novo. Vocês não são muito diferentes, o que foi diferente, foi a forma que cada um lidou com seus próprios problemas. Yasemin é sua companheira, te deu um filho, o homem precisa de um norte, uma direção, sozinho não se consegue nada. Tem sua família, mas o que Meg e Blake tem? Tenha paciência e verá que seu irmão só precisa que confiem nele.

Aziz, a olhou de um jeito diferente, colocou a mão nos bolsos e ficou olhando a janela do corredor onde estavam. O silencio dele, a intimidou, mas as palavras que ele disse em seguida, mostraram a ela, que ele também fazia suas observações.

- Quando você saiu daquela casa achei que odiasse meu irmão. Mas agora, não só voltou, como salvou a vida dele.

Ela sorriu constrangida e com humor concluiu.

- Tentei odia-lo, tentei mesmo, mas não consegui.

- Porque você o ama. Se não, não estaria aqui.

Ela queria esconder o que sentia, acreditava ser inútil, já que ele amava outra pessoa. Tentou escapar do assunto.

- Você é muito observador.

Aziz abriu a boca, mas foi interrompido pela enfermeira.

- Senhor Mubarak, os exames estão prontos e seu irmão, logo estará no quarto, alguém ficará com ele?

Meg chegou com mais um copo de café para Zarah e respondeu.

- Sim. Podemos revezar Aziz? Sei que Blake não gostaria que fosse um estranho.

Zarah viu a oportunidade perfeita e nem esperou pela resposta dele a Meg.

- Eu posso ficar com ele, se quiserem.

Ambos se surpreenderam com o pedido.

- Nós nunca pediríamos isso a você, sabemos que adiou sua volta.

- Eu já decidi, só vou voltar quando ele estiver melhor e não me importaria de ficar. É o que mais quero.

A última frase saiu baixa, mas eles ouviram. A enfermeira, um pouco rude, interferiu.

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