Capítulo 13

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                                     Foi uma grande felicidade para a família de Blake, quando eles receberam a notícia que ele estava bem. No dia em que ele acordou, Zarah lhe contou sobre o sonho. Blake não se manifestou, apenas ouviu e se lembrou que aquela senhora sabia que ela entraria na vida dele. Uma situação quase irreal, por isso ele ansiava fazer tudo do jeito certo, para que não houvesse arrependimentos futuros. Nos sete dias, em que passou no hospital, Zarah esteve ao seu lado. Ele via seu cansaço, mas era teimosa demais para ouvir as sugestões de que estava tudo bem e que ela poderia finalmente descansar. Era tudo tão intenso, quando estavam juntos, um olhar e já se entendiam. As enfermeiras eram solicitas, mas tinha uma em especial, que tirava a recém senhora Mubarak do sério. Situação que divertia Blake. Afinal, era a primeira vez que ele via, alguém sentir ciúmes dele. No dia de sua saída do hospital, o médico fez várias recomendações, explicou que sintomas como dor de cabeça, tontura, náusea, falta de equilíbrio eram sintomas comuns em casos de concussões leves e que desapareceriam com o tempo. O tratamento consistia em evitar exercícios, leituras ou atividades que necessitavam de mais atenção. Ao sair de hospital, já tinha tomado decisões importantes em sua mente. Estava grato por Zarah ter ficado, sabia que a amava mais que tudo, mas depois do seu passado vir à tona, não tinha certeza em que pé a história deles estavam. Nos primeiros dias do seu retorno para casa, ela ainda ficou por perto ajudando-o em tudo. A muleta que o médico indicara, já não se fazia tão necessária e com sua melhora, já estava na hora da tão importante conversa e ambos sabiam disso.

Zarah, da sua vez, não o abandonou, cuidou dele. Exauriu suas forças e evitou qualquer conversa estressante. Até a enfermeira atrevida, que insistia na atenção exagerada a Blake, ela conteve, com paciência e postura, enquanto seu até então marido, parecia se divertir com aquela situação. Dias depois do retorno para casa, estava conversando com Madison. Ela queria saber como estavam. Zarah revelou a amiga, que sempre ficava de olho nele. Que escolheu ocupar um quarto de hospedes e que não tinham falado sobre o passado e nem o futuro. Sua amiga reforçou a oferta de ajuda, o que a deixou aliviada, pois não sabia muito como seria dali em diante. Quando desligou, flagrou Blake, se apoiando sobre a bengala, a observa-la, encostado no batente da porta. Sem dizer nada, ele seguiu para dentro do quarto, sentou na beira da cama, ao seu lado. Ficaram calados observando o cair da tarde, o dia estava indo embora. Não havia uma forma delicada de abordar o assunto, então ele começou com a única coisa que pensou.

- Desculpa. – Respirou fundo. – Eu não tinha o direito de fazer o que fiz. Teria sido mais fácil contar toda a verdade, mesmo correndo o risco, de você achar que eu era um pervertido.

Ela riu baixinho, pois se ele tivesse contado a verdade, isso seria possível.

- Te desculpei, muito antes do acidente. Só não conseguia lidar com tantos sentimentos conflitantes. Tudo em você é intenso demais e naquele momento, eu não soube lidar com aquilo.

Blake se virou para ela e foi sincero.

- No começo, vi a Karen em você, mas depois...depois percebi que eram diferentes. Karen nunca foi agradável, amável ou inteligente. Me encantei, por uma imagem que eu criei.

- Não vou te julgar. – Foi firme e sincera, apesar do ciúme.

- Já com você... cada dia que passamos juntos, fui te conhecendo. Sua amabilidade com meus funcionários, sua amizade com Faruk, seu cuidado com as crianças, seu interesse, mesmo que sutil, pelos meus interesses, foram mais fortes que minhas lembranças. Foi ali que descobri, que não amava a Karen.

Com coração acelerado, Zarah ouvia tudo atenta, "Querer ele era loucura?" era o que se perguntava e quando estava prestes a perguntar, se queria tentar e esquecer o passado, Blake continuou e a magoou profundamente.

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