Capítulo 7

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                                       No dia seguinte, Blake estava com ideias a mil, pediu para que uma das empregadas checassem a numeração das roupas de Zarah. Já com as informações em mãos, ligou para uma das lojas que Meg costumava fazer compras em Fez. Passou a numeração do vestuário e pediu roupas, camisolas, lingerie e sapatos. Depois ligou para Faruk, pedindo que fosse buscar suas encomendas. Passou o endereço da loja e o nome da vendedora.

Zarah acordou bem disposta, estava descansada. Levantou e fez sua higiene matinal. Na noite anterior, não reparou muito no quarto rústico e luxuoso que estava. O banheiro era de igual beleza. No armário encontrou vários produtos de higiene feminina. Toalhas felpudas, macias e perfumadas. Se olhou demoradamente no espelho, não estava um escândalo de linda, mas estava apresentável. Procurou por suas roupas e não as encontrou, deduziu então que, as empregadas, as haviam recolhido para lava-las. Arrumou o roupão no corpo e saiu do quarto, procurando por alguém. Encontrou várias portas, quartos, arrumados e organizados. Continuou pelo corredor, desceu as escadas e viu a ampla sala, com tons suaves, repletas de lanternas e plantas exóticas. Em outro ambiente, encontrou a sala de jantar, uma estrutura ocidental, porém com detalhes do oriente. Sentado do outro lado da mesa, Blake bebericava seu café com um livro na mão. Zarah estava sem jeito, então, emitiu um pequeno som com a garganta, para chamar-lhe a atenção. Quando seus olhos se encontraram, ela ficou com o coração disparado, suas pernas bambearam. Blake em resposta, lhe deu um sorriso largo e genuíno.

- Bom dia!

Ele a saudou com uma voz forte e grave. Fechou o livro e fez um gesto para que ela se sentasse ao seu lado. Assim que ela fez, o que tinha sugerido, começou a se explicar ao seu anfitrião.

- Bom dia, não encontrei asminhas roupas, então saí vestida assim...

Ele a interrompeu acariciando seu braço.

- Tudo bem, estamos só nós aqui. Rana recolheu suas roupas para lavar. Quer tomar café?

Sem esperar pela resposta, começou a servi-la, de café, suco, pequenos biscoitos, que já havia experimentado no hotel e algumas frutas.

-Blake, não precisa fazer tudo isso, posso me servir.

Terminada a sua tarefa, sentou novamente e acrescentou:

- Você é minha convidada, minha ilustre hóspede.

- Obrigada.

Foi com enorme prazer que Blake viu as maçãs do rosto dela, ficarem avermelhadas. Enquanto era admirada por ele, Zarah achou melhor perguntar quando poderia ir para o hotel.

- Você está sendo muito gentil comigo, mas gostaria de saber se teria alguém para me levar para Marrakesh, fiquei de ver com a assistente dos Muller a minha viagem de volta.

A postura dele foi mudando à medida que absorvia as palavras dela. Sua rigidez era visível, seu semblante tranquilo, se tornou carrancudo. Ele não respondeu, ficou olhando, perdido para a xícara de café. O chamou algumas vezes, até que ele voltou a encara-la. Com o maxilar tenso, respondeu em um tom baixo.

- Você não irá voltar para o hotel... ficará aqui, comigo.

Não se ouviu nenhuma outra palavra e o ambiente foi tomado pelo som da respiração ofegante dela, seus olhos antes doces, agora estavam assustados.

Passou vários minutos até o som da voz de Faruk preencher a sala de jantar. Blake se levantou e foi dar algumas instruções a ele.  Zarah nem viu o homem ao qual ele havia dado ordens. Assim que ele voltou, ela respirou fundo e o questionou.

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